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Curso: Computer science theory > Unidade 3
Lição 1: Teoria antiga da informação- O que é a teoria da informação?
- Origens da linguagem escrita
- História do alfabeto
- A Pedra de Roseta
- Codificação de fonte
- Telégrafos visuais (estudo de caso)
- Exploração de árvores de decisão
- Telégrafos eletrostáticos (estudo de caso)
- A bateria e o eletromagnetismo
- Código Morse e a era da informação
- Exploração do código morse
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Origens da linguagem escrita
Versão original criada por Brit Cruise.
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- Como essa linguagem evoluiu no decorrer da História?(1 voto)
- Em que momento se da a necessidade de traduzir os sons da fala em símbolos?(1 voto)
- e a partir de qual momento eles passaram a associar som aos símbolos?(1 voto)
Transcrição de vídeo
RKA13C Imagine que Alice voltou no tempo mais de 50 mil anos para encontrar seu ancestral distante, Bob. Até esse momento,
a cultura humana era relativamente simples, utilizando-se dos mesmos instrumentos
de pedra primitivos que permaneceram inalterados
por milhares de anos. Mas, em algum lugar, cerca de 50 mil anos atrás,
algo interessante aconteceu. Ninguém sabe ao certo por quê. Houve uma súbita explosão
de diversos artefatos culturais, incluindo instrumentos para fazer música, novas ferramentas
e outras formas de expressão criativa. Humanos desenvolveram a capacidade
de externalizar seus pensamentos internos. Eles começaram a se comunicar usando linguagem. Alice começa sua busca procurando por água. Ela sabe que populações de humanos e animais
tendem a migrar para perto de rios, que são a força vital dos ecossistemas. Eventualmente, ela se depara
com uma mancha interessante: é uma mancha da mão de Bob. Essa mancha contém bem pouca informação,
apenas que ele esteve aqui e talvez volte. Alice sabe que Bob é igualmente inteligente. Ele pode se comunicar oralmente, embora sua cultura ainda não tenha desenvolvido
a capacidade de ler ou escrever em sua língua nativa. Na época, a língua universal era a arte. Ela, então, decide procurar materiais da natureza
para pintar uma figura caso ele retorne. Ela pinta um animal que está seguindo, esperando que isso dê uma pista da direção para onde ela vai no futuro. Nossos ancestrais usaram materiais da natureza para criar representações pictóricas de sua realidade. Aqui está uma pintura de caverna real,
de cerca de 30 mil anos atrás, que foi encontrada preservada
no fundo da Caverna de Chauvet, na França. Representações similares são encontradas
nas cavernas da Espanha também. Um tema comum entre as pinturas antigas
são formas de animais, bem como a mão humana. Talvez seja uma assinatura,
uma história ou um chamado para um ritual. Quando Bob retorna para cachoeira,
ele encontra a pintura dela e segue em direção ao rio, onde ele acha que ela pode estar. Quando ele chega, não a encontra. Mas encontra um sinal de que ela esteve aqui antes
e decide fazer uma pintura para ela, explicando para onde ele está indo em seguida, que é metade do caminho até o rio,
em direção ao sol poente. Ele tem pouco tempo para pintar uma figura,
já que está anoitecendo. Dessa forma, ele precisa de um jeito rápido
para visualizar a mensagem. Ele pensa a respeito por um tempo e percebe que sua mensagem só contém três objetos mentais distintos: metade, rio, oeste. Então ele decide usar figuras simplificadas
para representá-los. Para o rio, ele desenha um símbolo que parece
a forma natural do rio, conhecido como pictograma, que é um desenho que se assemelha
ao objeto físico que ele representa. Pictogramas são um importante passo
na evolução da escrita. Aqui está uma paleta de ardósia cerimonial encontrada no Egito, datada de 3 mil anos a.C. A cena circundante mostra a luta entre os seres humanos civilizados e os animais selvagens ferozes. No entanto, é difícil desenhar figuras para conceitos abstratos como calmo, velho, perigoso ou, no caso de Bob, metade. Para isso, ele desenha uma linha com um quadrado
no meio, que representa metade do caminho. Isso é conhecido como ideograma
ou figura conceitual de uma ideia abstrata. Aqui está um exemplo do mesmo símbolo
em uma antiga escritura de bronze chinesa. Para a ideia de oeste, ele decide
fazer uma figura de sol poente. Agora, ele faz algo interessante: ele combina esses símbolos individuais
em termos de significados para criar uma mensagem. Significado mais significado
é igual a um novo significado. Ele deixo isso na esperança de Alice encontrá-lo. Alguns dos primeiros artefatos com essa mistura simbólica são encontrados na Antiga Mesopotâmia, agora Iraque moderno, casa dos sumérios. Esse é o local de nascimento
de muitas das primeiras civilizações do mundo. Aqui, nós encontramos barras de argila, que são um dos mais antigos documentos escritos já encontrados. Alguns são anteriores a 3.000 anos a.C. As barras retangulares registram os pagamentos em gado, carregamento de gados para pastores de engorda e presentes de gado como uma oferenda. Perceba que, em vez de desenhar
uma figura de dez ovelhas, eles desenham um símbolo representando "dez", usando pequenos entalhes, e outro símbolo representando "ovelha" ou "burro",
significando simplesmente "dez ovelhas". Chamamos isso de proto-escrita. Finalmente, Alice retorna para a base do rio
e encontra a mensagem de Bob. Ela interpreta o significado corretamente: "metade do caminho a oeste do rio abaixo". Então ela caminha rio abaixo em direção ao sol poente,
e eles finalmente se encontram. Ao longo do tempo, Bob aprende a falar
a língua de Alice, permitindo que usem a mesma linguagem oral
para comunicar conceitos compartilhados e ideias. Isso dá a eles uma ideia: a raiz
para uma linguagem escrita mais poderosa. Começa com algo muito simples,
escrevendo o nome dela. Ela, então, começa a dissociar o som da figura
para o nome dela. Alice, Alice... "Al" e "ice". Alice possui como língua materna a língua inglesa. "All", em inglês, significa "todos"
e "ice" lê-se "aice", que significa gelo. Ela, então, resolve utilizar o símbolo matemático
que significa "qualquer que seja", ou seja, "todos", para "All", e a figura de gelo para "ice",
então ficaria assim: All-ice, Alice. Note que o nome dela não tem relação
com símbolos individuais. Som mais som
é igual a um novo significado. Isso é conhecido como princípio de rebus. Um grande exemplo disso foi encontrado no Egito,
ao longo do rio Nilo. Datado de cerca de 3.100 a.C, ele contém uma das primeiras inscrições hieroglíficas já encontradas. A Paleta de Narmer mostra o faraó egípcio Narmer. Atrás, o vemos à esquerda de um prisioneiro ajoelhado,
que está prestes a ser atingido por Narmer, que vemos de pé, usando uma coroa. O que procuramos está do outro lado. Entre as duas cabeças bovinas no topo,
vemos a inscrição do nome dele, escrito com um peixe e um cinzel,
que é traduzido para "Narmer". Os dois sons separados das figuras, juntos,
dão um novo significado, e isso representa um desenvolvimento-chave
na história da linguagem escrita. Mas, antes que eles pudessem avançar
para o que conhecemos como alfabeto, algo tinha que acontecer. Eles precisavam economizar tempo.