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Curso: Mercado financeiro e de capitais > Unidade 7
Lição 5: Investimento e consumoInvestimento versus consumo 1
A diferença entre investimento e consumo. Versão original criada por Sal Khan.
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Transcrição de vídeo
Este vídeo é sobre alguns termos
muito usados hoje em dia e que de fato, dizem respeito aos problemas que estamos tendo
com a crise de crédito. Explicarei mais detalhadamente. Os conceitos que pretendo abordar são: poupança, consumo e investimento. Estamos sempre ouvindo falar sobre
investir em ações ou em uma casa. Darei um panorama da minha visão
sobre estes conceitos. Honestamente, não acho que sejam bem explicados nos livros de economia que abordam o tema. Mostrarei como acho que essas coisas
deveriam ser ensinadas. Quando você poupa algum dinheiro... ou seja, o dinheiro que você não gastou. Há algumas possibilidades. Você pode consumir o seu dinheiro
ou pode investí-lo. Vamos imaginar alguns casos e descobrir o que são, consumo ou investimento. Digamos que eu tenha cem mil dólares para usar. Então pego esses cem mil dólares e construo uma fábrica. Tenho confiança que esta fábrica
será capaz de produzir, suponhamos... Produzirei carros de forma mais eficiente e mais barata
do que as outras fábricas. Creio que todos concordam:
isto é um investimento. Por que é um investimento? Porque estou pegando os cem mil dólares e alocando em algo com a intenção de valorizar ainda mais
meus cem mil dólares. De fato, espero algum tipo de retorno
neste investimento. Já fiz vídeos explicando retorno
sobre o investimento e como quantificá-lo. Se uso os cem mil dólares
para construir a fábrica e a fábrica gera 50 mil dólares por ano, há uma valorização de pelo menos
50 mil dólares por ano, supondo que não haja corrupção no sistema. Aliás, a valorização pode ser ainda maior
que 50 mil por ano. Talvez seja de cem mil dólares por ano. Cinquenta mil irão para o produtor e a outra metade irá para o consumidor da mercadoria
que a fábrica produz. Isto porque se o valor integral
ficar com o dono da fábrica, então não haverá muito incentivo
para o consumo. Mas não é este o nosso tema, só estou tentando criar
um modelo imaginário para definir consumo versus investimento. Então, se eu construir uma fábrica... Marcarei de verde o que for investimento. Construir uma fábrica
é um investimento. Agora vamos supor que eu seja um sem-teto. Tenho estes cem mil dólares,
mas não tenho casa, não tenho para onde ir, nem jantar, dormir, relaxar. Consequentemente, não encontro trabalho para me tornar um membro
produtivo da sociedade. Então, trocarei esses cem mil dólares por uma casa simples, que atenda
às minhas necessidades. Vamos escrever:
construir uma casa simples. Usarei uma cor neutra. Construir uma casa simples. É outra forma de usar os cem mil dólares. Em vez de construir uma fábrica,
construirei uma casa. Esta casa é meu abrigo
e de minha família e nos dá segurança. Agora meus filhos podem ir à escola e poderão se tornar cidadãos produtivos. Agora tenho um endereço, tenho um lugar para tomar banho,
posso ir procurar trabalho. Agora posso contribuir com a sociedade ao invés de ficar na esquina, só pedindo esmolas. Eu diria que isto também
é um investimento. Estou investindo estes cem mil dólares
que ganhei de alguém. Este dinheiro está me dando um retorno. O que seria o retorno? No caso da fábrica é mais evidente, mas é um retorno este meu emprego em decorrência de ter casa,
segurança, um endereço. Agora tenho abrigo, posso relaxar. É por causa dessa segurança
e também do retorno que meus filhos estarão aptos
a contribuir com a sociedade. Se eles crescessem como sem-teto
nunca seriam aptos a contribuir. E agora que têm um teto, eles podem ir à escola, podem dar algum retorno econômico
para a sociedade. Não é fácil quantificar, se nunca
trabalhei antes. Agora tenho um trabalho e posso contribuir com 30 mil dólares por ano
para a sociedade. Talvez trabalhando em uma fábrica
ou sendo um fazendeiro, tanto faz, estou criando
alguma forma de valor. E talvez meus filhos, sem ter estudado, contribuiriam com dez mil dólares
por ano para a sociedade, e agora podem contribuir com 20 mil. Essa diferença é uma forma de retorno. Então, considero isso também
como investimento. Agora tenho uma pergunta. Digamos que eu já tenha uma casa...
Isto é um investimento. Já tenho casa e minha família está feliz, Temos tudo, comida na mesa,
meus filhos vão à escola, tenho um emprego e tudo o mais. Mas digamos, eu ainda tenho
os cem mil dólares e... Vou escrever em amarelo. Então, digamos que eu use
esses cem mil dólares para instalar algumas bancadas de granito. Sobrou algum dinheiro e digamos,
decido fazer um novo banheiro e o que mais? Coloco um novo piso de madeira, para impressionar meus parentes. E talvez eu faça um puxadinho
de 185 metros quadrados. Não sei se conseguiria tudo isso
por cem mil dólares, mas vamos supor que sim. Estou fazendo grandes melhorias na casa. Minha pergunta agora é:
isto é um investimento ou é consumo? Normalmente, a maioria das pessoas diria
que está investindo em sua casa. Dizem isso porque acham que gastar
cem mil dólares em reformas... No canal Casa e Jardim
mostram muito isso. Esbanjar cem mil dólares na casa, talvez fará o valor aumentar
para 150 mil dólares. Ou a casa é avaliada em 150 mil com base no retorno de 50 mil
sobre o investimento. Para mim, isto não é investimento,
é especulação. O que houve foi um acúmulo de dinheiro... Vou colocar em vermelho. Isto é consumo. Em vermelho. O que aconteceu, sob a ótica econômica? Ao adicionar o granito, o banheiro, o piso de madeira, o puxadinho, isto está tornando algum dos moradores
mais produtivo? Faz com que alguém produza mais? Torna alguém mais predisposto a inventar
a cura para o câncer, ou uma forma de obter energia mais barata, ou... criar algo novo? Não. Se acrescenta alguma coisa, são mais tarefas na casa, que podem
tirar o foco do trabalho. Vai aumentar o gasto de energia
para manter este tipo de lugar, para aquecer e refrigerar uma casa
de 185 metros quadrados. Então na verdade, se há algum efeito
em acumular esse dinheiro aqui, seria originar algo que vai drenar
recursos da sociedade. Com certeza, nada disso contribuirá
para o bem coletivo da sociedade. Os dois exemplos anteriores sim, contribuem para o bem coletivo
da sociedade, mesmo quando traz algum retorno
sobre investimento, ainda assim é investimento na sociedade, e fará o bolo crescer. Este aqui não faz isso. Pode ser que dê alguma satisfação,
faça bem para o ego, deixe a pessoa orgulhosa ou alimente
a hipocrisia e o exibicionismo, mas não vai enriquecer a sociedade. O que alguns acham que é investimento
é apenas especulação. A intenção, ao gastar os cem mil dólares,
é conseguir encontrar um tolo, que poderia ele mesmo, após comprar
a casa por cem mil dólares, fazer a reforma do jeito que quisesse. É querer encontrar alguém disposto a pagar 150 mil por algo que custa menos,
cem mil dólares. De fato, este valor acabará caindo. Você apenas apostou que as bancadas de granito do seu gosto
agradarão também a outra pessoa, bem como o piso de madeira. Aliás, ao personalizar a casa assim, a pessoa está consumindo cem mil dólares
de coisas do seu agrado. Seria uma surpresa encontrar alguém realmente interessado em pagar
mais que cem mil dólares. Seria uma coisa sem lógica ou apenas
para usar um financiamento que faz parte da hipoteca. Para resumir tudo isso: o investimento acrescenta
valor à sociedade. Uma casa acrescenta valor
à sociedade. O consumo é algo que pode ser chamado de investimento,
mas é como especulação. Pode haver alguém que pague por algo
um valor sentimental, mas é dinheiro desperdiçado,
pois não gera mais valor para a sociedade. Até a próxima. [Legendado por Angela Barbosa]