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Mercado financeiro e de capitais
Curso: Mercado financeiro e de capitais > Unidade 8
Lição 7: 2011-2012 Crise da Dívida GregaCrise financeira da Grécia (parte 2)
O que a Grécia poderia ter feito se tivesse sua própria moeda. Versão original criada por Sal Khan.
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Transcrição de vídeo
Vamos rever a situação que atual na Grécia e entender melhor as suas opções. No último vídeo, vimos que a Grécia
estava gastando muito mais do que ela ganhava com impostos. Então o deficit continuou e,
ano após ano, o deficit se acumulou e as
dívidas aumentaram. E para piorar, a Grécia tentou encobrir
isso por muitos anos com malabarismos contábeis, porque
existiam regras do Banco Central Europeu sobre o quanto de dívida você poderia ter. Então ela tentava não cair na regra e
ainda aumentar a dívida, a fim de sustentar os gastos. Mas então, nos últimos anos, isso
ficou claro. Os malabarismos acabaram e quando
acabaram, primeiro, fez as pessoas perceberem
que fizeram bem às escondidas e segundo, eles tinham uma dívida pública
muito maior do que pensavam. A combinação dos dois, que o país estava
tentando esconder suas obrigações e não ser transparente com o mercado, e também ter uma dívida tão grande, fez com que as pessoas ficassem cautelosas
a respeito da capacidade do páis em cumprir suas obrigações. Assim,
a confiança dos investidores - quando eu digo investidores, me refiro
àqueles que compram títulos gregos, ou seja, aqueles que emprestam
dinheiro à Grécia - a confiança deles caiu e eles esperavam
uma taxa de juro maior. Maior juro do governo grego - e isso
piorou as coisas. Além de ter que continuar gastando
com os programas de crédito, o custo para financiar a dívida existente e agora a nova dívida causada pela
manutenção daqueles gastos, o custo da dívida aumentou. E isso colocou mais lenha na fogueira
do problema da dívida. Agora, no último vídeo, nós exploramos
algumas opções. Em particular, dissemos,
"E quanto a austeridade?" E quanto a situação na qual você poderia tentar aumentar a receita ou cortar
os gastos - as pessoas focam somente no
corte de gastos. E se realmente reduzíssemos os gastos
drasticamente? Algo realmente direto. Bem, há algumas complicações com isso. Um problema é que isso não é
nada popular e é um problema maior se você está
em recessão e isso poderia acentuar a recessão. Recessão mais acentuada... Honestamente, não foi popular
e nunca é popular, mas hoje, em 2012, é ainda
menos popular, pois a Grécia já passou por algumas
medidas de austeridade. Isso não é algo novo, eles já foram
socorridos em pequenas doses - e vou falar mais sobre o que
esse auxílio é - e como parte do pacote, as pessoas que
estavam ajudando disseram, "Veja, se vamos te dar algo, "se vamos usar o dinheiro dos nossos
contribuintes para te ajudar, "você deve cortas seus gastos." Mas em todas as medidas de austeridade,
isso desacelerou ainda mais a economia. A recessão continuou e era um senso comum
de que iria continuar, se o governo parece de gastar de uma vez, iria desacelerar uma economia que
já era devagar. Outro ponto é, por que a Grécia não
para de pagar suas dívidas? Por que não declara moratória? "Investidores, sinto muito sobre o
prejuízo, mas nós não vamos lhes pagar." Bem, o problema é que o caso é de gastar
mais do que recebe e todas as obrigações são em Euro. Ela não tem a prórpio moeda. E assim, se
eles declaram moratória, obivamente quem emprestou dinheiro
ficaria incomodado e eles nunca mais emprestariam
para a Grécia. E se eles não emprestam mais Euros
para a Grécia, ela não será capaz de continuar gastando
Euros como antes. Ela paga aposentadorias,
seguros-desemprego, todas as obrigações em Euros. E se declaram moratória, não poderão tomar
emprestados mais Euros para cumprí-las. E, mais uma vez, seria um tipo rápido
e intenso de austeridade, pois não haveria nem mesmo dinheiro e isso seria muito drástico, quase que
acabaria com o governo. Então, isso não é uma boa opção. Vamos explorar a terceira alternativa. Parece ser a solução provável que
a Grécia tenha que tomar. Vamos imaginar o que a Grécia poderia
ter feito se tivesse independência monetária.
Se tivesse a própria moeda. Lembre-se, é apenas hipotético, a Grécia já teve sua moeda, o Dracma,
antes de entrar pro Euro, mas vamos pensar no que ela poderia
ter feito no caso de ter a própria moeda. Isso não é uma certeza, pois a Grécia foi capaz de fazer empréstimos a baixas
taxas, historicamente, porque era parte da Zona do Euro, mas
vamos pensar se não fosse o caso, o que ela poderia ter feito se tivesse o
próprio Banco Central. Aqui estão alguns dados do
último vídeo. Se ela tivesse o prórpio Banco Central -
só para esclarecer, tudo isso é hipotético, a Grécia não tem
o próprio Banco Central hoje, para todos os países da Zona do Euro, o
Euro é impresso pelo Banco Central Europeu e não por algum país. Porém,
hipoteticamente, digamos que a Grécia tenha o próprio
Banco Central. Então, o Banco Central Grego... imprime os próprios Dracmas novos. Nesse caso, o Banco Central Grego
poderia começar a imprimir Dracmas e usá-los para comprar títulos do governo. Na prática, usar aquele dinheiro para
comprar títulos do Governo é emprestar para o Governo. Emprestar para o governo para que ele
possa gastar com as suas obrigações. Isso pode parecer bem oportuno -
praticamente uma parte do Governo, ou associada ao Governo,
imprime dinheiro, e o empresta ao Governo,
financia suas obrigações, mas o que logo lhe vem à cabeça é, "bem, imprimindo dinheiro dessa forma,
isso não vai gerar inflação?" E a resposta é que provavelmente sim. Porém isso pode ser a solução se você
está em um dilema como o da Grécia. Primeiro, inflação pode não ser tão ruim. Agora o país está em uma grande recessão, então existe uma capacidade extra e os
preços podem ser freiados. E no geral, inflação não é tão
dramática, não é nem tão baixa, mas nem tão alta. Você não terá que se preocupar com uma
hiperinflação, mas além disso, o Governo provavelmente
quer uma inflação considerável, talvez não 100% ou 1000%, mas algo como 10%, 20% ou 30%. E para pensar nisso, pense na idéia,
nesta Grécia hipotética, todas as suas obrigações não seriam
Euro. Suas obrigações seriam em Dracma. Então,
você consegue imaginar um mundo - vamos considerar essa Grécia hipotética e eu vou usar número hipotéticos para
facilitar o entendimento. Vamos considerar que essa Grécia, e
poderia ser qualquer outro país, e digamos que o PIB dela é de... um PIB de 100. Vamos considerar 100 na moeda deles,
100 Dracmas. E digamos que ela tenha obrigações
de crédito - tudo isso é anual - digamos 10 bilhões de Dracmas. Esse não é o caso da Grécia, pois suas
obrigações são em Euro, mas considere esse caso e além disso
há dívidas de valor, digamos, não sei, 150 bilhões na moeda deles. Suponha que você sofra inflação
por alguns anos e suponha que você teve inflação de
100% nos últimos anos, mas em termos reais, o seu PIB não
mudou. Então, em termos reais, você teve 100%
de inflação, produzindo o mesmo, o PIB nominal será de 200 bilhões. É a mesma quantidade de bens e serviços,
mas agora tudo custa o dobro, por isso agora é de 200 bilhões. Se você tivesse ajustado a inflação, seria
de 100 bilhões. O lado bom - e é raro relacionar inflação
com algo bom - mas isso seria bom para a Grécia nesse
caso. As suas obrigações de crédito ainda
seriam de 10 bilhões. Você ainda falaria, "Eu vou te pagar 10
bilhões", mesmo se aqueles 10 bilhões valham metade. Isso é muito mais fácil politicamente do que falar para que de repente a pensão
vai ser reduzida pela metade. É suicídio político. Mas ao inflar a moeda, nominalmente
parece que você está pagando o mesmo, mas está comprando menos. Isso é
mais viável. E a mesma coisa é revisar as dívidas. As dívidas não se ajustam com a inflação, então você ainda deve 150 bilhões, mas
como percentual do PIB, agora é metade, você reduziu pela metade o tamanho das
suas obrigações. Então existe uma solução viável e esse
caso hipotético talvez é a melhor solução: o Governo reduzir as obrigações por meio
da inflação. Então vou terminar aqui, com algo para
você pensar e depois pensamos no que a Grécia poderia fazer nessa
direção, mas mais importante, você pode começar a pensar porque
o mundo está com tanto medo. Isso é a Grécia, um país relativamente
pequeno, então por que a Zona do Euro está com
tanto medo? Por que as pessoas estão pensando em
ajudar a Grécia a fim de prevenir toda essa loucura e qual é a repercussão
no mercado global? Mas eu termino aqui e deixo essas questões
para você pensar. Lengedado por [Fernando M. Ramacciotti]
Revisado por [Breno Bertolucci]