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Mercado financeiro e de capitais
Curso: Mercado financeiro e de capitais > Unidade 8
Lição 7: 2011-2012 Crise da Dívida GregaPor que a Europa está preocupada com a Grécia
Por que a situação dos gregos é assustadora para a Europa como um todo. Versão original criada por Sal Khan.
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Transcrição de vídeo
Com base nos dados do vídeo anterior, e nos débitos sobre o PIB
que a Grécia possui, e sua fraca economia que já se
encontra em profunda recessão. É evidente quando se observa
os índices de desemprego. No período de outubro de 2010 a
março de 2012, os índices já eram altos. Desde 2010 têm sido exorbitantes.
Agora se encontram na faixa dos 20%, que é um número importante, mesmo
que seja um eufemismo para a situação, pois o desemprego afeta os
jovens desproporcionalmente. Se observarmos os
índices de desemprego entre pessoas nas faixa dos
20 anos, eles serão mais altos que os 20%, e isso já se observa
no mercado de títulos, onde já se exigem juros cada
vez mais altos da Grécia. Então, estes são os possíveis resultados - Aqui temos a Grécia. Os possíveis resultados para a Grécia. A única forma de a Grécia permanecer
na zona do Euro é ganhar um montante
que cubra seus débitos. Assim, uma opção é serem
resgatados pelo resto da Europa. A Alemanha tem um papel vital aqui,
pois é a maior economia da Europa. Porém, com o resgate, pode-se
alegar que, se vão receber o montante, os gregos devem cortar gastos,
e resolver sua má administração. Os pacotes de resgate estão
vinculados a alguma forma de austeridade. Já vimos que austeridade não é
politicamente popular na Grécia, mesmo porque é algo
difícil de se realizar no contexto de uma economia fraca. Já há índices astronômicos
de desemprego. O que acontece se o país
tomar medidas de austeridade? Se fizerem um corte drástico
nos gastos públicos, não se sabe a que ponto se pode chegar. O aumento do desemprego se deve
aos últimos resgates e à austeridade. É por isso que os gregos não concordam
com medidas de austeridade. Se não acontecer isto,
como falamos anteriormente, a única opção viável para a Grécia é sair da zona do euro. Então, deixar a zona do euro, que é um subconjunto da União
Europeia cuja moeda é o euro. E, como já vimos, não seria
um processo sem consequências. Deixariam a zona do euro,
a nova moeda seria o novo dracma e ele seria profundamente
desvalorizado em relação ao euro. Daí, temos uma tomada das poupanças. Talvez não por completo, mas
haveria desvalorização da poupança. Disso eles já sabem, e, por isso,
este resultado parece provável. Há um enorme levante de
depósitos agora na Grécia. As pessoas estão sacando seus
euros e guardando-os em casa para que não se convertam
no dracma desvalorizado. Porém, isto está tendo
um efeito enfraquecedor, está quebrando o sistema bancário. Então, pode-se ter falências bancárias. E toda a estratégia para
abandonar a zona do euro e trocar o euro pelo dracma, seria inflacionar os passivos, literalmente inflacionar os
encargos e obrigações de direito. Porém, esta inflação,
o que já se observou no passado, poderia facilmente se
converter em hiperinflação. E, se observarmos a austeridade
no contexto do resgate, ou neste outro contexto, a economia pode desmoronar
em médio prazo. Ainda não está muito claro,
exceto por uma anistia generosa, como isto pode ser evitado. Nesta situação, a
economia desmoronaria. E quando isso se dá,
de forma tão drástica, temos um assombroso
índice de desemprego que poderia levar a agitações sociais. E não estamos falando de uma taxa de
desemprego igual aos EUA, de 8%, 9% ou 10% mas de taxas até maiores que 20%,
30% ou 40% entre as pessoas que são mais
propensas a se agitarem socialmente, que são os jovens, logo este
cenário levaria a agitação social e até mesmo a manifestações radicais
quando o desemprego bater na porta e as pessoas se questionarem se
terão comida na mesa elas talvez comecem a apoiar
visões mais radicais. Tal situação já é bastante preocupante. A história da Europa nos diz que mesmo
que um país relativamente pequeno entre em uma crise tão grande, isto
poderá repercutir no resto da Europa. Assim começaram a primeira e a segunda
guerra mundial. Motivo suficiente para que o resgate
Grego seja seriamente considerado, e ele não vem sem consequências morais, o contra argumento é : Se sua dívida
fosse perdoada, isso não seria premiar sua má administração e
seus gastos excessivos? E até mesmo uma contabilidade duvidosa
na economia nacional. Se você é um contribuinte
alemão e suspeita desse resgate, você tem
certa razão. Por que vamos
mandar mais cheques aos gregos
se eles vão sair ilesos? Agora o lado grego dirá: "Já sofremos
o suficiente, chegamos ao nosso limite, já
passamos do limite, se você quiser que nossa sociedade
sofra ainda mais, então a sociedade grega corre o risco de desmoronar. Estamos
desesperados. Não é hora de nos dar uma lição de moral." Este é o motivo pelo qual as pessoas
estão preocupadas, mas há uma razão ainda maior de porque não é apenas a Grécia que está
preocupada com isso, talvez seja a primeira
a se preocupar, mas se a Grécia desmoronar, e
especialmente se a zona do euro, ou Europa não resgatar a Grécia,
isso dirá para o resto do mundo que a Europa não consegue resgatar
seus países. Como você pode ver no gráfico, a Grécia não está sozinha,
está na pior situação, mas logo atrás vem Portugal. E suas dívidas, dívidas de longo
prazo com juros de 12% ou 13%. Portugal tem 93% de dívidas sobre seu PIB
e uma taxa de desemprego bastante alta. Se a Grécia puder sair da zona do euro
sem resgate, investidores começaram a pensar: "Talvez Portugal também não seja
resgatado" Isso fará com que esperem
juros maior de Portugal sobre empréstimos, e
eles precisam de dinheiro para continuar operando do modo
como estão operando, mas qualquer aumento por menor que
seja, bem aqui, afetará o PIB português e o levará a uma
espiral de dívidas. O percentual da dívida
sobre PIB é quase 100% se precisarem pagar um por cento extra, este um por cento afetará o PIB e irá desacelerar ainda mais a
economia portuguesa e tornará seu fardo
mais pesado e o país caminhará na mesma
direção da Grécia. E, de novo, Portugal não está sozinho, a
Itália tem dívidas muito altas sobre o PIB Irlanda- dívidas altas em relação ao PIB, Espanha tem uma taxa de desemprego
muito alta. A maior preocupação aqui, os
dois maiores receios são o fato de que a Grécia pode se tornar um
ponto de instabilidade na Europa e o segundo, se isso não for resolvido, pode se tornar uma reação em cadeia
que se espalhará pela Europa, e as pessoas não irão querer mais
emprestar dinheiro a estes países, então isso se torna uma
profecia autorrealizável e eles talvez precisem deixar a
zona do euro. [Legendado por: Karoline]
[Revisado por: Flora Galvão]