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Curso: Mercado financeiro e de capitais > Unidade 6
Lição 10: Falência de empresasCapítulo 7: Liquidação de falência
Introdução à liquidação de falência (Capítulo 7). Versão original criada por Sal Khan.
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- no trecho07:29do vídeo fiquei curioso para saber se no caso da hipoteca de um imóvel é possível fazer um seguro mesmo que seja parcial, e em uma seguradora não indicada pelo banco financiador do imóvel.(1 voto)
Transcrição de vídeo
Na última série de vídeos, pudemos
nos familiarizar com os métodos de uma empresa para se financiar: através de capital de terceiros
ou capital próprio. Aprendemos que capital de terceiros
são os títulos de dívida e o capital próprio são as ações. E então deixei uma pergunta pendente. Mas antes, vou traçar o gráfico. Aqui estão os ativos da empresa. Uma empresa pode gerar ativos através
de investidores em seu capital próprio. Como já mostrei antes, começa-se com um investidor anjo,
ou talvez um tio rico, e depois se faz aos investidores de risco
a oferta pública inicial, seguida da segunda oferta,
e assim por diante. O poder público pode comprar
as ações da empresa se for um banco forte o suficiente
para não falir. Mas falaremos sobre isso depois. Capital próprio é uma forma de obter dinheiro ou recursos para comprar os ativos e tocar a empresa. A outra forma é pedir emprestado
de terceiros. Assim, os que emprestarem se tornam
co-proprietários da empresa. O detentor do capital vende parte
do capital próprio ou algumas ações da empresa e quem pagar, se torna um sócio. Outra maneira é pedir dinheiro emprestado. Deixe-me traçar aqui, o passivo. A dívida não é o único tipo de passivo mas quero simplificar. Em geral, o passivo significa
uma obrigação que se cumpre no futuro. Passivos. Sim, aqui estão os passivos. E vamos supor que o empréstimo é o passivo principal. Pode-se ter outros, algum tipo de responsabilidade legal,
como um processo. Suponha que você tenha aplicado amianto em áreas de lazer pensando que seria bom para o equipamento e agora está sendo responsabilizado, porque... Pode-se imaginar. Vamos apenas simplificar, dizendo que o empréstimo é o único passivo. Há vários tipos de empréstimos. Se for com garantias, é chamado título de dívida. Seria uma nota promissória da empresa que pagará também cupons ou juros. Pode ser também um empréstimo normal, em que se deve ao banco. E deixei uma pergunta no vídeo passado. Eu disse: vamos supor que esta empresa
vá à falência e digamos que estes ativos
não tenham muito valor. Normalmente, apenas vende-se os ativos para pagar os credores e os donos do capital ficariam
com o resto. Então, se os registros contábeis... Já falamos antes sobre valor contábil
versus valor de mercado. O valor contábil é o que está
nos registros contábeis. Digamos que seja dez milhões de dólares em terras, fábricas e outras coisas. Dez milhões de dólares. Digamos que a dívida seja
seis milhões de dólares e o patrimônio líquido, quatro milhões de dólares. Se, por alguma razão, a economia
ficar estagnada ou se o negócio se tornar inviável, então, a empresa irá à falência. Falaremos mais especificamente
sobre os tipos de falência, mas digamos que seja liquidação. Na verdade, serei específico desde já. Quando se diz falência, é uma palavra muito comum. A maioria das pessoas têm uma ideia
do que significa. Sabe-se que é ruim. É quando a empresa não pode mais
operar como antes. Mas confunde-se o significado. Na verdade, há dois tipos da falência: a liquidação, que é quando o negócio perde todo o sentido. Já não vale a pena ter empregados
e gerir as fábricas. Deixou de ser lucrativo. É melhor vender tudo, liquidar tudo. Este tipo está na categoria
do capítulo sete. E estamos tratando apenas
de falência de empresas. Quando é pessoal, se diz insolvência civil
e farei vídeos sobre isso, porque pode ser relevante
na economia atual. O outro tipo é a reorganização ou reestruturação, em que se vê que esta fábrica, na verdade,
está sendo útil, está gerando dinheiro. E pode até gerar mais valor
se continuar funcionando. Então, enquanto funciona, reorganizamos a empresa, ou seja,
o lado dos passivos, talvez cancelando algumas dívidas. Mostrarei como se faz isso
de maneira justa. Mas só para entender este cenário simples, consideremos a liquidação. Digamos que eu tenha uma loja de sapatos on-line, e que, de repente, todos pararam de usar sapatos. Saiu de moda. Agora não faz mais sentido
vender sapatos on-line. Então liquido todos os meus bens: imóveis, armazéns, e tudo o mais. E como perguntei no último vídeo,
a quem se paga primeiro? Na liquidação, quando se vai à falência, todos os ativos são entregues
ao juiz de falência. Venderão estes ativos não mais por dez milhões de dólares. Consegue-se apenas, digamos, cinco milhões de dólares. Valiam mais antes, quando eram úteis, mas agora não. Os ativos... A propósito, falei que há duas maneiras
de levantar capital, mas na verdade há três: Pode-se vender ações ou emitir títulos de dívida, que é pedir
dinheiro emprestado. E a terceira maneira seria
gerar dinheiro. Espera-se de uma empresa, que dê lucros, gerando mais capital para o negócio. Falaremos sobre isso depois. Obviamente, a melhor maneira
de gerar capital para o negócio é quando o próprio negócio gera capital. Então, vamos supor que esses ativos não valem mais
dez milhões de dólares. Deixe-me ajustar. Agora valem cinco milhões de dólares. A pergunta do último vídeo foi: quem receberá este dinheiro? Devemos dividí-lo uniformemente
entre todos? Ou será que um deles tem mais direito
que os outros? Acho que você pode ter uma noção, se reparar de onde cortei
os cinco milhões. Quem receberá sua parte primeiro? São os detentores de títulos de dívida. Como demonstrado aqui,
você pode ver que quem estiver na parte de cima tem mais prioridade. E quem estiver na parte de baixo,
tem menos prioridade. Na apuração do capital da empresa se sobrar algum valor, quem será o primeiro a receber? Até mesmo entre os credores há faixas diferentes de dívida. Há distinção entre os titulares, dependendo dos níveis de prioridade. Neste nível teríamos os títulos de dívida garantida. Estão no topo da lista, são os primeiros a receber seu dinheiro. E são títulos garantidos por ativos, ou seja, podem ser pagos com uma propriedade ou algo assim. Geralmente, no mundo financeiro real, a hipoteca é uma dívida garantida pela casa. Se a pessoa não puder pagar a dívida,
o banco vem e toma a casa, executa a hipoteca. A dívida é garantida por caução. No caso de falência, o credor pode imediatamente tomar a propriedade
dada como caução. Portanto, é um tipo especial de dívida. Dívida garantida. Logo abaixo podemos ter títulos de dívida sem garantia. E há outros tipos, como preferenciais,
subordinadas, e outras, mas só para ter uma noção da hierarquia, alguns credores recebem primeiro. Se sobrar dinheiro, vai para este credor,
depois para este. Se ainda restar alguma coisa,
vai para este credor. No processo de falência
ocorrem negociações entre os níveis de títulos de dívida. Terei exemplos mais complexos
em vídeos futuros para dar mais detalhes sobre falências. A noção básica é que os preferenciais
recebem em primeiro lugar; em seguida, os não-preferenciais,
e assim por diante. E é bem possível que não sobre dinheiro
para o capital próprio. E isso faz sentido. Todos os titulares da dívida
tinham recebido juros, pelo risco que corriam
das coisas irem mal. Os donos do capital arriscam mais: quando tudo corre bem, lucram bastante; mas quando não dá certo, é deles
a desvantagem maior. E eles têm a sorte de não ficar
devendo dinheiro, e isto é a beleza da estrutura corporativa
com responsabilidade limitada. No passado as pessoas tinham que pagar
o que faltasse. Neste caso, ficariam devendo
um milhão de dólares e poderiam até ir para a prisão. Falarei mais sobre isso depois. Mas voltemos às tranches de dívidas. Estas são as dívidas sem garantia
ou seja, são importantes e estão bem posicionadas na lista, mas não são garantidas por ativos. Só receberão enquanto houver
dinheiro suficiente. Vamos colocar números aqui. Digamos que seja um milhão em dívidas garantidas e digamos que sejam dois milhões em dívidas sem garantia. E aqui teríamos dois milhões de subordinadas, que são as não-preferenciais
sem garantia. Neste exemplo, o juiz de falências vai liquidar tudo
na ordem de prioridades. A estes devolve-se um milhão de dólares, e ficam quites. Eles cobravam uma taxa de juros baixa porque pensavam que seu risco
não era tão alto. Os titulares da dívida sem garantia recebem seus dois milhões. E então, sobra um milhão. Com este um milhão de dólares,
paga-se as dívidas subordinadas. Terão de volta 50 por cento
de seu dinheiro. Tiveram um pouco de prejuízo,
mas tudo bem, porque quando as coisas corriam bem
eles receberam juros mais altos para compensar o risco. Normalmente, quanto mais baixa a prioridade, o titular assume mais risco,
e cobra juros mais altos. Neste caso, os donos do capital próprio não recebem nada. Eles perderam tudo.
Isto é zero. Agora já sabemos a resposta. Os titulares da dívida recuperam
seu dinheiro, em primeiro lugar. E se tivesse sobrado, digamos, sete milhões de dólares em vez
de cinco milhões, seria possível pagar os seis da dívida
completamente, e os donos do capital próprio ficariam
com um milhão de dólares. Sobraria algo para eles se houvesse
dinheiro suficiente. Assista no próximo vídeo... Este foi sobre liquidação, quando o negócio se torna inviável e se liquida tudo, vende-se tudo para pagar os credores. No próximo vídeo falarei
sobre a reorganização, quando é um bom negócio,
com um único defeito: ter passivos demais. Até o próximo vídeo. [Legendado por Angela Barbosa]