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Macroeconomia
Curso: Macroeconomia > Unidade 3
Lição 9: Estabilizadores automáticosEstabilizadores automáticos
Além da política fiscal discricionária, há políticas e instituições que podem ajudar a reduzir oscilações no ciclo de negócios. Este vídeo discute o papel dos estabilizadores automáticos no ciclo de negócios.
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Transcrição de vídeo
RKA4JL - E aí, pessoal!
Tudo bem? Aqui temos um gráfico que representa um ciclo
econômico de que já falamos em outros vídeos. O eixo horizontal representa o tempo
e o eixo vertical o PIB real e essa reta azul você pode entender como o resultado
do pleno emprego em diferentes momentos e pode ver que é uma reta crescente. Portanto, temos um crescimento econômico. Talvez a população esteja aumentando
e com isso estão ficando mais produtivos. Talvez com uma melhor educação,
ou quem sabe uma melhor tecnologia. Mas sabemos que economias reais não têm
um crescimento tão agradável e limpo como esse. Em vez disso, elas experimentam períodos de ciclo
em torno da produção de pleno emprego. Às vezes estão acima
da linha de tendência, como você pode ver aqui
onde tem um hiato do produto positivo e também pode estar abaixo da linha de tendência,
onde tem um hiato de produto negativo. Já falamos em outro vídeo
a respeito de política fiscal e vimos que são ferramentas
que os governos usam a fim de fechar
essas aberturas de produção, essas brechas ou hiato,
como costumamos dizer. Mas, por exemplo, se você tem
um hiato de produção positiva e o governo teme que a economia superaqueça,
que haja uma inflação, eles podem ter uma política fiscal
que chamamos de contracionista. Isso significa que o governo vai tentar
fazer algo para que esse buraco se feche. Quando há um hiato de produto negativo,
isso significa que as pessoas estão sem trabalho e nesse momento o governo vai dar
um pacote de estímulos para melhorar isso. E como eles podem fazer isso? Diminuindo impostos
e aumentando os gastos do governo. Esse tipo de política fiscal em que o governo
está fazendo algo especial para essa circunstância a fim de melhorar o cenário negativo
é o que chamamos de política discricionária. Neste vídeo vamos focar no que chamamos
de estabilizadores automáticos e que são chamados assim porque agem
para estabilizar os ciclos econômicos. E claro, são desencadeados automaticamente,
sem uma ação explícita do governo. Quais são exemplos
desses estabilizadores automáticos? O primeiro deles são os impostos. Eu sugiro que você pause o vídeo e pense em como os impostos
ajudam a suavizar essas flutuações. Vamos lá, então. Vamos pensar no que está acontecendo
em uma parte desse ciclo econômico em que a economia
está se expandindo. Digamos que seja aqui
ou, quem sabe, aqui. O que está acontecendo
com os impostos? Nesses dois cenários em que temos
o hiato do produto positivo seria o caso em que a renda das pessoas
aumenta mais e mais e os lucros corporativos
são cada vez maiores. Com isso, a nossa variação
de impostos será positiva e, além disso, esses impostos não crescem
apenas em termos absolutos de dólares, mas provavelmente vão crescer a um ritmo
mais rápido do que a economia. E por que isso acontece? Quando eu economia fica positiva,
quando começa a se expandir cada vez mais, mais e mais empresas
se tornarão lucrativas, correto? E se pensar no Imposto de Renda pessoal
abaixo de um certo nível de renda em muitos países, você nem precisa pagar impostos e que para cada dólar
ou aumento de 10 mil dólares, a taxa de impostos
nessa parte pode subir. É por isso que o valor absoluto
em dólares dos impostos provavelmente aumentará em um ritmo
mais rápido do que o crescimento econômico real. Vamos pensar no que acontece
no cenário oposto, ou seja, o que acontece com os impostos
quando estamos em uma recessão. Digamos que estamos
neste ponto aqui. Nessa situação, os lucros corporativos
são mais baixos. Algumas empresas não serão tão lucrativos
e, em alguns casos, nem pagarão impostos. As pessoas vão ganhar
cada vez menos dinheiro e, com isso, a variação de impostos
será negativa. Além disso, a taxa de redução de impostos provavelmente ficará maior
do que a taxa de diminuição do PIB real, ou seja, o multiplicador de impostos
vai ficar negativo e isso suaviza
um pouco dessa curva. Outros exemplos
de estabilizadores automáticos seriam coisas como pagamentos
de bem-estar e seguro-desemprego. Mas por quê? Quando os tempos são bons,
quando se tem esse hiato do produto positivo, as pessoas vão precisar cada vez menos desses
pagamentos de bem-estar ou do seguro-desemprego e nesse cenário nós temos
uma diminuição nos gastos do governo. Isso porque ele não precisa
pagar esses benefícios. Essa diminuição de gastos
é o que chamamos de contracionismo e serve para suavizar
um pouco essa curva. E de novo, quando
entramos em recessão, quando começamos a ter um hiato
de produto negativo, mais e mais pessoas vão precisar desse bem-estar
ou do seguro-desemprego. Isso aumenta os gastos do governo que, por sua vez,
com o multiplicador, pode suavizar essa curva. Então o que aprendemos aqui é que quando o governo
faz algo explicitamente para suavizar essa curva, ele está fazendo
uma política fiscal discricionária. Mas você pode ter alguns mecanismos
automáticos no sistema que podem suavizar a curva independentemente
de onde estamos no ciclo econômico. Esses mecanismos têm o efeito de amortecimento.
Eles suavizam essa oscilação e são o que chamamos de
estabilizadores automáticos. Eu espero que essa aula tenha os ajudado
e até a próxima, pessoal!