Conteúdo principal
Macroeconomia
Curso: Macroeconomia > Unidade 3
Lição 5: Equilíbrio no modelo DA/OAEquilíbrio de curto e longo prazos e o ciclo de negócios
A interação entre a OACP e a DA determina a renda nacional. Podemos comparar essa renda nacional com a renda nacional do pleno emprego para determinar a atual fase do ciclo de negócios. Diz-se que uma economia está em equilíbrio de longo prazo quando o produto do equilíbrio de curto prazo é igual ao produto do pleno emprego.
Quer participar da conversa?
Nenhuma postagem por enquanto.
Transcrição de vídeo
RKA2JV - O objetivo deste vídeo
é falar sobre a noção de equilíbrio em uma perspectiva
macroeconômica. Então, que tal revermos
alguns pontos já estudados sobre demanda agregada
e oferta agregada? Pois bem, aqui temos
o eixo vertical, que representa o nível
de preço na economia que estamos
tentando estudar (P). E temos o eixo horizontal, que representa o PIB real
para essa economia. Então, eu poderia traçar uma
curva de demanda agregada. Em vídeos anteriores,
conversamos longamente sobre o porquê de os economistas gostarem
de modelar essa curva como descendente. Mas, mais uma vez, reitero:
aceitemos a convenção porque, neste caso,
ela facilita o entendimento. Do outro lado, eu também poderia
desenhar uma curva de oferta agregada. Vou chamar esta curva de oferta
agregada de curto prazo: OACP. E chamarei de oferta
agregada de curto prazo 1, porque pode haver muitas
outras curvas de oferta agregada. Da mesma forma, eu poderia olhar
para outras curvas de demanda, mas, por enquanto,
vamos deixar assim. Curva de demanda e pronto.
Muito bem. Dadas estas curvas,
qual seria o nível de preço e o nível de produção
para esta economia? Pause o vídeo e pense
um pouquinho sobre isso. Pronto. Muitos de vocês terão dito que este ponto
de intersecção entre as duas curvas é o ponto de equilíbrio
entre a oferta e a demanda. Se você disse isso, perfeito. Neste caso, este seria o ponto
de equilíbrio da produção no curto prazo. Vamos chamá-lo de y₁ e vamos denominá-lo
produção de equilíbrio de curto prazo, que é o ponto em que a produção
corresponde ao cruzamento entre a oferta agregada de curto prazo
e a demanda agregada, certo? E aqui, no eixo vertical, este seria
o nosso preço de equilíbrio, certo? O preço pago pela produção no curto prazo
no seu ponto de equilíbrio. Vou chamá-lo de P₁. Agora, é só isso? E se tivéssemos um nível
de preço ainda mais baixo? Aqui, por exemplo.
Olha só. Neste nível de preço, vemos que a demanda
agregada ultrapassa a oferta agregada. A este preço, o que
o mercado deseja comprar é mais do que os fabricantes
podem vender. A demanda é maior
que a oferta, e isso representa uma
situação de escassez, porque não há produção suficiente
para toda essa demanda. O que provavelmente
vai acontecer? Quem produz
vai pensar assim: "Hmm, se eu cobrar um pouco mais
pela produção, eu vou ganhar mais. Ganhando mais,
eu posso produzir mais." E aí eles vão subir a curva da oferta
em direção a este ponto de equilíbrio. Do lado da demanda,
as pessoas diriam: "Ei, eu não estou tendo
a entrega que eu preciso. Eu toparia até
pagar mais por isso, desde que essa
entrega não falhasse." Só que, à medida que o custo
da produção aumenta de um lado, a demanda diminui do outro. E o que acontece?
Voltamos ao ponto de equilíbrio. O mesmo raciocínio pode
ser feito na situação inversa. Se o preço fosse
este, por exemplo. Nesta situação, a oferta
agregada de curto prazo é maior que
a demanda agregada. Produz-se mais
do que se consome. Então, os produtores pensam: "Melhor cobrar um pouco
menos e produzir menos." E, do lado da demanda,
os compradores pensam: "Agora que o preço está baixando,
eu posso comprar mais." E a oferta diminui, e a demanda cresce,
e retornamos ao ponto de equilíbrio. Tudo bem, mas, por enquanto, nós só
estamos tratando do curto prazo, certo? E no longo prazo?
Você deve se lembrar. Em vídeos anteriores, falamos sobre
a oferta agregada de longo prazo. Vem comigo! Vamos imaginar
que esta curva aqui representa a oferta
agregada de longo prazo. E aqui, onde ela cruza
o eixo horizontal, este yf, poderíamos enxergar isto como a produção
de uma economia em pleno emprego, uma produção sustentável
de uma economia em pleno emprego. Mas olha só o que
está acontecendo aqui. Nossa produção de equilíbrio
de curto prazo (y₁) é menor que a produção
de pleno emprego (yf). Temos aí uma lacuna. Temos, portanto, um ponto negativo
entre nossa produção de pleno emprego e nossa produção
de equilíbrio. Se levássemos essa questão
para o contexto do ciclo de negócios, onde estaríamos? Vamos ver. Deixe-me desenhar aqui
o ciclo de negócios. Agora eu vou colocar
o PIB real no eixo vertical. E aqui, no eixo horizontal,
vou considerar o tempo. Em qualquer momento
nesse período de tempo, haverá um yf
neste gráfico, uma potencial
produção sustentável. E, quando eu digo "sustentável",
digo que, nesta economia, os recursos estão
sendo bem utilizados, de forma responsável,
que a sociedade como um todo vive em pleno bem-estar,
coisas assim. Então, aqui podemos ter
esse ponto yf. Pode ser aqui. E, alguns anos depois, quem sabe
a população cresceu, há melhor infraestrutura,
a tecnologia se desenvolveu. Dá para continuar sendo
sustentável e produzir mais. Então, agora esse
ponto está aqui. Aí, mais uns anos, e eles agora
podem produzir neste patamar, sempre de forma
sustentável, considerando que se trata de uma
economia de pleno emprego. Então, você pode imaginar
um mundo cor-de-rosa em que uma economia
de pleno emprego poderia crescer assim, de uma forma muito
consistente e muito positiva. Lindo. Só que a gente sabe que não é assim
que funcionam as economias. Elas vivem
ciclos de negócios, e o ciclo de negócios
nunca é tão linear deste jeito. Está mais para isto aqui:
picos e vales, expansões e quedas. Em alguns ciclos o PIB cresce,
temos expansão econômica. Aqui e aqui, por exemplo.
Expansões econômicas. Em outros ciclos a economia
sofre recessão, o PIB cai. Temos, por exemplo,
esta recessão, esta. Beleza. Mas voltemos ao gráfico anterior e analisemos este nosso
ponto de equilíbrio y₁. Onde ele estaria no gráfico
do ciclo de negócios? Pause o vídeo
e pense um pouco. E aí, pensou? Pois bem. Temos um ponto em que a produção
de equilíbrio de curto prazo está abaixo da produção
de pleno emprego. Isso a corresponderia a algum
ponto em que o PIB real está abaixo desta curva
de pleno emprego. No caso, poderia
ser aqui, ou aqui, ou aqui, por exemplo. Se fosse aqui, então teríamos,
no eixo vertical, o ponto de produção
de equilíbrio de curto prazo y₁. E, aqui, o yf, referente
a este momento, certo? Porque, à medida que avançamos
no tempo, o yf vai crescendo também. Ele vai se movendo para a direita
conforme a população vai crescendo, conforme a tecnologia
vai se desenvolvendo, sempre sob uma
perspectiva de economia plena. Mas você pode
estar pensando: "Ok, tudo bem, mas e os outros pontos?
Haveria outros cenários possíveis?" Claro que sim.
Volte aqui comigo. E se a nossa curva de oferta
agregada de curto prazo estivesse aqui? Nós teríamos um preço
de equilíbrio menor, certo? P₂ menor que P₁. E uma nova produção
de equilíbrio y₂, aqui. E está aí. Agora temos uma lacuna positiva entre
a produção de equilíbrio no curto prazo e a produção
de pleno emprego. Lá no ciclo de negócios, esse ponto y₂
poderia estar, por exemplo, aqui, e o yf correspondente aqui, etc. Mas você pode
ainda estar em dúvida. Como é que se pode, afinal,
produzir além do pleno emprego? Simples: essa economia está produzindo
além do que seria sustentável produzir. Deve estar usando recursos
de forma desordenada, as pessoas devem estar trabalhando
além das suas capacidades, estressadas, a produção não se
sustenta no longo prazo. Só que nós temos ainda
um terceiro cenário, onde a produção de equilíbrio de curto
prazo é igual à produção em pleno emprego. Teríamos, neste caso, uma curva de
oferta agregada mais ou menos aqui, olha. E claro, a produção de
equilíbrio de curto prazo y₃ seria igual à produção
de pleno emprego. Isso é considerado um
equilíbrio de longo prazo. No ciclo de negócios, esses pontos
de equilíbrio estariam onde? Bem ali, nas intersecções
entre a curva de pleno emprego e a curva normal de expansões
e recessões econômicas: aqui, aqui e aqui. Em próximos vídeos, vamos
ver como a demanda agregada e a oferta agregada
de curto prazo se adaptarão exatamente
ao ciclo de negócios. Fique atenta!
Fique atento, também! Até lá!