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Macroeconomia
Curso: Macroeconomia > Unidade 3
Lição 8: Política fiscalPolítica fiscal para resolver hiatos do produto
A política fiscal pode ser usada para fechar hiatos do produto. Política fiscal significa usar impostos ou gastos do governo para estabilizar a economia. Uma política fiscal expansionista pode fechar hiatos deflacionários (por meio da redução de impostos ou do aumento de gastos) e uma política fiscal contracionista pode fechar hiatos inflacionários (por meio do aumento de impostos ou da redução de gastos).
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Transcrição de vídeo
[RKA20C] E aí, pessoal?!
Tudo bem? Nesta aula, vamos ver algumas políticas
fiscais para resolver hiatos do produto. Para isso, temos uma economia aqui
com o hiato do produto. Como você pode ver,
o produto de equilíbrio está abaixo do nosso produto
de pleno emprego. Às vezes, isso é chamado de
hiato do produto recessivo. Em outros vídeos,
falamos que pode haver mecanismos de autoajuste
em longo prazo, porque estamos abaixo
do pleno emprego. Com isso, as pessoas que
querem um emprego vão trabalhar por cada vez menos. Com isso, talvez a nossa curva de
oferta agregada de curto prazo mude para baixo
ao longo do tempo, e, com isso, vamos ficar com algo
mais ou menos assim. Esta seria a nossa curva de oferta
agregada de curto prazo 2. Neste caso, estaríamos
em um novo equilíbrio, em que o nosso
produto de equilíbrio é igual ao nosso
produto de pleno emprego. Digamos que estamos em um cenário
em que, por algum motivo, estamos presos a este ato
do produto negativo, e você é o governo
e quer fazer algo a respeito. Ou seja, você quer voltar para
a produção de pleno emprego. Existem alguns mecanismos
que podem lhe ajudar com isso. Você tem a política fiscal, que tem tudo a ver
com quanto você gasta. Então, gastos do governo
ou alteração de impostos. Em teoria, se os gastos
do governo aumentam, vai aumentar também
a produção total. E se o governo tributa menos,
há mais dinheiro na economia, e isso também pode aumentar
a produção total. Também temos a política monetária,
que não vamos comentar neste vídeo, mas ela mexe com
a oferta de dinheiro. Se, por exemplo, houver
mais dinheiro lá fora, ou as taxas de juros
estiverem mais baixas, isso pode aumentar
a produção. Então, fornecimento, ou seja,
oferta de dinheiro ou taxa de juros. Essa política monetária teria
como responsável o Banco Central. Mas, como eu disse, nesta aula, vamos nos concentrar
nas políticas fiscais. Então, o que queremos é que
esta curva se desloque para a direita, mais ou menos assim. Com isso, vamos ter uma curva
de demanda agregada 2. E como fazemos isso? Ou seja, como movemos a curva
de demanda agregada para a direita de modo que tenhamos a nossa
produção de pleno emprego? Existem dois mecanismos,
como já falamos. Um equívoco que muitas
pessoas cometem é dizer, por exemplo, "se aumentassem os gastos do governo
em 100 bilhões de dólares, isso seria equivalente
a reduzir os impostos em 100 bilhões de dólares". Isso porque haveria 100 bilhões
de dólares a mais na economia para aumentar a produção. Mas é preciso ter muito
cuidado com isso. Lembre-se que já falamos
a respeito de multiplicadores. Mas, se você não se lembra,
o multiplicador é igual a 1 sobre 1 menos a propensão
marginal a consumir. E temos, também, o nosso
multiplicador de impostos, no qual, se você tem um
aumento de impostos, vai ser igual a menos
a propensão marginal a consumir sobre 1 menos
a propensão marginal a consumir. O negativo acontece
quando você aumenta os impostos. Isso tem um efeito colateral
sobre os gastos. E a razão pela qual você tem uma propensão marginal
a consumir no numerador é que, se você tivesse
os impostos reduzidos em, digamos, 100 dólares, dependendo da sua propensão,
se ela for menor que 1, você não vai gastar todos
esses 100 dólares, ou seja, você vai gastar
uma fração disso. Vai ser a propensão
marginal a consumir vezes os cem dólares. Por outro lado,
se o governo gastar 100 dólares, eles foram todos gastos. Para você ver a diferença entre
os dois tipos de multiplicadores, vamos analisar
um exemplo mais prático. Digamos que o governo gasta
100 bilhões de dólares. Qual vai ser o impacto disso? Digamos, também, que
a propensão marginal a consumir seja igual a 0,8. Qual seria o impacto na economia? Você pegaria os 100 bilhões de dólares
e multiplicaria pelo multiplicador, que, neste caso,
é 1 sobre 1 menos a propensão,
que, neste caso, é 0,8. Isso será igual a 100 bilhões
divididos por 0,2, que é igual a
500 bilhões de dólares. Então, neste caso,
o nosso multiplicador foi 5. Mas e se, em vez disso,
fôssemos por outro caminho? Ou seja, o governo decidisse
diminuir os impostos em 100 bilhões de dólares, reduzir os impostos em
100 bilhões de dólares. E vamos dizer que teríamos a mesma
propensão marginal a consumir, ou seja, 0,8. Nesta situação, qual vai ser
o nosso multiplicador de impostos? Estamos diminuindo impostos, correto? Isso vai compensar este negativo aqui. Portanto, 100 bilhões vezes
a propensão marginal a consumir, que, neste caso, é de 0,8, e dividimos isso por 1 - 0,8, que é a propensão marginal a consumir. Esta parte já calculamos e vimos que deu
500 bilhões, correto? Então, isso é igual a
500 bilhões vezes 0,8. E quanto vai dar? Vai ser igual a 400 bilhões de dólares. Para você entender isso, se o governo gasta
100 bilhões de dólares, esse dinheiro é gasto. Então, você tem a propensão
marginal a consumir que incrementa o consumo, e, com isso,
vamos ficar com 500 bilhões. Mas, com a redução de
100 bilhões de dólares, os primeiros 100 bilhões
não necessariamente são gastos. Se eu reduzir meus impostos, e digamos que todos sejam
por minha conta, em 100 bilhões,
posso economizar parte disso com base nesta propensão
marginal a consumir. Posso economizar, por exemplo,
20 bilhões de dólares e gastar os outros 80 bilhões. Com base neste
modelo simplificado, você tem um impacto menor
no valor total. Essa conclusão
é muito importante! Para a política fiscal,
temos gastos ou tributação. Mas você utiliza um multiplicador
diferente para cada um. Com isso, não necessariamente esses
multiplicadores são equivalentes. Espero que esta aula tenha lhe ajudado. Até a próxima, pessoal!