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Conteúdo principal

Demanda agregada na análise keynesiana

Pontos Principais

  • Demanda agregada é a soma de quatro componentes: consumo, investimento, gastos do governo e as exportações líquidas.
  • O consumo pode mudar por diversas razões, incluindo movimentos na renda, impostos, expectativas sobre rendimentos futuros e alterações nos níveis de riqueza.
  • O investimento pode mudar em resposta à sua rentabilidade esperada, o que, por sua vez, é moldada por expectativas sobre o crescimento econômico futuro, a criação de novas tecnologias, o preço dos principais insumos e incentivos fiscais para investimentos. O investimento também pode ser alterado quando as taxas de juros aumentam ou diminuem.
  • Gastos do governo e impostos são determinados por razões políticas.
  • Mudanças nas exportações e importações mudam de acordo com taxas de crescimento relativas e preços entre duas economias.
  • Rendimento disponível é o rendimento após as taxas.
  • Uma lacuna inflacionária existe quando o equilíbrio está em um nível de produção acima do PIB potencial.
  • Uma lacuna recessiva existe quando o equilíbrio está em um nível de produção abaixo do PIB potencial.

Demanda agregada na análise keynesiana

A perspectiva keynesiana foca na demanda agregada. A ideia geral é que as empresas ofertam produtos apenas se tiverem a expectativa de vendê-los.
Sendo assim, enquanto a disponibilidade dos fatores de produção determina o produto interno bruto, ou PIB, potencial de uma nação, a quantidade de produtos e serviços sendo realmente vendidos—conhecido como PIB real—depende da demanda existente em toda a economia. Você pode ver este conceito representado graficamente no diagrama abaixo.
O modelo keynesiano DA/OA
Essa visão keynesiana do modelo de DA/OA mostra que com uma oferta agregada horizontal, uma queda na demanda leva a uma queda de produção, mas não a uma queda nos preços.
Créditos da imagem: Figura 1 em "demanda agregada em Análise Keynesiana" por OpenStaxCollege, CC BY 4.0
Keynes argumentou que, por razões que explicaremos em instantes, a demanda agregada não é estável—pode mudar inesperadamente.
Suponha que a economia comece onde AD0 intercepta SRAS no P0 e Yp no diagrama acima. Porque Yp é um produto potencial, a economia está em pleno emprego. Mas, por conta da demanda agregada ser volátil, pode rapidamente cair. Desta maneira, mesmo que comecemos no Yp, se a demanda agregada cair, nós estaremos no que Keynes chamou de lacuna de recessão. A economia está em equilíbrio, mas abaixo do pleno emprego, como mostrado em Y1. Keynes acreditava que a economia tenderia a ficar na lacuna de recessão, com o seu respectivo desemprego, por um período significativo.
Igualmente—embora não seja mostrado na figura—se a demanda agregada crescer, a economia pode experimentar uma lacuna inflacionária, onde a demanda está tentando empurrar a economia além do produto potencial. Como consequência, a economia experimentaria inflação.
A principal implicação política para qualquer situação é que o governo precisa intervir e fechar a lacuna, aumentando os gastos durante as recessões e diminuindo durante os crescimentos, para devolver a demanda agregada à produção potencial.
Uma vez que a demanda agregada é a despesa total, em toda a economia, em bens e serviços domésticos, os economistas também se referem a ele como despesa total planejada. Podemos calcular a demanda agregada somando seus quatro componentes: despesa de consumo, despesa de investimento, despesa do governo e despesa em exportações líquidas - exportações menos importações.
Neste artigo, examinaremos cada componente da perspectiva keynesiana.

O que determina a despesa de consumo?

Consumo é feito pelas famílias e indivíduos em bens duráveis, bens não-duráveis e serviços. Bens duráveis são coisas que duram e fornecem valor ao longo do tempo, tais como automóveis. Bens não-duráveis são coisas como compras de mercado — uma vez que você os consumem, eles já foram. Serviços são coisas intangíveis que os consumidores compram, como cuidados de saúde ou entretenimento.
Keynes identificou três fatores que afetam o consumo:
  • Renda disponível: para a maioria das pessoas, o determinante mais poderoso de quanto se consome é quanto elas levam para casa como renda. O restante dessa renda também é também conhecida como renda disponível, que é a renda após impostos.
  • Renda futura esperada: expectativas do consumidor sobre renda futura também são importantes na determinação do consumo. Se os consumidores se sentem otimistas sobre o futuro, eles são mais propensos a gastar e aumentam a demanda agregada total. Notícias sobre recessão e problemas na economia irão reter decisões sobre o consumo.
  • Riqueza ou crédito: quando as famílias experimentam um aumento na riqueza, elas podem estar dispostas a consumir uma parte maior da sua renda e poupar menos. Quando o mercado de ações dos EUA aumentou drasticamente na década de 1990, por exemplo, as taxas de poupança dos EUA caíram, provavelmente em parte porque as pessoas sentiram que tinham aumentado a sua riqueza e havia menor necessidade de poupar. Como as pessoas passam a gastar além da sua renda quando eles percebem que sua riqueza está aumentando? A resposta é pegar emprestado. Por outro lado, quando o mercado de ações dos EUA diminuiu cerca de 40% de março de 2008 a março de 2009, as pessoas sentiram uma incerteza sobre seu futuro econômico muito maior, assim as taxas de poupança aumentaram, enquanto que o consumo caiu.
Finalmente, Keynes observou que uma variedade de outros fatores se combinam para determinar o quanto as pessoas poupam e gastam. Se as preferências das famílias sobre poupar mudam de forma que incentiva o consumo, ao invés de poupar, então a demanda agregada se deslocará para a direita.

O que determina que as despesas de investimento?

Gastos com novos bens de capital são chamados de despesas com investimentos. O investimento é dividido em quatro categorias: equipamentos duráveis e software, novas estruturas não residenciais, mudanças em inventários e estruturas residenciais. Os três primeiros tipos de investimento são conduzidos por empresas, enquanto que o último é pelas famílias.
O tratamento de investimentos de Keynes foca no papel fundamental das expectativas sobre o futuro em influenciar decisões de negócios.
Quando uma empresa decide investir em ativos físicos—como plantas ou equipamentos—ou em ativos intangíveis—como habilidades ou projeto de pesquisa e desenvolvimento—, a empresa considera os benefícios esperados do investimento, como lucros futuros, e os custos do investimento, como as taxas de juros.
O motivador mais claro dos benefícios de um investimento é a expectativa de lucros futuros. Quando se espera que a economia cresça, negócios percebem um mercado crescente para seus produtos. A maior confiança dos negócios vai incentivar novos investimentos. Por exemplo, na segunda metade da década de 1990, os níveis de investimento americanos aumentaram de 18% do PIB em 1994 para 21% em 2000. No entanto, quando a recessão começou em 2001, os níveis de investimento rapidamente caíram de volta aos 18% do PIB em 2002.
As taxas de juros também desempenham um papel significativo na determinação de quanto uma empresa investirá. Assim como indivíduos precisam pegar dinheiro emprestado para comprar casas, as empresas precisam de financiamento quando compram itens de grande valor. O custo do investimento, portanto, inclui a taxa de juros. Mesmo que a empresa tenha recursos, a taxa de juros mede o custo de oportunidade de aquisição de capital de empresas. Taxas de juros menores estimulam gastos em investimentos e altas taxas de juros o reduzem.
Muitos fatores podem afetar a rentabilidade do investimento. Por exemplo, se o preço da energia cair, então investimentos que usam energia como insumo vão gerar lucros maiores. Se o governo oferecer incentivos especiais para investimentos—por exemplo, através de código tributário—então investimentos irão parecer mais atrativos; por outro lado, se o governo remover incentivos de investimentos especiais do código tributário ou aumentar outras taxas de negócios, então o investimento parecerá menos atrativo.
Keynes acreditava que o investimento das empresas seria o mais variável de todos os componentes da demanda agregada.

O que determina os gastos do governo?

O terceiro componente da demanda agregada é o gasto por governos federais, estaduais e municipais. Apesar de Estados Unidos ser normalmente considerado uma economia de mercado, o governo ainda tem um papel significativo na economia. O Governo provê importantes serviços públicos como defesa nacional, infraestrutura de transportes e educação.
Keynes reconheceu que o orçamento do governo oferecia uma poderosa ferramenta para influenciar a demanda agregada. Não só a demanda agregada poderia ser estimulada pelos gastos do governo—mas o consumo e investimentos poderiam ser influenciados ao se diminuir ou aumentar as taxas de impostos.
Keynes concluiu que durante tempos extremos como grandes recessões, apenas o governo tinha o poder e recursos para mover a demanda agregada.

O que determina as exportações líquidas?

Exportações são produtos feitos internamente e vendidos no exterior e as importações são produtos feitos no exterior mas adquiridos no mercado interno. Como a demanda agregada é definida como gastos em serviços e produtos nacionais, as despesas de exportação somam-se à demanda agregada, enquanto que despesas de importação subtraem-se da demanda agregada.
Dois conjuntos de fatores podem causar mudanças na demanda de exportação e importação: mudanças nas taxas de crescimento relativa entre países e mudanças nos preços relativos entre países.
O nível de demanda de exportações de uma nação tende a ser mais afetada pelo o que acontece nas economias dos países que comprariam estes produtos. Por exemplo, se grandes importadores de produtos feitos nos EUA como Canadá, Japão e Alemanha tiverem recessões, exportações de produtos americanos para estes países tendem a declinar, pois a quantidade de importações de uma nação é diretamente afetada pela renda na economia doméstica. Maior renda trará maiores níveis de importações.
Exportações e importações também podem ser afetadas pelos preços relativos das mercadorias no mercado nacional e internacional. Se os bens dos EUA são relativamente mais baratos em comparação com produtos fabricados em outros lugares — talvez porque um grupo de produtores dos EUA domina certos avanços de produtividade — então as exportações dos EUA são suscetíveis a aumentar. Se o produto dos EUA ficou relativamente mais caro — talvez porque uma mudança na troca de taxa de câmbio entre o dólar e outras moedas tem empurrado para cima o preço dos insumos de produção nos Estados Unidos — então, as exportações dos produtores norte-americanos estão propensas a cair.

Uma rápida visão do que impulsiona a demanda agregada

Acima, nós cobrimos todos os componentes da demanda agregada e o que os leva a mudar, mas você achará útil consultar a tabela abaixo que resume essa informação.
Determinantes da demanda agregada
Razões para uma diminuição na demanda agregadaRazões para um aumento na demanda agregada
ConsumoAumento dos impostos, queda da renda, aumento dos juros, desejo de poupar mais, diminuição da riqueza, queda da renda futura esperadaConsumoDiminuição dos impostos, aumento da renda, queda das taxas de juros, desejo de guardar menos, aumento da riqueza, aumento da renda futura esperada
InvestimentoQueda da taxa de retorno esperada, aumento das taxas de juros, queda na confiança empresarialInvestimentoAumento da taxa de retorno esperada, queda das taxas de juros, aumento na confiança empresarial
GovernoRedução dos gastos do governo, aumento em impostosGovernoAumento dos gastos do governo, diminuição dos impostos
Exportações líquidaDiminuição da demanda externa, aumento do preço relativo de bens dos EUAExportações líquidaAumento da demanda externa, queda do preço relativo de bens dos EUA

Resumo

  • Demanda agregada é a soma de quatro componentes: consumo, investimento, gastos do governo e as exportações líquidas.
  • O consumo pode mudar por diversas razões, incluindo movimentos na renda, impostos, expectativas sobre rendimentos futuros e alterações nos níveis de riqueza.
  • O investimento pode mudar em resposta à sua rentabilidade esperada, o que, por sua vez, é moldada por expectativas sobre o crescimento econômico futuro, a criação de novas tecnologias, o preço dos principais insumos e incentivos fiscais para investimentos. O investimento também pode ser alterado quando as taxas de juros aumentam ou diminuem.
  • Gastos do governo e impostos são determinados por razões políticas.
  • Mudanças nas exportações e importações mudam de acordo com taxas de crescimento relativas e preços entre duas economias.
  • Rendimento disponível é o rendimento após as taxas.
  • Uma lacuna inflacionária existe quando o equilíbrio está em um nível de produção acima do PIB potencial.
  • Uma lacuna recessiva existe quando o equilíbrio está em um nível de produção abaixo do PIB potencial.

Questões de autoavaliação

Na visão Keynesiana, qual dos seguintes eventos pode causar uma recessão? Qual poderia causar inflação? Rascunhe os diagramas DA/OA para ilustrar suas respostas.
  • Um grande aumento no preço das casas que as pessoas possuem
    • Crescimento rápido da economia de um importante parceiro comercial
    • O desenvolvimento de uma importante nova tecnologia oferecendo oportunidades rentáveis para negócios
  • Um aumento nas taxas de juros
    • Uma diminuição do preço de um bem importado de um importante parceiro comercial
Numa visão Keynesiana, usando um o diagrama DA/OA, quais das seguintes opções de política de governo oferecem um possível solução para a recessão? Quais oferecem uma possível solução para a inflação?
  • O aumento de um imposto na renda do consumidor
    • Um aumento nos gastos militares
  • Uma redução de impostos para empresas que aumentam os investmentos
    • Um aumento significativo no que o governo americano gasta em cuidados de saúde

Perguntas de revisão

  • Nomeie alguns eventos econômicos não relacionados à política de governo que poderiam causar o deslocamento da demanda agregada.
  • Cite algumas políticas de governo que poderiam causar o deslocamento da demanda agregada.

Questões de pensamento-crítico

  • O Conference Board, em sua Perspectiva Econômica Global para 2015 projeta o crescimento da China entre 2015 e 2019 por volta de 5,5%. O International Business Times informa que a China é o terceiro maior mercado exportador dos Estados Unidos, com as exportações para a China crescendo 294% nos últimos 10 anos. Explique qual o impacto da China na economia dos EUA.
  • O que pode acontecer se o crescimento na China continuar ou contrair?

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