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Vantagem comparativa, especialização e ganhos com o comércio

Quando dois agentes têm custos de oportunidade diferentes, há um potencial para ambos se beneficiarem se eles se especializarem naquilo que cada um tem uma vantagem comparativa. Este vídeo explora como duas partes podem obter melhores resultados ao se especializar em sua vantagem comparativa e comercializar. Versão original criada por Sal Khan.

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Transcrição de vídeo

RKA8JV - Vamos, agora, deixar o mundo do caçador-coletor e vamos falar sobre o mercado de louças. Vamos imaginar 2 produtos, ou seja, 2 tipos de louças. Aqui neste eixo nós temos xícaras e neste eixo nós temos pratos. Vamos supor que um fabricante chamado Charlie dedicou todo o seu tempo fabricando xícaras. Assim, ele poderia fabricar, deixe-me completar aqui, 10, 20, 30. Então, vamos supor que ele decidiu dedicar todo o seu tempo fabricando xícaras, assim, ele fabricaria 30 xícaras. Se dedicasse todo o seu tempo em pratos, ele fabricaria 10 pratos. Vamos supor que a gente tem uma fronteira de possibilidades de produção linear, uma fronteira de possibilidades de produção que seria mais ou menos desta forma. Bem, eu quero traçar algo que seja o mais parecido possível com uma reta, afinal de contas a nossa fronteira de possibilidades de produção é linear. Esta daqui seria fronteira de possibilidades de produção de Charlie. Já que a fronteira de possibilidades de produção é linear, o seu custo de oportunidade não se altera, a inclinação da reta não muda, ela não é encurvada como no caso do caçador-coletor. Assim, nós temos aqui um custo de oportunidade de um produto em relação ao outro sendo algo fixo, claro, ao longo da fronteira de possibilidades de produção. Então, vamos dizer que nós estamos neste ponto bem aqui. Para simplificar, nós vamos tomar os pontos finais, ou seja, neste ponto aqui que ele produz 30 xícaras. Qual seria o custo de oportunidade para produzir 10 pratos neste caso? Produzir 10 pratos custa o preço de 30 xícaras, então, o custo de oportunidade para produzir 10 pratos é exatamente igual a 30 xícaras. Assim, nós temos um custo de oportunidade para produzir 1 prato, sendo igual a 3 xícaras. Agora, nesse mesmo cenário existe uma outra fabricante de louça e o seu nome é Patty. Se ela dedicasse todo seu tempo fabricando xícaras, ela produziria 10 xícaras no mesmo dia. Caso ela se dedicasse todo o tempo fabricando pratos, ela produziria 30 pratos por dia, assim, ela também tem uma fronteira de possibilidades de produção linear. Então, aqui nós temos a fronteira de possibilidades de produção de Patty. Qual seria o custo de oportunidade dela para produzir 1 prato? O custo de oportunidade é, se ela estiver bem aqui e quiser produzir 30 pratos, eu estou usando os pontos aqui finais de propósito só para simplificar, tudo bem? Então, para produzir 30 pratos, ela teria que abrir mão de produzir 10 xícaras, então, o custo de oportunidade para produzir 30 pratos é igual a 10 xícaras. Dividindo ambos os lados por 30, nós temos que o custo de oportunidade para produzir um prato, em comparação às xícaras, será 1, e aqui nós temos 1/3 de xícara. O interessante é que podemos comparar os custos de oportunidade relativos. O custo de oportunidade para Charlie produzir 1 prato é 3 xícaras, e o custo para Patty produzir 1 prato é 1/3 de uma xícara. Para Patty, em termos de quantidade de xícaras, fica mais barato produzir um prato, então, comparando com Charlie, o custo de oportunidade dela é mais baixo para produzir pratos, ou seja, 1/3 para 3. Então neste caso, podemos dizer que a Patty tem uma vantagem comparativa. Ela tem uma vantagem comparativa em pratos, e isso em relação a Charlie. E não é apenas isso. No próximo vídeo, nós vamos ver que, em outras situações, não é simplesmente pelo fato de ela produzir mais pratos em um dado dia que ela tem uma vantagem comparativa. Esta seria a vantagem absoluta, e nós vamos falar sobre isso depois, ok? Neste caso, ela tem a vantagem comparativa porque o seu custo de oportunidade para fabricar 1 prato é menor que o de Charlie. Por outro lado, quem teria vantagem comparativa em xícaras? Se dividirmos ambos os lados aqui por 3, veremos que, vamos trocar os lados, o custo de oportunidade para Charlie produzir 3 xícaras é igual a 1 prato. Dividindo ambos os lados aqui por 3, o custo de oportunidade de uma xícara é 1/3 de 1 prato. No caso aqui da Patty, trocamos estes dois lados, e aí, o custo de oportunidade para 10 xícaras é 30 pratos. Dividindo ambos os lados por 10, temos que o custo de oportunidade de uma xícara é igual a 3 pratos. Bem, como já falamos, o custo de oportunidade de 1 unidade adicional é o mesmo que o custo marginal de 1 xícara. Sendo assim, quem tem o menor custo de oportunidade na produção de xícaras? Bem, Charlie. O custo de oportunidade de Charlie para produzir 1 xícara adicional é 1/3 de 1 prato, enquanto que para Patty é 3 pratos. Então, é por isso que para Charlie, o custo de oportunidade é menor para produzir 1 xícara, ou seja, é apenas 1/3 de prato comparado a 3 pratos. É por isso que neste caso, podemos dizer que Charlie tem uma vantagem comparativa. Assim, nós veremos que, se ambas as partes se especializarem em suas vantagens comparativas e fizerem uma troca, poderão obter resultados que vão além das suas respectivas fronteiras de possibilidades de produção. Vemos por exemplo, que eles podem conseguir um resultado em que cada um consegue fazer 15 xícaras e 15 pratos, o que seria impossível fazer separadamente. Vamos ver aqui como eles podem fazer isso. Como eu já falei, Charlie tem vantagem comparativa em xícaras, seu custo de oportunidade para produzir 1 xícara é mais baixo que o da Patty, é apenas 1/3 de 1 prato, enquanto que para Patty são 3 pratos. Então, se ele se especializar em produzir xícaras, e a Patty, pelo mesmo motivo, se especializar em produzir pratos, quando eu digo que Charlie vai se especializar em produzir xícaras, é que ele vai apenas fabricar xícaras, ele vai produzir 30 xícaras todos os dias, e a Patty, como ela vai se especializar em fazer pratos, ela vai produzir 30 pratos todos os dias. Mas além do que cada um produz, eles também querem ter uma combinação dos dois produtos, então, eles decidem negociar. E eu vou definir os preços aqui, mas eu vou falar sobre o mercado um pouco mais à frente, tudo bem? Vamos dizer que eles negociem 1 xícara por 1 prato. Isso é vantajoso para os dois lados, porque o preço dessa troca, que é o preço de mercado é mais baixo do que o custo de oportunidade. E o Charlie tem muitas xícaras, mas utilizando os próprios recursos para ter 1 prato, ele gastaria o equivalente a 3 xícaras, mas ao preço de negociação ele paga apenas 1 xícara por 1 prato. Isso é ótimo para ele, porque o preço de mercado é mais baixo que o custo de oportunidade, é mais vantajoso obter 1 prato no mercado do que fabricá-lo com recursos próprios, ou seja, é mais barato. O mesmo ocorre com a Patty, ela tem vários pratos, mas se quiser fabricar 1 xícara, ela tem que gastar o equivalente a 3 pratos, enquanto que, ao preço de mercado, custa apenas o equivalente a 1 prato. Isso é uma ótima negociação porque é mais baixo que o custo de oportunidade, então, ela prefere negociar. Cada um, por exemplo, Charlie continua trocando xícaras por pratos, e poderia atingir um certo ponto aqui nesta reta, e a Patty, da mesma forma, poderia trocar xícaras por pratos para alcançar um certo ponto, embora o alcance dependerá do quanto o outro estará disposto a negociar. Se ambos quiserem atingir aquele cenário de 15 por 15, eles podem trocar 15 xícaras entre si. Charlie troca 15 xícaras por 15 pratos e a Patty troca 15 pratos por 15 xícaras, e ambos serão capazes de atingir este ponto, que seria um ponto inatingível se cada um trabalhasse por si só. Bem, eu espero que você tenha achado isso interessante, porque através da especialização é possível ter ganhos com o comércio, principalmente quando falamos de especialização em vantagens comparativas.