Conteúdo principal
Macroeconomia
Curso: Macroeconomia > Unidade 1
Lição 3: Vantagens comparativas e os ganhos com o comércio- Vantagem comparativa, especialização e ganhos com o comércio
- Vantagem comparativa e vantagem absoluta
- Custo de oportunidade e vantagem comparativa usando uma tabela do produto
- Termos de troca e os ganhos com o comércio
- Abordagem do insumo para determinação da vantagem comparativa
- Quando não há ganhos com o comércio
- Exemplo resolvido de vantagem comparativa
- Resumo da aula: vantagem comparativa e ganhos com o comércio
- Vantagens comparativas e os ganhos com o comércio
© 2023 Khan AcademyTermos de usoPolítica de privacidadeAviso de cookies
Termos de troca e os ganhos com o comércio
Neste vídeo, exploramos como os custos de oportunidade podem ser usados para determinar quem tem vantagem comparativa na produção de um bem. Quando um país se especializa na produção de um bem em que tem vantagem comparativa, e faz negócio para obtenção de outro bem, ambos os países envolvidos na negociação têm potencial para se beneficiar com a troca. Também podemos descobrir um preço de negociação (também conhecido como "termos de troca") que faria com que os dois países se dispusessem a comercializar.
Quer participar da conversa?
- que legal alguém(professor ou aluno) teria algum material para leitura recomendada?(2 votos)
Transcrição de vídeo
RKA3JV - Vamos imaginar um
mundo muito simples, como costumamos fazer na economia. Temos dois países que são
capazes de produzir, cada um, tanto calças quanto camisas. Ou alguma combinação
entre esses dois bens. O que temos aqui são as curvas
de possibilidade de produção para cada um destes países. Isso é por trabalhador, por dia. Então, por exemplo, no país "A"
se toda a energia fosse direcionada à produção de calças, cada trabalhador produziria
20 calças por dia. Se toda a energia fosse
colocada nas camisas, cada trabalhador produziria
em um dia 10 camisas. Os trabalhadores também
poderiam dividir esforços fazendo um pouco de calças
e um pouco de camisas. E aí, teríamos esta linha aqui. Agora, para nos ajudar a entender as curvas de possibilidade de produção
destes dois países, vamos construir uma tabela de saída. Nesta coluna, anotaremos a
saída para o país "A". E nesta, a saída para o país "B". Vamos pensar no número
máximo de calças que cada país consegue produzir. O máximo de calças
por trabalhador, por dia. E o número máximo de camisas. Você consegue completar estes dados? Pause o vídeo um pouquinho e tente preencher mentalmente as colunas. Não deve ter sido muito complicado, certo? Do país "A", nós até já falamos! Lá eles conseguem produzir
no máximo 20 calças, ou 10 camisas, beleza? E no país "B"? Bom, ou eles produzem 30 calças ou produzem, vamos ver,
mais ou menos, 45 camisas. Agora, a partir de qualquer uma destas
curvas de possibilidade de produção, ou desta tabela de saída, podemos calcular o custo de oportunidade. Então, vamos lá!
País "A", país "B". Qual o custo de oportunidade das calças e qual o custo de oportunidade
das camisas? Você consegue imaginar? Pause de novo o vídeo e pense um pouco. E aí, chegou a alguma conclusão? Uma forma de pensarmos sobre isso é construindo a relação matemática
entre calças e camisas. Aqui no país "A",
se toda a energia do país for direcionada para as calças, o país não produzirá 20 calças
por trabalhador? E se toda energia for
direcionada às camisas, estes trabalhadores todos
não produzirão 10 camisas cada um? Então, a energia máxima é igual a 20 calças e a 10 camisas, certo? 20 calças = 10 camisas. O que isto quer dizer? Que o custo de oportunidade
de uma calça é 10/20, ou 1/2, meia camisa. O esforço para fazer uma calça é igual ao esforço necessário
na produção de 1/2 camisa. 1/2 camisa, portanto, é o custo de
oportunidade das calças no país "A". E o custo de oportunidade das camisas? A base é a mesma. Se 20 calças equivalem a 10 camisas, uma camisa equivale a 2 calças, certo? Conta simples, 20/10 = 2. Muito bem, e no país "B"? Bom, se lá toda energia possibilita que cada trabalhador produza
30 ou 45 camisas. 30 calças = 45 camisas. E aí, o custo de oportunidade
das calças no país "B" é de 45 dividido por 30,
reduzindo aqui por 15, temos 45 por 15 igual a 3.
30 por 15 é igual a 2, 3/2, ok, uma camisa e meia
para cada calça produzida. Custo de oportunidade das
calças no país "B", uma camisa e meia. E, da mesma forma, se para cada calça os trabalhadores do país "B"
produzem uma camisa e meia, o custo de oportunidade
das camisas no país "B" é 30/45, 2/3 de uma calça. Então, quando consideram
os custos de oportunidade, em que estes dois países
precisam prestar atenção? Ok, pause o vídeo mais uma
vez e analise a situação. Pronto! Vamos comparar os custos
de oportunidade das calças. Calças produzidas no país "A"
e no país "B", o que vemos? Olha, o custo de oportunidade
das calças no país "A" é bem menor que o custo de oportunidade
das calças no país "B", não é? Cada calça custa 1/2 camisa no país "A" e cada calça do país "B"
sai por uma camisa e meia. Então, o país "A" tem uma
vantagem relativa aqui nas calças. E o custo de oportunidade das camisas? Aí vemos que o país "B"
é mais competitivo. No país "A", cada camisa
equivale a duas calças. Mas, no país "B", cada camisa equivale a 2/3 de uma calça. Então, para o país "B",
a vantagem competitiva está na produção de camisas. Então, o país "A" produz calças e o país "B" concentra sua
produção nas camisas. Mas aí você pode perguntar. Ok, mas as pessoas do país "A"
andam por aí de calça e as pessoas do país "B"
andam por aí de camisa? De repente, elas se resfriam, não é mesmo? Não seria melhor, então,
dividir um pouco estas produções? Aí é que entram as
relações comerciais. Se o país "A" é mais competitivo
na produção de calças, pode vender calças para o país "B". E se o país "B" é mais competitivo
na produção de camisas, pode vender camisas para o país "A". A questão é, como se estabelecem os
preços destes bens? Fiquemos com as calças. O país "A" produz calças
ao custo de 1/2 camisa, certo? Então, ele vai querer
vender estas calças por um preço que cubra seus custos e que, obviamente, lhe renda
algum lucro. O preço que "A" espera obter
por cada calça vendida é maior que o seu custo de oportunidade
na produção das calças. E o país "B"? Lá, o custo de uma calça é igual
ao custo de uma camisa e meia. Quanto o país "B" espera
pagar por uma calça? Obviamente, um valor menor do que
o equivalente a uma camisa e meia. Se fosse igual ou maior não
valeria a pena comprar, certo? Era melhor continuar produzindo. Então, se o custo de oportunidade
das calças no país "A" é 1/2 camisa, qualquer preço que fique
entre meio e um e meio será bom para os dois lados. Vamos facilitar as coisas. Digamos que o preço firmado
entre os países seja de 1. Uma calça por uma camisa. Então, digamos que o preço ideal
negociado entre os países "A" e "B" seja este, uma calça uma camisa. Mas isso gera ganhos? Vamos ver. A energia máxima produz 20 calças
por trabalhador no país "A". Mas, lá no país "A", as pessoas
não andam só de calça. Então, digamos que o país "A"
queira trocar 15 calças por 15 camisas. Eles produzem 20, vão trocar 15 com o país "B". Então, eles vão ter aqui 5 calças, certo? Produziram 20, vão ficar com 5. Por enquanto, a coisa parece
meio esquisita, certo? Mas, olha só, ao mesmo tempo,
eles vão ter 15 camisas. Vendem 15 calças para o país "B", continuam atendendo uma demanda
do seu mercado com 5 calças e ainda fortalecem a demanda de camisas. Porque 15 camisas ultrapassa a curva
de capacidade de produção de camisas do país "A", certo? Podemos ver claramente aqui, isso é o que a gente chama de lucro
nas relações de comércio. O país "A", sozinho, não conseguiria chegar neste ponto
com a sua produção de camisas. Mas trocando camisas por calças, ele pode ultrapassar este ponto. A mesma coisa acontece no país "B". Lá, eles venderam 15 camisas. Das 45 produzidas por
trabalhador, por dia, ficaram 30 para a população do país. Em compensação, agora eles
podem oferecer 15 calças para as pessoas que vivem ali. Mais calças do que, sozinho,
o país teria condições de produzir. Isso mostra por que o comércio
é tão importante. Tanto o país "A" quanto o país "B",
alcançam melhores condições quando desenvolvem essas
relações comerciais. O ponto-chave deste vídeo
está exatamente aí. Quando conhecemos a vantagem relativa, podemos calcular o custo de oportunidade. E aí, estamos prontos para
negociar e determinar preços. Eu espero que você tenha
gostado desta aula. E a gente se vê por aí! Até mais!