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Curso: Macroeconomia > Unidade 1
Lição 1: Introdução à macroeconomiaEconomias de mercado e centralizada
Uma introdução à diferença entre economias centralizadas e economias de mercado.
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Transcrição de vídeo
RKA4JL - Olá,
tudo bem com você? Você vai assistir agora
a mais uma aula de economia. Nesta aula vamos conversar sobre diferentes
formas de estruturar a economia. Em particular, quem possui o quê, como
uma economia decide o que produzir e quem obtém o
resultado dessa produção. Bem, de um lado temos o que é conhecido
como "economia de comando", também conhecida como "economia planejada"
ou simplesmente "economia centralizada". Bons exemplos de economia centralizada
são os estados comunistas, especialmente durante o século 20, com
a União Soviética sendo o melhor exemplo disso. Em uma economia centralizada,
o governo controla o que é frequentemente conhecido
como os fatores de produção, e às vezes, em casos extremos,
pode até não haver propriedade privada. Vamos tentar compreender um pouco melhor
como funciona esse tipo de economia. Vamos dizer que aqui
temos um governo. Eu vou desenhar aqui
uma espécie de um edifício com alguns pilares para
representar esse governo. Em uma economia centralizada, frequentemente
o governo vai possuir as fábricas e as fazendas, ou seja, os fatores de produção. Deixe-me
desenhar uma pequena fábrica aqui. Temos uma pequena chaminé.
O governo vai dizer para essa fábrica: "Esse ano você tem que produzir exatamente
dez mil carros. Nem a mais, nem a menos." A fábrica vai chegar e dizer: "Ok,
você é nosso chefe, você é o governo. Vamos produzir exatamente
dez mil carros." Da mesma forma, o governo pode dizer
para, por exemplo, uma fazenda... Estou tentando desenhar
uma fazenda aqui. Acho que você entendeu
que é uma fazenda, não é? Vamos dizer que o governo vai chegar
aqui para essa fazenda e dizer: "Você vai precisar produzir...
Dez milhões de maçãs!" Sinceramente falando, nem sei dizer se essa
quantidade de produção é um valor razoável. Mas vamos dizer que estamos em
um mundo onde isso seja possível. Enfim, essa fazenda aqui precisa
produzir dez milhões de maçãs. Assim, os fazendeiros que, basicamente,
trabalham para o governo, porque o governo é o dono da fazenda,
vão produzir as maçãs. Agora uma pergunta que eu quero fazer:
Em uma economia centralizada como essa, quem vai ficar com esses carros
e quem vai ficar com essas maçãs? Bem, em uma economia centralizada extrema,
eles serão alocados diretamente pelo governo. O governo vai dizer: "Tudo bem.
Você aqui conseguiu um carro, você também consegue um carro
e você também vai conseguir um carro." E claro, isso não
pode ser baseado. Na verdade, provavelmente
não será baseado em qualquer tipo de pessoa que esteja
disposta a pagar pelo carro, ou quem poderia pagar
mais pelo carro. Da mesma forma para as maçãs.
Logo, todas elas serão alocadas. Portanto, será necessário muito
planejamento por parte do governo. Afinal, eles precisam pensar o seguinte:
"Ok, quanto devemos produzir de uma coisa, e como decidimos quem fica
com as coisas diferentes?" Então realmente precisa
de muito planejamento. Agora, do outro lado do espectro, temos algo
que é conhecido como "economia de mercado", e a maioria das economias do mundo,
especialmente os Estados Unidos, estão muito mais perto de ter uma economia
de mercado do que uma economia centralizada. Em uma economia de mercado, em vez de ter
o governo como proprietário dos fatores de produção e decidindo quem produz o quê e quanto,
e quem recebe essas coisas, tudo se baseia da fábrica,
de forma independente do governo, exceto em algumas áreas que pode ter
uma forte influência do governo, Como, por exemplo,
nas forças militares. Mas se você não é um empreiteiro militar,
e não tiver em nenhuma dessas áreas, você estará muito independente
do governo. E, com isso, o que você, dono de uma fábrica,
deveria saber sobre o que o mercado precisa? Bem, você poderia ter como resposta,
ou chegar a uma conclusão, que o mercado precisa,
por exemplo, de cinco mil carros e que também precisa de dois mil
caminhões como esse aqui. Mas como os fabricantes chegam
a conclusões como essa? Bem, eles podem dar uma olhada
no histórico passado do mercado e perceber que esse modelo de carro está
vendendo bem, e que esse caminhão aqui também. Eles também podem
olhar para os concorrentes. Na verdade, em uma economia de mercado,
frequentemente teremos mais competição. Nas economias centralizadas, normalmente
temos uma fábrica realmente gigantesca, que é propriedade do governo ou de alguns,
enquanto aqui podemos ter fábricas concorrentes onde eles estão sempre dizendo:
"Ei, faço um bom carro! Nós vamos fazer um. Esse aqui
é muito bom e é amarelo!" Então, mais uma vez falando, aqui
temos essa noção de competição para que as pessoas produzam
coisas no mercado e elas também estão fazendo o seu melhor
julgamento do que o mercado realmente precisa. Da mesma forma, você poderia ter
os fazendeiros aqui dizendo: "Sabe, eu tenho
cultivado muitas maçãs, mas parece que isso não
está sendo mais procurado. Então eu vou cultivar mais, não sei...
Pêssegos, talvez? Porque parece que a venda
de pêssegos está na moda esse ano. Da mesma forma, quem recebe esses
produtos não é ditado pelo governo, é determinado pelo mercado.
Então vamos dizer que esse aqui seja eu, digamos que esse aqui seja você
e esse aqui seja outra pessoa. Vamos supor que eu não estivesse
interessado em conseguir um caminhão, mas que eu precisasse realmente conseguir
um carro novo, um carro para minha família, para que eu possa levá-los
por aí, tirar férias e coisas assim. Vamos supor que você
também queira um carro. É o mercado que vai ditar
quem receberá o carro. Por exemplo, a fábrica pode definir
um preço para esse carro. Ela pode dizer que o carro tem
um preço de dez mil dólares. Eu posso estar disposto
a pagar ou não. Talvez eu esteja pensando:
"Bem, eu gosto muito desse carro azul, mas eu não estou disposto
a pagar dez mil dólares por ele. E esse carro amarelo está disponível por
nove mil dólares, então eu vou pegar esse aqui. Os próprios preços não
são necessariamente fixos. Se eles não estiverem vendendo esses carros
a esse preço, ou seja, dez mil dólares, de forma suficiente, eles
podem diminuir o preço para competir com o carro
amarelo de nove mil dólares. Da mesma forma, se houver
uma tonelada de pessoas que estão dispostas a pagar
o preço desse caminhão, eles podem aumentar o preço
do caminhão ou produzir mais. Nessa competição severa, se uma empresa
não fizer isso bem regularmente, ela pode acabar
fechando as portas. Portanto, há uma forte motivação de ser capaz
de atender as necessidades do mercado e, com isso, os preços
se ajustarem de acordo. Agora eu quero
fazer uma pergunta: Quais são os pontos positivos e negativos
que as pessoas geralmente associam às economias centralizadas
ou às economias de mercado? Bem, um dos pontos positivos que normalmente
é dado para uma economia centralizada é a ideia de justiça
ou de igualdade. Afinal, em uma economia de mercado,
temos diferentes pessoas competindo, teremos algumas pessoas
inovando mais que outras, teremos pessoas
trabalhando mais que outras e ainda teremos pessoas que apenas
deram mais sorte que outras. O resultado disso tudo é que teremos
algum nível de desigualdade. Um pouco das ideias originais por trás
de economias centralizadas, como o comunismo,
é exatamente isso, onde as pessoas não gostam dessa desigualdade,
onde elas querem ver mais justiça. Elas querem ver todos tendo
exatamente o mesmo carro, todos tendo exatamente
o mesmo número de maçãs. Não querem ver tudo dessas
empresas concorrentes, querem uma fábrica realmente grande
e eficiente para apenas produzir esses carros. Agora, acontece que, na realidade,
isso é um pouco utópico. Mesmo no auge de algumas
dessas economias comunistas havia pessoas que tinham
melhores acessos a certas coisas, pessoas que podem ter sido
favorecidas pela liderança, e, com isso, tinham mais poder,
tinham melhores apartamentos, tinham carros melhores,
tinham mais acesso a recursos. Por outro lado, a maioria das pessoas
não tinha esses favorecimentos. Em uma economia de mercado,
sim, haverá alguma desigualdade, mas o motivo de muitas
economias do mundo, mesmo aquelas que são nominalmente
comunistas, como a economia chinesa, terem realizado a transação
para uma economia de mercado, é que ela também está associada
a coisas como inovação e fortes incentivos para as pessoas inovarem,
trabalharem ou produzir coisas. Pense sobre uma situação em
uma economia centralizada. Digamos que você é
um gerente nessa fábrica aqui. O governo diz a você para produzir exatamente
dez mil carros e exatamente o tipo de modelo. Talvez você tenha uma ideia para saber
como tornar esse carro mais eficiente. Se você não vai ser capaz de receber mais
para que possa comprar mais coisas, você pode não estar tão
interessado em fazer isso, enquanto que, nessa situação,
você tem uma competição extrema, onde assim que essa fábrica
ou essa empresa estiver vendendo mais que essa,
todo mundo aqui vai pensar: "Nossa, precisamos inovar,
precisamos realmente trabalhar mais para que a gente possa ter mais
participação no mercado da outra empresa." Da mesma forma, no nível individual,
pessoas diferentes podem dizer: "Ei, eu só posso pagar o carro amarelo agora,
mas eu realmente quero ter o carro azul." Aí, talvez, essa pessoa vá trabalhar
um pouco mais, ou tentar inovar, ou quem sabe ainda abrir um negócio.
A maior parte do mundo fez uma transição para uma economia
mais próxima de uma economia de mercado porque, de forma geral, mesmo
que você tenha essa desigualdade, ela traz mais produtividade,
mais inovação e mais bens e serviços
disponíveis para mais pessoas. Agora, a realidade é que a maioria
das economias, como eu mencionei, estão próximas de uma economia de mercado,
mas não são uma economia de mercado perfeita. Elas ainda tem o governo muito
envolvido em certos setores. Em muitas economias, o governo
pode estar no controle da saúde. Em quase todos os países, o governo tem influência
significativa em coisas como as forças armadas. O governo, digamos dos Estados Unidos,
que é considerado bastante capitalista, que tem uma economia
de mercado bastante forte, ainda oferece redes de segurança social
quando a desigualdade fica muito extrema. Se alguém não consegue se alimentar,
pode receber vale-refeição. Se alguém não puder obter saúde por causa
da pobreza, pode obter um Medicaid, que é um programa de saúde
social dos Estados Unidos para famílias de baixa renda
e recursos limitados. Enfim, realmente é um espectro entre uma economia
centralizada e uma economia de mercado, com a maioria das economias realmente
caindo nesse estado intermediário, que, às vezes, é referida
como uma economia mista. Por exemplo,
como eu já mencionei, os Estados Unidos, que é
considerado um país muito capitalista, com uma economia de mercado,
ainda tem alguma propriedade pública. O governo ainda controla
certos aspectos da economia, ainda representa uma fatia
bastante grande da economia. Resumindo tudo
o que falamos: em um governo de economia centralizada
pura, o governo controla tudo. Em uma economia de mercado pura,
nada é controlado pelo governo. Mas, na realidade,
na maior parte do mundo, temos países em algum ponto nesse espectro
que chamamos de economia mista. Espero que você tenha
compreendido essa ideia aqui e mais uma vez eu quero deixar
para você um grande abraço e dizer que encontro você
na próxima. Então, até lá!