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Macroeconomia
Curso: Macroeconomia > Unidade 2
Lição 1: Produto Interno Bruto- Fluxo circular de receitas e despesas
- Análise do Produto Interno Bruto
- Mais sobre PIB final e intermediário
- Investimento e consumo
- Panorama de receitas e despesas do PIB
- Abordagem do valor adicionado para cálculo do PIB
- Componentes do PIB
- Exemplos de cálculo do PIB através da abordagem da despesa
- Exemplos de contabilidade para o PIB
- Medir o tamanho da economia: produto interno bruto
- O modelo do fluxo circular e o PIB
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Análise do Produto Interno Bruto
Neste vídeo, decompomos o PIB em seus componentes para entender melhor o que é, e o que não é, contabilizado nele. Versão original criada por Sal Khan.
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Transcrição de vídeo
RKA3JV - No vídeo anterior, nós demos uma olhada
no que é, provavelmente, o modelo mais simples de economia
que podemos construir e, mesmo assim, nem sabemos se é um modelo possível de existir. Então, vamos tentar deixar isso
mais análogo com o mundo real, onde temos várias empresas, vários agregados familiares, casas e domicílios. Então, vamos lembrar o que nós temos aqui. Aqui, nós temos esse cara
que vende tudo para uma empresa. Empresa essa que ele é dono, então ele vende para essa empresa sua força de trabalho, seu terreno e tudo mais. Porém, ele também compra da empresa
tudo que ele precisa. Portanto, olhando assim, as despesas desse rapaz acaba sendo a arrecadação da empresa e toda essa arrecadação da empresa acabaria se transformando nos gastos que ela tem
e também no lucro. Tudo isso que iria ser passado novamente para o nosso amigo, do agregado familiar, em forma de receita. E o que a gente estava discutindo,
no final, era justamente como que a gente ia medir
a atividade econômica dessa ilha. Como que a gente mediria o seu produto interno bruto. E a gente poderia medi-la de várias maneiras diferentes. Poderíamos falar do dinheiro que está saindo do agregado familiar aqui nessa despesa que nós estamos tendo ou, então, nós poderíamos falar
da arrecadação da empresa. E acabaria sendo a arrecadação total dessa empresa, que seria a soma dos gastos
que essa empresa está tendo com o lucro que ela conseguiu gerar, que acaba sendo também a receita desse agregado familiar. Então, vamos escrever isso aqui Vou pegar um pouquinho de espaço. Então, no nosso caso da ilha, o produto interno bruto
vai ser igual a despesa do agregado familiar, que também é a mesma coisa
que a arrecadação da empresa, que também é igual aos gastos da empresa, somado com o lucro, que acaba sendo também igual
à receita do agregado familiar. E no caso do nosso exemplo aqui, isso acaba sendo, também, novamente,
igual às despesas do agregado familiar, que estamos aqui com os 3.500 reais para todo mundo. E, como eu já disse, o que eu quero fazer neste vídeo é tentar estender o assunto para algo mais plausível, mais próximo do que a gente tem no nosso mundo real. Inclusive, com uma definição mais formal de PIB. Portanto, nós temos aqui uma definição mais formal de PIB, ou, melhor dizendo, a definição de PIB, que é o valor de mercado de todos
os produtos e serviços finais. E a gente vai falar o que significa cada um desses termos aqui. Inclusive, todos, todos os produtos e serviços finais produzidos dentro de um país em um dado período. Portanto, nós podemos falar de PIB mensal,
bimestral, trimestral, semestral, anual. Sempre falando de um período específico de tempo. Inclusive, podemos falar um PIB da década. Porém, o mais comum é falarmos do PIB anual
ou do trimestral mesmo. Então, vamos fazer uma análise melhor aqui,
pois estes termos são um tanto interessantes. E a primeira parte que eu quero analisar
é o valor de mercado. Então, vejamos aqui, valor de mercado. O que isso diz é: nós precisamos, de alguma forma, medir o valor das nossas coisas. E uma das melhores maneiras de fazer isso é ver o quanto as pessoas estão
dispostas a pagar por nossas mercadorias. Por exemplo, digamos que em uma fazenda
estou produzindo abacates. Bonitinho o meu abacate! E nessa mesma fazenda
também consigo produzir laranjas. Como que esses produtos aqui vão ajudar no PIB? Digamos que o abacate é vendido por um valor de 1 real, e a laranja é vendida por 50 centavos. Então, para cada abacate que é produzido e vendido, nós temos aí uma ajuda no PIB de 1 real. E no caso da laranja, para cada
laranja produzida e vendida, nós temos aí um incremento de 50 centavos
no produto interno bruto. Aí, no próximo ano, acontece que o abacate
perde um pouquinho de valor de mercado. Por algum motivo, sei lá, o abacate
passe a custar 50 centavos. E aí, de repente, mesmo que a produção de abacates
e laranjas sejam a mesma do ano anterior, a contribuição do abacate e da laranja passam ser a mesma no produto interno bruto. Antes o abacate contribuía com o dobro, e agora eles contribuem igualmente para o crescimento do PIB. Justamente, porque o seu valor de mercado abaixou. Então, veja que o PIB realmente
depende bastante do valor de mercado. Agora, vamos focar aqui no "todos", vamos ver o que esse "todos" significa para a gente. Afinal, nós estamos aqui produzindo abacates, produzindo laranjas, vários tipos de laranjas, vários tipos de abacates. Mas, também estamos produzindo computadores, pneus, carros, máquinas e também os serviços, não é? Porque nós todos vamos ao médico,
fazemos serviço de limpeza, também tem um pessoal que
presta serviço de manutenção, porteiros e tudo mais,
que não necessariamente é um produto. E tudo isso acaba contribuindo para o nosso PIB. Porém, esse "todos" não inclui algumas coisinhas, como, por exemplo, coisas ilegais. Então, não vamos rastrear coisas que são ilegais. Por exemplo, se alguém vai lá e vende drogas
para outra pessoa, isso não vai entrar no PIB final. Algumas pessoas podem argumentar que deveríamos rastrear a venda e consumo de drogas. Mas, vamos falar do que acontece agora. O mercado negro também não entra no PIB, serviços do tipo assassinos de aluguel não vão entrar, e também coisas que são produzidas e consumidas
no próprio espaço do agregado familiar. Um bom exemplo aqui no agregado familiar. Se você vai lá e contrata alguém para
ficar de babá do seu filho. Então, você está pagando uma babá, esse é um serviço que está sendo prestado, por isso entra no PIB. Porém, se você mesmo faz o serviço de babá do seu próprio filho, isso não entrar no produto interno bruto. Um outro exemplo que podemos usar aqui. Digamos que eu abra um serviço de corte de gramas
e comece a cortar as gramas das pessoas. Todo mundo paga para mim,
é um serviço que estou prestando. Esse serviço entra no produto interno bruto. E eu começo a namorar uma simpática moça
de uma casa para qual eu corto grama, enquanto ela está pagando para mim, para eu cortar a grama, entra no produto interno bruto, a partir do momento que a gente se casa
e agora moramos na mesma casa, e quando ela manda eu cortar a grama, eu estou cortando a grama na minha própria casa,
e já não entra mais no PIB. Ou seja, vai entrar na nossa conta tudo o que vai envolver uma troca de dinheiro entre duas pessoas, referente a algum produto ou serviço,
desde que sejam coisas que não sejam ilegais. Agora, esse próximo passo é algo interessante. Inclusive, é algo que me confundiu um pouco
no primeiro contato que eu tive com essa definição de produto interno bruto,
que é os produtos e serviços finais. Para te dar uma boa noção do que é
o tal do produto ou serviço final, vamos tentar exemplificar aqui sobre
a produção de calças jeans. Supondo que nós temos aqui um produtor de algodão, esse produtor de algodão, para produzir
determinada quantidade de algodão, ele tem um gasto com força de trabalho. Digamos que seja 5 reais o valor desse gasto, e, também, digamos que ele tem um gasto
de 4 reais com o aluguel de terra. É claro que ele tem outros gastos
como imposto, eletricidade, etc. Mas, não vamos ser tão detalhistas assim. E, com isso aqui, nós vamos produzir o algodão, aquele algodão cru, o algodão bruto, a planta mesmo. Algodão, aqui. Digamos que o valor de mercado aqui
do nosso algodão seja, sei lá, 10 reais. A gente pode pegar esse algodão que está bruto
e levá-lo para ser trabalhado. Então, a gente vai aplicar aqui
mais uma força de trabalho. Então, digamos que usa-se mais 6 reais com o trabalho para deixar esse algodão cru
mais refinado, mais trabalhado. É claro que nós temos aí
mais força de maquinário e etc. Mas, não é tão relevante assim para a gente entender
o que eu estou tentando explicar. Então, continuando. Se eu tenho esse algodão bruto,
que é um produto intermediário, e eu combino com mais um trabalho, de repente, eu gero aqui um fio de algodão e o valor de mercado desse fio é, digamos que, 20 reais. Agora, eu posso pegar essa linha
de algodão de 20 reais aqui, trabalhar essa linha de algodão. Digamos, temos um gasto de refinamento de 10 reais, também para trabalhar essa linha de algodão, e acabo ficando com um tecido
de algodão no valor de 30 reais. E, agora, a partir desse tecido de 30 reais, eu venho aqui, adiciono mais um pouco de trabalho, trabalho esse tecido com um custo de 5 reais 5 reais a mais com o trabalho. E, além do mais, eu ainda gasto mais 1 real com corante e tenho como resultado final aqui uma calça jeans. Uma calça jeans com o valor
de mercado final de 50 reais. Portanto, 50 reais é o valor do nosso jeans azul. E eu faço todo esse processo no período de um ano. Então, é o dado período, no caso aqui, um ano. Portanto, de tudo isso aqui, de todo este processo, qual vai ser a contribuição disso
no nosso produto interno bruto? E aí eu quero que você repare no final,
nessa palavra final. Se não tivéssemos produtos e serviços finais aqui, nós teríamos que somar 5 reais com 4 reais, com 10 reais, com 6 reais, com 20, com 10, com 30, com 5 reais, e chegaríamos em um valor bem grande nessa soma. E essa calça jeans seria uma grande
contribuição no nosso PIB. Mas, a gente estaria contando uma, duas, três,
talvez quatro ou cinco vezes o valor que esse produto
estaria gerando para a economia. Porque se nós formos pensar, todos esses valores aqui estão embutidos nesses 50 reais. Portanto, é por isso que nós somamos no PIB somente o valor do produto final, somente os 50 reais aqui. Então, no final das contas, toda essa cadeia de produção vai resultar em uma contribuição final de 50 reais no nosso PIB. No próximo vídeo, a gente vai ver
o que acontece se o ano fiscal acabar antes de a gente conseguir terminar
aqui a nossa calça jeans. Como será que a gente vai contar se a gente ainda tiver um produto intermediário, como o fio ou a malha. Mas, por enquanto, assumindo que
nós terminamos o produto, apenas vamos incluir esse valor
do produto final no nosso PIB. E, para finalizar, vamos ver essa parte aqui. "Produzido dentro de um país". Para isso aqui, você já deve ter ouvido falar do PNB,
que é o produto nacional bruto. E o PNB é um pouco diferente do PIB. Para isso, vou tentar desenhar aqui um mapinha
do Brasil, ou uma ameba que se parece com ele. Quando a gente está falando de PIB, a gente está falando da produção que
está sendo feita dentro do nosso país. Não importa se quem está produzindo
é um norte-americano, se é por uma fábrica de origem chinesa,
se é um argentino. Não, importa! Se está dentro das fronteiras que delimitam o país, faz parte do produto interno bruto. Reforçando, foi produzido dentro do país,
não importa quem produziu, faz parte do PIB. Agora, se um brasileiro sai do Brasil e monta uma fábrica, sei lá, na Índia ou na Europa, ou na Austrália, o que é produzido lá não conta para o PIB brasileiro,
não conta para o PIB nacional. Se você, por acaso, está focando na nacionalidade de quem está produzindo, você está falando do PNB, produto nacional bruto. O PIB é onde está sendo produzido,
é geográfico mesmo. Entendido? Então, até o próximo vídeo! Tchau, tchau!