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Macroeconomia
Taxas de desemprego natural, cíclico, estrutural e friccional
Geralmente, os economistas focam em três tipos de desemprego: cíclico, friccional e estrutural. Neste vídeo, saiba mais sobre eles e como se relacionam com o ciclo de negócios.
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Transcrição de vídeo
RKA2JV - Olá,
tudo bem com você? Você vai assistir agora
a mais uma aula de Economia. Nesta aula, vamos conversar
sobre as taxas de desemprego natural, cíclico, estrutural e friccional. Mas, antes disso, vamos
fazer aqui uma rápida revisão sobre o que é
a taxa de desemprego. De forma resumida, podemos
dizer que a taxa de desemprego é o percentual de pessoas
na força de trabalho que estão ativamente
procurando um emprego. Neste gráfico
que você vê aqui, que é um gráfico da Reserva
Federal de St. Louis, esta cor avermelhada
é a taxa de desemprego. E você pode ver como essa curva
salta junto com os ciclos econômicos. Estas áreas acinzentadas,
bem aqui, são recessões, e estas áreas brancas
são expansões. Como você pode reparar,
a taxa de desemprego salta durante a maioria
dessas recessões. Na verdade, isso acontece
em todas as recessões aqui. Repare que também temos outras
coisas representadas aqui neste gráfico. Temos esta linha
em azul aqui, que é conhecida como
taxa natural de desemprego. Mas o que é isso, exatamente?
Bem, é o que a palavra descreve. Você pode ver
esta linha azul como uma aproximação de qual
seria a taxa de desemprego se não tivéssemos
esses ciclos econômicos, esses períodos
de expansão e de recessão. De certa forma, você pode ver isso
como a taxa de desemprego suavizada. Enfim, esta linha avermelhada
é a taxa de desemprego, que eu vou abreviar
aqui como TD. Mas em muitos livros e artigos você vai
ver isto com a sigla em inglês, UR. E esta linha azul aqui
é a taxa natural de desemprego, que eu vou abreviar
aqui como TND, embora você também vai ver em muitos
livros e artigos sendo abreviado como NRU. Mas enfim, a diferença entre essas
duas taxas é causada pelo ciclo econômico. Isto aqui, saindo daqui, onde tivemos
uma alta taxa de desemprego, até aqui, vai nos
fornecer um valor. Esse valor é obtido através da diferença
entre a taxa de desemprego e a taxa natural
de desemprego. Esse é o desemprego que
é causado pelo ciclo econômico, por isso ele é chamado
de desemprego cíclico. Como você pode ver, durante as recessões,
ou logo depois do fim de uma recessão, que é quando a taxa de desemprego
é muito alta, o desemprego cíclico, que é o desemprego causado devido
ao ciclo econômico, vai ser positivo. Mas, quando a economia
está realmente aquecida, podemos até observar
um desemprego cíclico negativo. Bem aqui, por exemplo,
onde a verdadeira taxa de desemprego é mais baixa do que
a taxa natural de desemprego. Talvez pessoas
estejam contratando, talvez as empresas até tenham
que contratar pessoas que não são totalmente
qualificadas para os empregos, ou qualquer outra coisa, só porque
as coisas estão aquecidas nesse momento. Mas claro, podemos observar
tudo isso indo um pouco mais fundo. Podemos, por exemplo,
dividir essa noção de taxa natural de desemprego
em duas componentes. Podemos dividi-la em: estrutural, eu vou escrever isso
aqui com uma cor azul, desemprego estrutural, e também em
desemprego friccional. Não é "fictício", é "friccional".
Desemprego friccional. Nós não temos
dados exatos aqui, mas vamos desenhar algo
apenas para imaginar. Vamos apenas imaginar, ok?
Isto aqui não é o exato. Esta não é a informação exata. Sabendo disso, vamos imaginar que a taxa
de desemprego friccional está bem aqui. Com isso, a taxa de desemprego
estrutural seria o resto, para que a gente possa somar os dois
e obter a taxa natural de desemprego. Uma coisa que podemos
dizer imediatamente é que a taxa natural
é composta pelo desemprego estrutural
mais o desemprego friccional. Ou ainda, se você somar friccional
com estrutural, vai obter a taxa natural. Mas o que são
essas coisas? O desemprego estrutural
é uma situação onde as pessoas estão sendo
contadas na taxa de desemprego, mas há uma desconexão
entre suas habilidades e o que os empregadores procuram. Isso acaba fazendo com que fique
difícil eles encontrarem um emprego. Você pode imaginar
isso acontecendo na época em que o carro estava começando
a substituir o cavalo e a charrete. Se você fosse um condutor
de cavalo e charrete, ou se você
cuidava de cavalos, você teria problemas
para encontrar emprego. Afinal, agora as pessoas
estavam procurando motoristas de carros
e mecânicos de automóveis, ou ainda, pessoas que
sabiam sobre carros, ou pessoas que poderiam ajudar
a construir estradas para carros. E você não tinha nenhuma
dessas qualificações. Esse é um ótimo exemplo
de desemprego estrutural, onde as habilidades não
combinam com os empregos. Você vai me dizer
o seguinte agora: "Ah, com o tempo as pessoas iriam
aprender a fazer coisas para carros!" Sim, mas sempre há
mudanças na economia. Se você pensar sobre isso agora,
a tecnologia está em constante evolução. Há, constantemente, novas
necessidades da economia. Então, sempre haverá
alguma falta de adequação entre as habilidades
que as pessoas têm agora e as habilidades de que
os empregadores precisam. Isso também pode estar relacionado
ao local onde as pessoas estão, onde as pessoas podem não estar no lugar
onde os empregos estão, ou vice-versa. Agora, o desemprego friccional. Isso surge da ideia de que existem alguns
atritos quando você procura um emprego. Você tem que enviar seu currículo,
você tem que fazer entrevistas por aí, afinal, nem todo mundo vai
diretamente de um emprego para o outro. Muitas vezes, também, você pode ter
acabado de se formar na faculdade e está procurando
por um emprego, ou os empregadores estão
procurando preencher uma posição. Então, esse é apenas
um estado natural das coisas. Com o tempo, se a
tecnologia ficar melhor, se houver melhores maneiras
de combinar empregos, o desemprego friccional
poderia diminuir. Mas é improvável
que chegue a zero. Sempre haverá pessoas
no mercado de trabalho que estão procurando
ativamente por um emprego, que inclusive têm as habilidades iguais
às necessidades do mercado de trabalho. Logo, eles não serão contados
no desemprego estrutural. Mas ainda não
encontraram esse emprego. Enfim, eu vou
parar por aqui. Mas espero que agora você
consiga compreender melhor o que você costuma ver
como taxa de desemprego, e que também
saiba que existe a taxa de desemprego natural
e o desemprego cíclico. E que o desemprego
natural é formado pelo desemprego estrutural
e o desemprego friccional. Espero que você tenha
compreendido essas ideias e, mais uma vez, eu quero deixar
para você aqui um grande abraço, e dizer que
te encontro na próxima!