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Manual da taxa de desemprego

Nem todo mundo que não está trabalhando é considerado um desempregado. Neste vídeo, saiba como a taxa oficial de desemprego é calculada e o que significa estar oficialmente desempregado. Versão original criada por Sal Khan.

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Transcrição de vídeo

RKA13JL - Vamos estudar neste vídeo como a taxa de desemprego é calculada. Para começar, vamos ver qual é a população dos Estados Unidos. Deixa eu desenhar aqui um círculo. Digamos que este é o conjunto de toda a população norte-americana. E se os meus números estão certos, então estamos falando de mais ou menos 304 milhões de pessoas. Obviamente, nem todas as 304 milhões de pessoas que compõem essa população estão aptas para o mercado de trabalho, Incluindo aí o seu filhinho de 2 anos ou a minha filhinha recém-nascida. Por isso, quando pensamos em desemprego, temos que pensar na porcentagem de pessoas que têm idade para trabalhar e que poderiam teoricamente estar empregadas. Então vamos criar um subgrupo nessa população total dos Estados Unidos que contenha essencialmente as pessoas adultas que têm idade para trabalhar. Esse grupo aqui é composto por pessoas de 16 anos ou mais que podem trabalhar legalmente nos Estados Unidos. E os números que tenho aqui me dizem que esse grupo soma mais ou menos 237 milhões de pessoas. Mais uma vez, não dá para assumirmos que todas essas 237 milhões de pessoas trabalham, porque muitas delas estão na faculdade, algumas estão no ensino médio, algumas delas não podem mesmo trabalhar, algumas podem até ser aposentadas por uma ou outra razão. O que queremos é montar o subgrupo da população que faz essencialmente parte da força de trabalho ou que está ativamente em busca de trabalho. Vamos desenhar esse subgrupo aqui. Esta é a população economicamente ativa, PEA. Dela, não fazem parte os estudantes das faculdades ou os aposentados por invalidez. Deste grupo, fazem parte apenas as pessoas que estão empregadas, trabalhando, ou as pessoas que procuram ativamente por trabalho. Aliás, daqui a pouco vamos discutir melhor o que quer dizer efetivamente procurar trabalho. Mas sigamos. Pelos meus números, a população economicamente ativa dos Estados Unidos é de 154 milhões de pessoas. Olha, não se preocupe muito com esses números, não, o que importa mesmo é entender como a taxa de desemprego é calculada. Então pense aqui. Dentro deste grupo, que é o grupo da população economicamente ativa, existe um outro subgrupo, que é o subgrupo das pessoas que fazem parte da população economicamente ativa, mas que não estão trabalhando. Ou seja, é o grupo das pessoas que estão desempregadas. Aqui, olha. Só que as pessoas desempregadas podem estar ou não procurando ativamente por trabalho, certo? Então esse subgrupo dentro do grupo da população economicamente ativa é um grupo que contém as pessoas desempregadas e que por algum motivo não estão em busca de um emprego e as pessoas desempregadas que estão em busca de um emprego, ativamente em busca de um emprego. Olha, estou insistindo nesse "ativamente", porque ele é mais importante do que pode parecer à primeira vista. Mas, vamos lá, o número de pessoas nesse grupo está em torno de 15 milhões. Então, se você tem um emprego, você está aqui. Se você não tem um emprego, mas procura ativamente por um, está aqui. O que a gente vai ver daqui a pouco é que, se você não tem um emprego e não está procurando por um, mesmo podendo trabalhar, então você está nesse outro grupo aqui. Nem neste, nem neste, mas no grupo das pessoas que têm idade para trabalhar, mas não fazem necessariamente parte da população economicamente ativa. Isso vai ser bem interessante quando falarmos nas tendências de alta e baixa da taxa de desemprego. Para ver como se calcula essa taxa, vamos usar esses dados dos Estados Unidos como exemplo. A taxa de desemprego é igual ao número total de desempregados dentro de toda a população economicamente ativa do país dividido pela população economicamente ativa do país. No nosso caso, 15 milhões. Ou seja, os 15 milhões de desempregados que procuram ativamente por trabalho dividido pelos 154 milhões de pessoas que trabalham. E se a gente fizer a continha, temos 15 dividido por 154, ou uma taxa de desemprego de 0,097, 9,7%. A taxa de desemprego, então, está em torno de 9,7%. Mas eu falei que havia uns detalhes, e que eles seriam importantes, certo? Importantes e interessantes, porque as coisas mudam de figura quando as pessoas deixam ou começam a procurar por um emprego. Bom, nós vimos que os desempregados e as pessoas que estão ativamente procurando por um emprego fazem parte deste grupo, certo? Só que se uma pessoa não está empregada e não está procurando ativamente por um emprego, mesmo que tenha idade para trabalhar, ela deixa de fazer parte da população economicamente ativa. Aí você poderia perguntar: "Ok, o que que significa, afinal, estar procurando ativamente por um emprego?" Significa que essa pessoa está ou esteve procurando por emprego nas últimas quatro semanas. Ué, você pode pensar: "Como se sabe quem, dentre essas 15 milhões de pessoas, esteve ou está procurando por um emprego nas últimas quatro semanas?" Bom, isso é feito via pesquisa. Claro que não dá para perguntar a cada indivíduo se está empregado ou desempregado. E, se está desempregado, se esteve ou está procurando por um emprego nas últimas quatro semanas. É tudo feito com base em pesquisas estatísticas. Atualmente, essa pesquisa é realizada mensalmente com cerca de 60 mil pessoas. Mas as perguntas são basicamente essas: está empregado ou não, e se está desempregado, se tem buscado por trabalho nas últimas quatro semanas. Quem se encaixa no perfil "desempregado em busca ativa de emprego" é colocado neste grupo. Quem não se encaixa porque deu um tempo, porque desistiu mesmo, é colocado fora da população economicamente ativa. Isso afeta os números, óbvio. Há 15 milhões de pessoas desempregadas nos Estados Unidos. Digamos que o país atravesse uma recessão forte e que 5 milhões dessas pessoas tentem, tentem, tentem conseguir um emprego e não consigam, ficam tão desanimadas que param de procurar por emprego, já faz mais de quatro semanas que pararam. Essas pessoas deixam de ser consideradas parte da população economicamente ativa dos Estados Unidos, mesmo que tenham parado de procurar porque a situação econômica está um horror. Aí, o que é que acontece? Essas 5 milhões de pessoas saem daqui e passam a fazer parte do grupo de pessoas em idade de trabalhar, mas que não trabalham, junto com os estudantes, os aposentados. E aí, o que acontece? O número oficial de desempregados passa a ser de 10 milhões. E população economicamente ativa? Lembre-se que aquelas 5 milhões de pessoas eram um subgrupo dentro do grupo da população economicamente ativa. Então eles também saíram da PEA. A população economicamente ativa já não é de 154 milhões de pessoas, mas de 149 milhões. E a taxa de desemprego agora passaria a ser calculada com as 10 milhões de pessoas desempregadas, mas ativamente em busca de trabalho, pelas 149 milhões da população economicamente ativa. Quanto dá isso? 10 dividido 149 = 6,7%. Menor que antes. Oi? É meio louco isso, não é? As coisas ficaram ruins, mas muito ruins. Muitas pessoas simplesmente não conseguiram trabalho e acabaram desistindo de procurar, deixaram de fazer parte da população economicamente ativa, e a taxa de desemprego caiu. Mas poderia acontecer outra coisa também. Digamos que a recessão passou e agora estamos em uma fase acelerada de crescimento. Mas tinha todas aquelas pessoas aqui, lembra? Aquelas e mais um monte de gente que estava parada há ainda mais tempo ou que acaba de se formar e começa a procurar o primeiro emprego. Dentro desse grupão de 237 milhões de pessoas, também sejam, sei lá, uns 10 milhões de pessoas aptas ao trabalho. Essas 10 milhões são, portanto, pessoas que podem trabalhar, mas não trabalham. Elas formam o grupo das pessoas não economicamente ativas. Mas como eu disse, a situação econômica melhorou, as coisas ficaram boas, e o mercado de trabalho está aquecido, então essas 10 milhões de pessoas passam a procurar emprego novamente. Pronto. Nas últimas quatro semanas, 10 milhões de pessoas desempregadas passaram a buscar ativamente por um trabalho. Agora são 20 milhões de desempregados em busca ativa por trabalho. E agora são 159 milhões de pessoas economicamente ativas. Aquelas 10 milhões voltaram para o grupo da PEA, agora estão buscando ativamente por trabalho, então voltaram a fazer parte da força de trabalho do país. A taxa de desemprego, então, vai ser calculada com base nesses 20 milhões de desempregados em busca ativa por emprego divididos pelas 159 milhões de pessoas economicamente ativas dos Estados Unidos, o que nos daria 12,6%. 12,6%? Mas isso não é alto demais? Veja bem, o objetivo deste vídeo não é criticar a forma como a taxa de desemprego é calculada ou sugerir que ela é enganosa. Nosso objetivo é simplesmente mostrar esses detalhes que nem sempre são percebidos. Há outras formas de captar a taxa de desemprego, mas essa maneira de calcular é a que mais se ouve falar, é a taxa que os documentos oficiais divulgam para a imprensa. Essa taxa tem sua importância, mas é bom lembrar que ela não conta a história toda. A taxa não capta, por exemplo, as pessoas que estão saindo da população economicamente ativa do país quando as coisas estão ruins. Se fizesse isso, mostraria o quão ruim essas coisas estão quando as pessoas deixam de fazer parte da PEA. Da mesma forma, esse cálculo da taxa de desemprego não capta quando as coisas melhoram e mais pessoas começam a fazer parte da PEA. De novo, não é que o cálculo seja errado, ele só é limitado, mostra números que podem passar uma impressão diferente do que está realmente acontecendo. De repente mostra uma taxa de desemprego baixa em um momento crítico da economia, no qual as pessoas simplesmente não encontram trabalho, e mostra uma taxa de desemprego alta quando, na verdade, a economia está até melhorando. O negócio é conhecer a informação e saber avaliá-la criticamente. Eu tenho certeza de que a partir de agora você sabe fazer isso. A gente se encontra por aí. Até mais!