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Macroeconomia
Curso: Macroeconomia > Unidade 5
Lição 4: Crowding outResumo da aula: crowding out
Neste resumo de aula, revise e relembre os principais termos e gráficos relacionados ao crowding out.
Resumo da lição
Em uma lição anterior, aprendemos que a política fiscal pode ser usada para conter um hiato deflacionário. Isso parece ótimo! Um país poderia simplesmente se envolver em gastos deficitários para sair de uma recessão, certo?
Não tão rápido! Quando os países entram em déficits orçamentários, eles cobrem esses déficits com fundos emprestados. Quando os governos tomam dinheiro emprestado, eles competem com qualquer outra pessoa na economia que deseja tomar dinheiro emprestado da quantidade limitada de fundos disponíveis nas poupanças. O resultado desta concorrência é um aumento na taxa real de juros e uma queda nos investimentos privados. Este fenômeno é chamado de crowding out.
A maioria dos economistas concorda que o gasto deficitário não é um problema em si. Na verdade, o gasto deficitário pode, inclusive, ser necessário em períodos de grande recessão. Mas a maioria dos economistas também reconhece a possibilidade da ocorrência de déficits e dívidas no longo prazo como consequência. A redução dos gastos com investimentos significa que o estoque de capital de um país não crescerá tão rapidamente. Como resultado, o crowding out pode reduzir o futuro produto potencial de um país.
Termos-chave
Termo | Definição |
---|---|
déficit | quando os gastos do governo ultrapassam as receitas tributárias |
dívida | o efeito acumulado dos déficits ao longo do tempo |
crowding out | quando os gastos deficitários do governo e os empréstimos para pagamento desses déficits provocam um aumento nas taxas reais de juros e uma queda nos gastos com investimentos |
Principais equações
O orçamento do governo
Por exemplo, se um país recolhe milhões em impostos e gasta milhões, o saldo orçamentário é zero. Às vezes, você também encontrará o uso do termo “em equilíbrio” no lugar de “o saldo orçamentário é zero”. Em qualquer um dos casos, a fórmula é:
Mas, se o governo gasta mais do que recebe, ele tem um déficit. Portanto, se a receita tributária for de milhões, mas o governo gastar milhões:
Existe um déficit de milhões, portanto, o governo precisará tomar esse valor emprestado. Se o governo tiver o mesmo déficit todos os anos por três anos consecutivos, ele acumulará uma dívida de milhões:
Gráficos principais
Déficits, empréstimos e o mercado de fundos emprestáveis
Existem dois pontos de vista sobre como os déficits afetam o mercado de fundos emprestáveis:
A pressuposição sobre o impacto dos déficits | Impacto no mercado de fundos emprestáveis | Efeito sobre a taxa real de juros |
---|---|---|
Os déficits aumentam a demanda por fundos emprestáveis (o governo é um mutuário) | demanda por fundos emprestáveis ↓ | taxa real de juros ↑ |
Os déficits diminuem os fundos disponíveis nas poupanças (o governo é um poupador) | oferta de fundos emprestáveis ↓ | taxa real de juros ↑ |
Podemos mostrar cada uma dessas pressuposições graficamente:
Pontos principais
Geralmente, os governos cobrem seus gastos deficitários com empréstimos
Se você deseja gastar em pizzas, mas só tem , você não pode comprar as pizzas, a menos que faça um empréstimo. Os governos possuem uma vantagem que você não tem, pois eles podem imprimir dinheiro. Entretanto, esta é uma tática que os governos raramente utilizam, pois ela provoca inflação ou até mesmo hiperinflação. Então, assim como você, os governos tomam dinheiro emprestado.
E se você deseja pegar emprestado e o governo deseja pegar emprestado, mas só existem disponíveis para emprestar? Agora, você e o governo estão disputando a compra de algo que é escasso, o que causará uma alta nos preços. À medida que a taxa real de juros sobe, você decide que, na verdade, não precisa daquela quantidade de pizzas. O resultado da concorrência entre o governo e você e qualquer outro mutuário privado é um aumento na taxa de juros, o que, por sua vez, gera uma diminuição dos gastos privados.
Seu dilema da pizza ilustra o efeito de crowding out: quando os governos tomam dinheiro emprestado, eles impedem que esse empréstimo seja feito pelo setor privado. Menos empréstimo significa menos gastos com investimentos e menos consumo suscetível a juros no curto prazo.
Por fim, a dimensão do crowding out depende da capacidade da economia de acomodar um empréstimo adicional. Se uma economia está em recessão, existem menos gastos com investimentos privados, o que gera menos concorrência e pouca probabilidade de crowding out. Por outro lado, se uma economia está próxima do produto a pleno emprego, provavelmente haverá mais investimentos privados e, portanto, uma maior possibilidade de crowding out.
O crowding out pode ter efeitos no longo prazo
O crowding out de longo prazo pode desacelerar a taxa de acúmulo de capital. Lembre-se de que parte dos gastos com investimentos vem da compra de novos equipamentos feita pelas empresas, e que as empresas geralmente fazem empréstimos para comprar esses equipamentos novos. Portanto, taxas de juros maiores significam menos empréstimos, e menos empréstimos significam menos equipamentos (em outras palavras, capital) comprados.
Se houver menos empréstimos, haverá menos acúmulo de capital. Mais capital contribui para a capacidade de uma economia de produzir bens e serviços no longo prazo. Portanto, um possível impacto dos déficits e das dívidas no longo prazo é uma desaceleração na taxa de crescimento econômico porque o déficit dificulta o investimento privado em capital.
Equívocos comuns
Às vezes, os alunos novos confundem os termos déficit e dívida. Os déficits são uma escassez de fundos em um determinado ano. As dívidas correspondem a uma escassez acumulada ao longo de muitos anos. Uma frase para se lembrar da diferença é: de t uilds up but de icits are or right now. (Tradução: as dívidas são construídas ao longo do tempo, mas os déficits são atuais).
Perguntas para revisão
Atualmente, Elistão está operando abaixo do pleno emprego.
PARTE 1. Desenhe um gráfico do modelo OA-DA corretamente identificado e marque i) o produto atual como Y_1, ii) o nível de preços atual como NP_1, e iii) o produto potencial como Y_f
PARTE 2: Imagine que os legisladores decidem usar a política fiscal para conter o hiato do produto. A propensão marginal a consumir é de e o hiato do produto é de milhões. Calcule a variação mínima necessária para que os gastos do governo resolvam esse hiato do produto.
PARTE 3: Se o governo decide reduzir os impostos para conter esse hiato, a variação nos impostos será maior, menor ou igual à variação nos gastos do governo? Explique.
PARTE 4: Imagine que o governo está em déficit orçamentário em virtude da mudança na política fiscal. Mostre o impacto do déficit na taxa de juros do mercado de fundos emprestáveis.
PARTE 5: Como resultado da variação na taxa de juros que você mostrou na parte 4, o que acontecerá com a curva de possibilidades de produção de Elistão no longo prazo? Explique.
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