If you're seeing this message, it means we're having trouble loading external resources on our website.

Se você está atrás de um filtro da Web, certifique-se que os domínios *.kastatic.org e *.kasandbox.org estão desbloqueados.

Conteúdo principal

Déficits e dívida

Neste vídeo, conheça a diferença entre déficits e dívidas, bem como os prós e os contras dos déficits.

Quer participar da conversa?

Nenhuma postagem por enquanto.
Você entende inglês? Clique aqui para ver mais debates na versão em inglês do site da Khan Academy.

Transcrição de vídeo

RKA22JL - Olá, tudo bem com você? Você vai assistir agora a mais uma aula de economia e, nessa aula, vamos conversar sobre dois termos que provavelmente você já ouviu no contexto de gastos e orçamentos do governo e empréstimos. Eu estou falando dos termos déficit e dívida. Eles podem gerar um pouco de confusão porque ambos começam com a letra d e ambos estão associados a empréstimos e orçamentos de gastos. Além disso, eles estão relacionados, mas significam coisas diferentes. Um déficit é uma situação onde você gasta mais do que você está recebendo. Do ponto de vista do governo, seria uma situação onde um governo gasta mais em um ano do que ele gera de receita nesse ano. Eu vou escrever isso aqui. Em um ano, ou ciclo orçamentário, está gastando mais do que está recebendo e o valor que você está gastando a mais nesse ano vai ser o déficit. Por outro lado, uma dívida é o valor total que você deve, portanto, é a quantia total devida. Agora, eles estão claramente relacionados. Por exemplo, vamos dizer que haja um governo hipotético aqui. Eu vou colocar uma tabela aqui com alguns anos. Aqui, temos o ano um, o ano dois, o ano três, o ano quatro, e eu vou até o quinto ano. Vamos pensar aqui sobre o déficit, o déficit é a cada ano, e vamos pensar também na dívida a cada ano. Digamos que, no primeiro ano, nosso país hipotético gastou 200 em excesso. Eu vou fazer tudo aqui em bilhões de dólares. Portanto, houve um gasto de 200 bilhões de dólares a mais. Devido a isso, temos um déficit de 200 bilhões de dólares. Supondo que a dívida era zero antes disso, agora vamos dever 200 bilhões de dólares às pessoas. Eu estou assumindo que tudo está em bilhões de dólares, ok? Vamos dizer agora que, no próximo ano, tivemos um déficit de 100 bilhões de dólares. Agora devemos o dinheiro que devíamos antes mais outros 100 bilhões de dólares, então, isso será 300 bilhões de dólares. Acho que você já consegue ver aonde isso aqui vai dar, não é? Vamos supor, agora, que, no terceiro ano, tivemos um terceiro déficit de, digamos... Gastamos muito nesse ano, muito mais do que arrecadamos, portanto, ficamos com um déficit de 500 bilhões. Isso só aumentará nossa dívida, então, agora, ficaremos com 800 bilhões de dólares. Claro, você pode pagar dívidas. A fim de pagar dívidas, você teria que ter um superávit em um ano, o que você poderia ver como um déficit negativo. Então, vamos dizer que, nesse ano, o déficit seja de 100 negativo. Claro, normalmente, as pessoas não diriam que temos um déficit de menos 100 bilhões de dólares. Normalmente, elas diriam que o governo teve um superávit de 100 bilhões de dólares, mas, enfim, vamos dizer que o governo gerou esse excedente, e, com isso, ele pagou a dívida, ou parte dela. Ao pagar parte da dívida, teremos 700 bilhões aqui em dívida. Claro, poderíamos ter um ano onde temos um orçamento totalmente equilibrado, não teremos um superávit ou um déficit. E, nesse caso, a dívida permaneceria a mesma. Talvez, você esteja pensando sobre os juros, porém, os juros da dívida já fazem parte do orçamento. Pensamos aqui sobre isso, inclusive, já sabemos se estamos tendo um superávit ou déficit, mas, para deixar isso um pouco mais claro no contexto dos Estados Unidos, aqui está um gráfico que mostra os déficits e superávits totais para os Estados Unidos a partir do final dos anos 1960. Temos todo o caminho até perto dos dias atuais. Também temos uma projeção para uma década à frente. Não se esqueça de que isso se trata apenas de uma projeção. Enfim, sempre que estas barras estiverem voltadas para baixo, o governo está tendo um déficit. Os anos em que estamos acima da linha são os anos onde estamos tendo um superávit orçamentário, ou seja, onde o governo realmente recebeu mais do que gastou. De forma geral, déficits e superávits estão falando sobre o quanto você está gastando a mais ou a menos em um determinado ano, enquanto as dívidas estão falando sobre a quantia acumulada que você deve. Para deixar isso aqui mais claro, podemos dar uma olhada na dívida pública total nos Estados Unidos e, mais uma vez, temos aqui dados que vão de 1970 até próximo dos dias atuais. Como você pode perceber, a dívida acumulou de uma forma muito grande. Está próximo, aqui diz, de 20 milhões, mas, ao olhar aqui do lado, percebemos que esses dados estão em milhões de dólares. Então, isso é 20 milhões de milhões ou 20 trilhões de dólares em dívidas. Isso aqui é quanto o governo dos Estados Unidos tem de dívida no final desse período apresentado no gráfico. Talvez você esteja pensando “a economia cresceu um bocado”. Então, o que realmente importa é o quanto você tem de dívida em relação ao PIB. Repare que agora temos um gráfico que mostra a dívida do governo em porcentagem do PIB. Não é tão dramático, mas, ao final do período apresentado, temos uma dívida que é quase igual ao PIB anual. Então, se você fizesse uma analogia com sua vida pessoal, se você tivesse feito US$100.000,00 em um ano, isso seria como ter uma dívida de US$100.000,00. Uma pergunta interessante é: quais são os prós e os contras de ter um déficit em um determinado ano? Algo que vai acabar aumentando a dívida? Alguns dos argumentos a favor de, às vezes, ter um déficit, o que aumentará a dívida, é que permite que um governo faça uma política fiscal anticíclica, ou, se você estiver em uma recessão, poderemos ter uma política fiscal expansionista sobre a qual já falamos em outros vídeos, inclusive, e isso, muitas vezes, envolve, talvez, a redução de impostos e o aumento de gastos. Isso poderia permitir ao governo tornar a recessão em algo menos severo, o que possibilitaria que todos tivessem uma vida melhor no longo prazo, e essas coisas são debatidas. É mais fácil pensar nos contras. Pode-se imaginar que, em algum momento, a dívida se torne insustentável. Eu vou escrever isso aqui. Dívida insustentável. E, definitivamente, há exemplo de outros países que contraíram dívidas tão grandes que eles não conseguiram nem mesmo pagar os juros. Basta lembrar-se, e é só você individualmente ou um governo, quando você pede dinheiro emprestado, você tem que pagar juros. Em algum momento, os juros se tornam tão significativos que o governo não pode mais pagar por eles. E, mesmo se um governo puder pagar os juros da dívida, aquele dinheiro que está sendo usado para os juros poderia ter sido usado de outra forma, para outras coisas. Outra desvantagem de contrair grandes déficits, o que poderia levar a grandes dívidas acumuladas, é que isso pode afetar as taxas de juros no mercado mais amplo, então, você pode levar a um aumento das taxas de juros. Quando estudamos o mercado monetário, percebemos que, quanto mais o governo esteja tentando pegar dinheiro emprestado, isso vai deslocar a demanda nos mercados de dinheiro para a direita. Se as taxas de juros aumentarem, isso poderia levar a algo de que nós já falamos em outro momento. Ou seja, um “crowding out” ou efeito de deslocamento, onde, devido ao aumento das taxas de juros, menos mutuários privados em potencial vão contrair empréstimos, o que poderiam usar para investir. Então, essas são todas coisas muito interessantes para se pensar, mas a grande lição aqui é não se confundir entre o que é o déficit e o que é a dívida. Déficits e superávits referem-se a quando você está gastando a mais ou a menos em um determinado ano, e, a dívida, é o valor total devido. Espero que você tenha compreendido essas ideias, e, mais uma vez, eu quero deixar um grande abraço para você e até a próxima!