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Macroeconomia
Curso: Macroeconomia > Unidade 5
Lição 6: Crescimento econômicoCompreensão do crescimento econômico
O crescimento econômico é uma expansão da capacidade de produção, e não apenas uma flutuação temporária no PIB. Neste vídeo, conheça a definição de crescimento econômico e como ele ocorre.
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Transcrição de vídeo
RKA3JV - Olá, tudo bem com você? Você vai assistir agora a
mais uma aula de Economia. Nesta aula, vamos conversar sobre
o crescimento econômico. Porém, eu quero ter muito cuidado aqui. Porque dependendo do contexto,
algumas pessoas, incluindo economistas, podem dar significados diferentes
ao crescimento econômico. Na linguagem do dia a dia,
quando as pessoas estão falando sobre o crescimento econômico, elas geralmente estão apenas falando sobre uma expansão na produção de uma economia ao longo do tempo. Então, de acordo com esta ideia, se o PIB real está aumentando, podemos considerar que está tendo
um crescimento econômico. Mas, de acordo com o contexto
que nós vamos falar neste vídeo, que inclusive é algo que pode ver
em uma aula introdutória de Economia ou até mesmo de Economia Avançada, o crescimento econômico não pode
ser visto apenas com o aumento do PIB real ao longo do tempo. Afinal, também precisamos falar sobre a produção do pleno
emprego ao longo do tempo, independentemente de onde
estamos no ciclo econômico. Portanto, mantenha isso em mente
enquanto você assiste a este vídeo. Se estamos apenas falando sobre
o aumento do PIB real, vamos chamar isso de expansão e não necessariamente
de crescimento econômico. E quando estivermos falando
da redução do PIB real, vamos chamar isso de contração. Quando a gente falar sobre
crescimento econômico, vamos falar sobre o aumento
da produção do pleno emprego. E, como eu disse, isso pode acontecer
de forma um tanto quanto independente de onde estamos no ciclo econômico real. Vamos observar um pequeno diagrama aqui para tornar isso um pouco mais claro. Bem, aqui eu plotei um gráfico do PIB real de uma economia em relação ao tempo. Aqui, em amarelo, observamos
como o PIB real está flutuando. E ele está flutuando em torno
da produção de pleno emprego. Vamos escolher este momento
aqui que vamos chamar de T₁. Bem neste ponto, neste instante de tempo, temos a nossa
produção de pleno emprego que vamos chamar de Yf₁. Repare que a nossa economia
está funcionando acima de nossa produção de pleno emprego. Temos um hiato com o produto positivo. Se partirmos deste ponto no tempo
e avançar um pouco até, digamos T₂, bem aqui, teremos o Yf aqui ainda. Repare que a produção
de plano emprego aqui é uma reta, é estável. De acordo com isso, não teríamos nenhum crescimento
econômico de T₁ a T₂, mesmo que o PIB real tivesse crescido. Ele cresceu deste ponto
até este ponto bem aqui. Uma forma de pensar sobre isso
é que estamos expandindo enquanto esta curva é inclinada para cima. Mas se a produção de pleno
emprego não está mudando, não estamos tendo um
crescimento econômico. Os tempos em que realmente
estamos tendo um crescimento econômico são os momentos em que nossa produção
de pleno emprego está aumentando. Observe que temos isto acontecendo
deste momento aqui até este momento aqui. E observe que isto está acontecendo
teoricamente durante uma contração, temos uma contração bem aqui onde
o PIB real está realmente recuando. Mas conhecendo realmente qual
foi a produção de pleno emprego, e que fomos capazes de traçá-lo assim, teoricamente estamos experimentando
um crescimento econômico aqui, apesar de estar ocorrendo uma contração. Para compreender isso melhor, vamos observar outros modelos
que temos estudado em Economia. Vamos olhar aqui um gráfico das
curvas de possibilidades de produção. Normalmente, os gráficos que
a gente vê em aulas de Economia, são gráficos com apenas
dois bens ou serviços. Mas em uma economia real,
teremos algo muito mais complexo. Teria milhões de bens e serviços, mas é muito difícil desenhar aqui 1 milhão de curvas de possibilidades
de produção, não é? No entanto, o que este aqui
está nos mostrando é a produção do pleno emprego
em um momento no tempo. E isto nos mostra a compensação
entre estes dois bens ou serviços. Agora, se estivermos em uma situação onde estamos atrás da curva
de possibilidade de produção, teremos um hiato de produto negativo. E é possível que com o tempo a gente parta deste hiato
de produto negativo de volta à curva de
possibilidade de produção. Isso seria uma expansão da economia, mas pela definição que
estamos falando aqui, que não é o que normalmente
é falado nos noticiários ou algo assim, não chamaríamos
isso de crescimento econômico. O crescimento econômico
acontece quando empurramos para fora a curva de
possibilidade de produção. Ou seja, quando temos um aumento em nossa produção de pleno emprego. O crescimento econômico talvez ocorra através de alguma nova tecnologia ou mais alguns trabalhadores ou recursos ou apenas instituições melhores. E aí, com isso, somos capazes
de impulsionar nossa curva de possibilidades de produção. Este é um exemplo de
crescimento econômico. Então, por exemplo, esta poderia ser a nossa curva
de possibilidade de produção, em digamos T₃,
onde o T₃ está bem aqui. E esta aqui pode ser a nossa curva
de possibilidades de produção em T₄. Onde este T₄ está bem aqui. E foi onde a nossa produção
do pleno emprego aumentou. Também podemos ter a mesma ideia usando a demanda agregada ou o
modelo de oferta agregada. Quando estudamos isso,
vimos que. no curto prazo. por causa de um choque de demanda
ou um choque de oferta, nós poderíamos estar
operando à esquerda ou à direita de nossa produção
de pleno emprego, criando estes hiatos de produção positivos ou negativos. Mas com o tempo vamos voltar para esta
produção de pleno emprego. E, assim, enquanto a nossa curva
de possibilidade de produção não está sendo empurrada para fora, não está mudando, ou enquanto a nossa curva de
oferta agregada de longo prazo não está mudando, de acordo com a definição que
eu estou usando neste vídeo, não estamos tendo um
crescimento econômico. O análogo para o que vimos nesta
curva de possibilidade de produção seja talvez esta curva de oferta agregada
de longo prazo em T₃. Mas se nossa economia
tiver mais recursos, talvez mais população,
mais recursos naturais, melhores tecnologias e
melhores instituições, talvez seja capaz de produzir
mais com pleno emprego. E, nesta situação, nossa curva
de oferta agregada de longo prazo, mudaria para a direita. E aí, esta poderia ser nossa
curva de oferta agregada de longo prazo no tempo T₄. Aqui temos a produção
de pleno emprego em T₃, e aqui a produção de pleno emprego em T₄. Enfim, a grande conclusão
que temos aqui é que independentemente de onde
estamos na expansão ou na contração de nossos
ciclos de negócios, o crescimento econômico
é a variação nesta linha azul. E se estivermos olhando para a curva
de possibilidade de produção, temos um crescimento econômico
quando a nossa curva sofre uma mudança. Se estivermos olhando para o modelo
de oferta e demanda agregada, temos um crescimento econômico quando ocorre uma mudança para a direita da nossa curva de oferta
agregada de logo prazo. E, falando mais uma vez, quais são as coisas que podem causar isso? Afinal, é bom saber isso! Existe uma noção de capital. Tradicionalmente, as pessoas apenas
pensam em mais fábricas, mais recursos, mais terras. Talvez isso empurre as coisas para fora e, definitivamente, poderia. Mas definições mais modernas
estão pensando em capital humano. Ou seja, se tivermos uma força
de trabalho melhor, quem sabe mais educada, uma força de trabalho mais qualificada,
isso também pode importar. As pessoas também pensam
sobre coisas como a tecnologia. Se pudermos descobrir melhores formas
de juntar os recursos que temos, também poderíamos aumentar
a nossa produtividade. E isso é o que chamaríamos de tecnologia
em um contexto de economia. Também tem coisas como as instituições
que são importantes. Você pode observar, por exemplo, se a sua burocracia realmente
retarda as coisas, se leva uma eternidade para
conseguir uma licença para fazer algo. Bem, isso pode atrapalhar
a produção de pleno emprego. Mas se as instituições se
tornarem muito mais eficientes, então isso pode permitir ao país, permitir que essa economia aumente
a produção de pleno emprego. Então, todas estas coisas poderiam empurrar a nossa curva
de possibilidade de produção. Poderia empurrar a curva de
oferta agregada de longo prazo para a direita ou ainda
fazer esta curva azul aqui, que representa a produção de
pleno emprego, subir com o tempo. Tudo isso seria crescimento econômico. Eu espero que você tenha compreendido
tudo o que conversamos aqui. E, mais uma vez, eu quero deixar
para você um grande abraço, e até a próxima!