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Macroeconomia
Mudanças no modelo DA/OA e na Curva de Phillips
Economistas que estudavam a relação entre inflação e desemprego fizeram uma modificação importante no modelo da curva de Phillips com a adição da curva de Phillips de longo prazo (CPLP). Quando as expectativas são levadas em consideração, e há tempo suficiente para ajustes, a curva de Phillips é vertical. Explore o porquê disso neste vídeo.
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Transcrição de vídeo
[RKA20C] E aí, pessoal?!
Tudo bem? Neste vídeo, vamos pegar
o que já conhecemos a respeito de
demanda agregada, oferta agregada
e curva de Philips e vamos conectar essas ideias. Então, primeiro, vamos olhar
para a curva de Philips. Este gráfico mostra bem
esse tipo de economia. Aqui, temos a inflação associada
a baixo desemprego e, aqui, o alto desemprego
associado à baixa inflação. Podemos chamar esta curva de
curva de Philips de curto prazo. Podemos olhar diferentes
pontos dessa curva em diferentes pontos
do ciclo econômico e, também,
podemos introduzir a ideia conhecida como
curva de Philips de longo prazo, que se baseia apenas na taxa natural de desemprego
para essa economia. Digamos que essa taxa
seja de 6%. São 6% no eixo de desemprego. E esta curva de Philips de longo prazo vai ser apenas uma
reta vertical bem aqui. Curva de Philips de longo prazo. Mas por que é uma reta vertical? Bem, em longo prazo, a nossa
taxa natural de desemprego vai ser de 6%,
independentemente de qual for a taxa de inflação. Olhando para a interseção
destas duas curvas, podemos ver que a nossa economia,
neste momento, está operando em pleno emprego. Se o desemprego
for menor que isso, estamos superaquecendo
a nossa economia em algum grau. Se for maior, então, vamos ter
um hiato de produto negativo. Mas, a minha pergunta é:
como associamos essa ideia à demanda agregada
e à oferta agregada? Vamos desenhar a nossa curva de
oferta agregada de longo prazo, e vou fazer a curva
de pleno emprego bem aqui, nesta interseção por enquanto
porque quero mostra uma economia que está operando a todo vapor. De novo, é uma linha vertical porque,
independentemente do nível de preço, temos certo produto para esta economia
que é sustentável. Então, temos aqui a curva
de pleno emprego. Deixa só eu colocar o PIB real aqui,
de novo, no eixo horizontal. Mas enfim,
qualquer coisa além disso é insustentável com base em
uma economia estruturada, e qualquer coisa menor que isso faz com que você tenha
um hiato de produto negativo. Mas, agora, vamos pensar no que acontece
se começarmos a mudar as curvas. O que acontece se a curva
de demanda agregada se mover para a esquerda? Lembrando que já vimos isso
em outros vídeos. Há um preço de equilíbrio... Eu posso chamar esta curva
de curva de demanda agregada 2. Você tem um novo o preço de equilíbrio
e, aqui, o nosso produto de equilíbrio, que vou chamar de y₂. E você pode ver que estamos abaixo
desta curva de pleno emprego, temos um hiato do produto negativo. Mas o que isso tem a ver
com a curva de Philips? Aqui, você tem um hiato
do produto negativo, correto? Isso significa que você vai ter
um desemprego maior, e essas mudanças na curva
de demanda agregada são movimentos ao longo
da curva de Philips. Então, movendo-nos
ao longo dessa curva, vamos ter um desemprego
mais alto aqui porque vamos ter o hiato
do produto negativo. E chegamos a este ponto,
que podemos chamar de ponto 2. Então, saímos de uma situação
em que tínhamos 6% de desemprego e, digamos, 3% de inflação, e vamos para uma situação em que
temos 9% de desemprego, por exemplo, e, quem sabe, 2% de inflação. E pode até acontecer o contrário. Digamos que a nossa
curva de demanda agregada se mova para a direita, e, com isso, vamos ter uma nova
curva de demanda agregada, que podemos chamar de DA₃. Aqui, temos um novo
preço de equilíbrio e, consequentemente,
um novo equilíbrio, que indica que vamos ter
um produto positivo que vou chamar de y₃. E onde colocamos isso
na curva de Philips? Se temos um hiato
do produto positivo, isso significa que temos
um desemprego muito baixo. E isso pode ser insustentável! Quem sabe não esteja aqui
na curva de Philips? Digamos que a nossa
taxa de desemprego seja de 4%, e a nossa inflação também. Algo interessante acontece
quando começa a haver uma inflação cada vez mais alta. Isso pode fazer com que as pessoas
tenham expectativas mais altas para o preço
e para a própria inflação. Se as pessoas têm uma expectativa
mais alta para a inflação, elas podem querer cobrar mais
para um certo nível de produção. Então, digamos que,
neste nível de produção, as pessoas possam querer
um nível de preço mais alto e, aqui, um nível ainda mais alto, e isso pode fazer com que a nossa curva
de oferta agregada de curto prazo se mova para cima
ou para a esquerda, né? Posso chamar esta curva
de curva de oferta agregada 3. Quando esta curva
se move para a esquerda, podemos ver que voltamos para
a nossa produção de pleno emprego. Mas o nosso nível de preço
está muito mais alto. Ao que isso corresponde
na curva de Philips? Quando você tem uma mudança na curva de oferta agregada
de curto prazo, isso vai levar a uma mudança
na curva de Philips. Mas para qual lado vai mudar? Se você ainda não entendeu, uma outra maneira
de pensar nisso é: em um determinado nível
de produção, você esperaria um preço mais alto
por causa desse aumento nas expectativas de inflação, correto? Então, aqui, em um determinado
nível de desemprego, você esperaria um maior
nível de inflação. Então, a nossa curva
se desloca para cima e, com isso, teríamos algo
mais ou menos assim: uma nova curva de
Philips de curto prazo semelhante a esta,
que vou chamar de 3. E podemos voltar a este ponto. Se aqui estivéssemos na produção
de pleno emprego, estaríamos operando em nossa faixa
natural de desemprego novamente. Mas, observe que, agora,
a inflação subiu ainda mais. Quem sabe a inflação agora
não seja de 5%? A última coisa que você
pode estar se perguntando é: quando essas curvas
de longo prazo mudam? Já falamos a respeito disso antes quando falamos sobre a oferta
agregada de longo prazo. Vimos que ela muda se
a economia mudar estruturalmente de alguma forma. Por exemplo, se fábricas forem
bombardeadas em uma guerra, ou algo do tipo. Isso vai fazer esta curva
se deslocar para a esquerda. Ou, quem sabe, se descobrirmos
algum tipo de tecnologia nova, ou outras maneiras de
nos organizarmos, talvez com mais recursos... Isso vai fazer esta curva
se deslocar para a direita. Da mesma forma, se houver
uma mudança massiva global e se as habilidades
dos trabalhadores não forem mais tão valiosas
para a economia global, a curva de Philips pode
deslocar-se para a direita. E se as pessoas tornarem-se mais
qualificadas com o tempo, talvez vamos conseguir diminuir
o desemprego friccional, ou o desemprego natural, e, com isso, a curva de Philips
vai se deslocar para a esquerda. Espero que esta aula tenha lhe ajudado. Até a próxima, pessoal!