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Observação das tendências de renda ajustada pela inflação desde 1980

Uso de um diagrama do The New York Times para observar as tendências de renda ajustada pela inflação desde 1980. Discussão sobre possíveis alavancas que poderiam estar impulsionando as tendências. Versão original criada por Sal Khan.

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Transcrição de vídeo

RKA13JL - E aí, pessoal, tudo bem? Nesta aula, vamos fazer algumas observações a respeito das tendências de renda ajustadas pela inflação desde 1980 nos Estados Unidos. E para isso, temos alguns gráficos aqui que foram elaborados pelo The New York Times que mostram como essas receitas cresceram desde 1980. E antes de olharmos para os vários percentis de renda, note que esta linha preta aqui é interessante porque representa o PIB per capita real. E você pode ver que esse PIB cresceu desde 1980 e agora está em cerca de 80%. Isso é interessante porque, em teoria, se todo o crescimento produtivo de um país fosse uniformemente distribuído, então todos estariam sobre esta linha do PIB. E o que é interessante também nesses gráficos, e que não conseguimos ver claramente, é que, por exemplo, uma pessoa com renda entre os 90 e 99 percentis tem uma renda que está crescendo praticamente junto com o PIB. E o ano em que o gráfico termina, que é depois de 2010, seria como se as pessoas desse grupo tivessem uma renda entre 125 mil e 425 mil dólares após a cobrança de impostos. E alguém que ganha 425 mil após essa retirada de impostos pode estar ganhando, no total, cerca de 800 mil antes dessa retirada. Mas note que existem alguns grupos que fogem desse padrão. Por exemplo, o grupo do 1% do topo, que tem uma renda que cresceu cerca de duas vezes mais que o PIB, e o grupo do 0,1% do topo, que parece que cresceu cerca de cinco vezes mais que o PIB. Claro que se a renda de algumas pessoas está crescendo mais do que o PIB, a renda de outras tem que crescer menos. E você pode ver que para os 40% intermediários, o seu crescimento parece que é cerca de ⅔ do crescimento do PIB. Já os 50% inferiores, parece que é ⅓ do PIB. E, nesse momento, você pode dizer: "Isso não é um pouco preocupante?", porque temos uma enorme desigualdade à medida em que a nossa economia cresce. Quem sabe outra pessoa não diga que isso é um efeito colateral do capitalismo. Se você parar para observar, a renda de todos os grupos está crescendo em termos reais, mas em um mundo capitalista, algumas pessoas podem crescer mais que outras. Mas independentemente do seu ponto de vista, é interessante pensarmos o porquê temos essa diferença entre as rendas. Neste vídeo, não vamos conseguir falar de tudo, mas vamos destacar alguns pontos interessantes que causam essa diferença. A primeira delas é a globalização. Mas por quê? Em um mundo globalizado, o capital pode fluir para onde quiser, correto? E, geralmente, as empresas buscam mão de obra mais barata, algo que agora é possível. Por exemplo, se você estiver entre esses dois grupos e possui uma empresa, você pode levar seu capital para um local com custos mais baixos, você não precisa fazer os salários subirem em seu país. Com isso, a demanda por mão de obra vai para o exterior e, portanto, vai haver menos demanda por essa mão de obra em seu país. Isso faz com que a renda de muitas pessoas não cresça. E outra possibilidade é a tecnologia. Muitas vezes, essa tecnologia tem efeitos semelhantes ao da globalização, só que em vez de pegar essa mão de obra e levá-la para o exterior, onde é mais barata, a tecnologia muitas vezes substitui essa mão de obra. Outra forma de pensar nisso é que essa tecnologia pode tornar as pessoas mais produtivas, de modo que diminua a mão de obra local. Com isso, as pessoas que possuem mais tecnologia, que são capazes de tirar proveito das tendências tecnológicas, podem obter uma quantidade desproporcional de renda em relação ao PIB. E relacionada a essa tecnologia, também temos a educação. Talvez em um mundo globalizado e tecnológico, o retorno da educação seja mais importante e, portanto, se alguém não recebe tanta educação, não vai conseguir participar dos benefícios dessa tecnologia. Isso é tão verdade, que muitas empresas buscam pessoas qualificadas para irem ao exterior. Portanto, quem não tem tanta educação não vai conseguir exigir altos salários. Outro fator importante é a política de imigração, que, do ponto de vista salarial, pode ter um efeito semelhante ao da tecnologia e da globalização. Por quê? Se você tiver um aumento na mão de obra menos qualificada, a economia vai nos dizer que o preço por ela, que, nesse caso são os salários, vai ser suprimida. E outro fator que pode estar contribuindo para a diferença de rendas é a política tributária. De um modo geral, as taxas de imposto de renda, quanto mais você ganha, mais de você paga, correto? Mas quando você chega às grandes fortunas, como no 0,01% e 1% do topo, muitos desses rendimentos vêm desproporcionalmente de ganhos de capital, rendimentos sobre a valorização do preço dos ativos, e esse tipo de renda, hoje, é tributado a uma taxa de imposto significativamente mais baixa do que a renda normal. E por último e não menos importante, você tem a política monetária. E aqui temos ações da reserva federal dos Estados Unidos que dita algumas taxas de juros e muitas vezes, principalmente quando você passa por uma crise, os grupos com maiores rendas podem se beneficiar desproporcionalmente em relação aos que possuem renda normal, principalmente porque podem se beneficiar de condições melhores em empréstimos e investir com taxas maiores. Isso serve para os grupos de rendas mais altas. E, claro, o objetivo deste vídeo não é fazer um julgamento de valor ou algo do tipo, é apenas para fazer você pensar a respeito das tendências de renda e como esses mecanismos podem influenciar nisso. E eu espero que essa aula tenha ajudado vocês, e até a próxima, pessoal!