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Curso: Macroeconomia > Unidade 4
Lição 4: Negócios bancários e a expansão da oferta de moeda- Visão geral sobre o sistema de reserva fracionária dos bancos
- Criação de moeda em um sistema de reserva fracionária
- A fragilidade dos empréstimos de reserva fracionária
- Sistema de reserva total dos bancos
- Contabilidade de reservas fracionárias simples (parte 1)
- Contabilidade de reservas fracionárias simples (parte 2)
- Resumo da aula: negócios bancários e a expansão da oferta de moeda
- O multiplicador monetário e a expansão da oferta de moeda
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Criação de moeda em um sistema de reserva fracionária
A maioria das pessoas supõe que o governo imprime moeda, e que é assim que ela é criada. Mas isso não é totalmente verdade. Assista a este vídeo para descobrir o papel dos bancos na geração da oferta de moeda.
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Transcrição de vídeo
RKA3JV - Digamos que, por algum motivo, você tenha emprestado
ao governo 1.000 dólares. Então, o governo lhe entregou um
pedaço de papel formalmente emitido. Este papel diz: nós do governo lhe
devemos 1.000 dólares. É um título de tesouro
que vale 1.000, certo? Agora, digamos que o banco central
esteja interessado em emitir dinheiro, queira incentivar a economia. Então, eles criam 1.000 dólares
em papel-moeda e compram o seu título do tesouro. O título, então, passa
a pertencer ao Banco Central e todo mundo fica feliz. Você recebe o dinheiro que
o Banco Central acabou de criar para incentivar a economia. O Banco Central está com o título
do tesouro que vale 1.000 dólares, que ele acabou de te pagar. Então, agora você tem 1.000 dólares. Parabéns! O que você pretende
fazer com este dinheiro? Pode não ser muito seguro
andar por aí com esta quantia. Já imaginou você pela cidade
com os bolsos cheios com todo este dinheiro? Ia dar muito na vista, não é? Provavelmente, muitas pessoas, você inclusive, depositariam
este valor em um banco. E quando você depositasse
este valor no banco, o que aconteceria com o balanço do banco? Vamos ver! Digamos que você vai ao banco "A"
e deposita ali seus 1.000 dólares. Pronto, você deposita os 1.000 dólares. Estes 1.000 dólares são seus,
são a sua reserva. É um ativo seu que
está guardado no banco. Você apenas o emprestou. Então, estes 1.000 dólares são
um ativo para você. E um passivo para o banco. Porque o banco tem uma obrigação, ele é responsável por cuidar
do dinheiro que você emprestou. Você agora tem uma conta
de depósito verificável, ou uma conta corrente, que você pode
a qualquer momento requisitar. Oi, eu vim sacar meus 1.000 dólares! E o banco tem que te entregar
o que te pertence. Mas você deve se lembrar, nós já vimos isso em vários vídeos falando sobre empréstimos
de reservas fracionárias. Você deve se lembrar, há duas maneiras de conceituar os
empréstimos de reservas fracionárias. Aqui vamos usar a versão
mais simples. Nesta versão mais simples, podemos imaginar que o
banco diz alguma coisa mais ou menos assim. Mas o depósito compulsório, os fundos de reserva neste
país são de 10%. O que o banco está querendo
dizer é que tudo bem, o dinheiro é seu. Ele vai cuidar bem do dinheiro, mas que ele não precisa
guardar os mil inteiros, ele pode reter só uma parte destes mil e usar a outra parte para
emprestar para outras pessoas. Fazer a economia girar ainda mais. Ele está dizendo que só
precisa manter 10% destas reservas em caixa, porque 10% é o depósito
compulsório no país. Os outros 90%
ele pode emprestar. E é exatamente isso que ele faz. Então, o banco fica com 100 dólares, que equivalem a 10%
daqueles seus 1.000 dólares, e empresta o resto, olha só, o banco coloca mais
900 dólares no mercado. Aí, vem alguém que está querendo investir em um novo negócio, comprar uma nova casa. Enfim, esta pessoa pede 900
dólares emprestados ao banco. E o banco empresta. Então, um banco empresta, mas não doa. E aí, quem pegou o dinheiro emprestado,
passa a dever ao banco. No caso, esta pessoa deve
900 dólares ao banco. Por isso, estes 900
entram no ativo do banco como um valor a receber. Fulano me deve 900 dólares. Agora, vejamos o lado da pessoa
para quem o dinheiro foi emprestado. O empréstimo é um passivo,
já que ela deve o dinheiro. Aí o que esta pessoa faz? Anda por aí com os bolsos cheios? Você não ia fazer isto,
porque esta pessoa vai fazer? O mais provável é que esta pessoa deposite os 900 dólares que o banco "A"
lhe emprestou em um outro banco. Sei lá, o banco "B", por exemplo. Aí, o banco "B" recebe os 900 dólares, estes 900 são o ativo desta
pessoa no banco "B", e representa um passivo
para o banco "B", que só pegou os 900
dólares emprestados. E por aí vai.
O raciocínio é o mesmo. E você, provavelmente, já entendeu onde
é que tudo isso vai dar. Os 900 são da pessoa, ela tem uma conta no banco "B" no valor de 900 dólares. Ela pode sacar este dinheiro
no momento que quiser, mas o banco "B" também não
precisa guardar o dinheiro todo. Para que deixar os 900
dólares ali parados se a exigência de reserva
do país é de 10%. Então, vamos reter 10% destes 900 dólares e vamos colocar os outros 90% para circular, diz o banco "B". Este é o modelo de negócio dos bancos, eles mantêm 10% dos fundos
depositados e emprestam o resto. Aqui no banco "B" eles
têm agora 810 dólares disponíveis para empréstimo. Eles podem emprestar os 810 dólares
todos em uma única transação, como o banco "A" que
emprestou os 900 dólares de uma vez para o cliente que
abriu uma conta no banco "B", ou até podem fazer vários empréstimos para vários clientes até
somar os 810 dólares. E aí, o que temos? Temos 810 dólares a mais
circulando na economia, na mão de pessoas que provavelmente depositarão seus valores
nos bancos "C", "D", "E". E estes bancos guardarão 10%
dos valores depositados e emprestarão o resto indefinidamente. Olha que interessante! O Banco Central injetou
1.000 dólares na economia e isso criou ainda mais dinheiro. Dá para saber quanto dinheiro foi criado
a partir daqueles 1.000 dólares originais? Em outro vídeo, nós já falamos sobre as múltiplas medidas
da oferta de dinheiro. Quando o Banco Central colocou
em circulação estes 1.000 dólares, ele aumentou a base
monetária em 1.000 dólares. Então, quando temos
os títulos do tesouro, a moeda, o papel-moeda
que foi posto em circulação, a quantidade de depósitos verificáveis, quer dizer, as contas correntes,
o que temos? Falamos sobre isto em outros vídeos e usamos "M1" para este dado. Então, neste caso,
qual vai ser nosso "M1"? Você tem uma conta
corrente de 1.000, certo? Esta pessoa tem uma conta
de 900, esta uma de 810. Seguindo este processo,
a coisa vai longe. Porque 90% destes 810
também serão emprestados e 90% disso,
e mais 90%, 90%, 90%, 90%. E por aí vai! O que está acontecendo
é que a cada nova etapa estamos multiplicando
o valor anterior por 0,9. Estamos multiplicando cada valor
por 1 menos o fundo de reserva. Então, transformando isto
em uma fórmula simples, temos que 1.000,
que é o valor inicial que foi colocado na
base monetária, multiplicado por 1 sobre (1 - 0,9), ou seja, 1.000 vezes 1/0,1. 0,1 que equivale a aqueles 10%
do fundo de reserva. Aí é só fazer a conta. 1 dividido por 0,1
é igual a 10. 1.000 vezes 10 é igual a 10.000. Ou seja, a injeção de 1.000 dólares
que o Banco Central fez na economia dos Estados Unidos com o fundo de reserva, um depósito compulsório estimado de 10% fez a base monetária crescer
para 10.000 dólares. Se nós assumirmos que todos
os bancos retêm estes 10%, então, podemos assumir que
"M1" será o efeito máximo da ação do Banco Central
na base monetária do país. E podemos chegar a este "M1" simplesmente multiplicando
o valor injetado na economia por 1 sobre o requisito de reserva. Espero que você tenha
gostado deste tema. E por aqui me despeço. A gente se encontra por aí!
Até mais!