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Macroeconomia
Curso: Macroeconomia > Unidade 4
Lição 7: O mercado de fundos emprestáveisMercado de fundos emprestáveis
Como poupadores e mutuários se encontram? No mercado de fundos emprestáveis! Neste vídeo, saiba como a demanda e a oferta de fundos emprestáveis interagem para determinar as taxas reais de juros.
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Transcrição de vídeo
[RKA20C] Estamos acostumados a pensar
em mercados para bens e serviços, demanda e oferta de bens e serviços. O que vamos fazer neste vídeo é ampliar
nosso senso do que o mercado poderia ser pensando no mercado
de fundos emprestáveis. Isso pode parecer
um termo muito técnico, né? "Fundos emprestáveis". Mas, literalmente, significa apenas
fundos que as pessoas fornecem para ser emprestados
para outras pessoas e fundos que as pessoas
querem pegar emprestado. Se gente pensar em um mercado,
tem fornecedores e compradores, certo? No mercado de fundos emprestáveis,
os fornecedores são os poupadores. Quando você, por exemplo,
economiza algum dinheiro e o coloca em um banco, você já sabe que o banco vai emprestar uma
parte desse dinheiro para outra pessoa, vai receber juros por esse empréstimo,
vai ficar com uma parte do juros e vai remunerar você com a parte
que lhe cabe desses juros. Você vai ter, no final das contas,
o seu retorno. Nem sempre tem que ser
através de um banco, claro. Existem outros tipos de instituição, outros intermediários que também
prestam esse serviço. Mas, normalmente, essas transações
acontecem via bancos. Muito bem, da mesma forma que você,
que poupou o seu dinheiro, é o fornecedor nesse mercado
de fundos emprestáveis, quem são os demandantes nesse mercado,
de onde vem a demanda? Dos mutuários. De quem pega o dinheiro
emprestado no banco. Pega emprestado para... sei lá, fazer um
investimento, comprar algum bem. Mas esse não é um mercado em que
fornecedores e demandantes, ou poupadores e mutuários, necessariamente
interagem uns com os outros. De vez em quando, você até
pode conseguir um empréstimo com sua cunhada ou,
sei lá, com seus pais. Na maior parte das vezes, porém, os empréstimos passam por
algum tipo de instituição financeira. Essa instituição, aliás, para quem
o poupador empresta o dinheiro... Ele espera que, no final das contas,
o dinheiro gere algum retorno para ele. A fim de fornecer algum
retorno para esse poupador, o banco vai emprestá-lo
para os mutuários, e vai cobrar juros sobre
esses empréstimos. Para entender o funcionamento
dessa dinâmica a partir do que já vimos
ao longo de nossas aulas, vou configurar aqui dois eixos.
Vamos lá! No eixo horizontal, vamos
considerar a quantidade, tá? A quantidade de
fundos emprestáveis. O eixo vertical, a gente normalmente
usa para designar o preço, né? O preço de um bem
ou de um serviço. Então, neste eixo vertical aqui, hoje
vamos considerar a taxa de juros. Estamos falando do mercado de
fundos emprestáveis, certo? Então, o preço aqui
é a taxa de juros. No caso, a taxa de juros real. Muito bem, vamos pensar agora
em cada um desses cenários. Vamos pensar sobre
os poupadores, que são os fornecedores no
mercado de fundos emprestáveis. Quando as taxas de juro real
são mais baixas, não vale muito a pena eles fornecerem
dinheiro ao mercado, né? Para quê? Vou depositar dinheiro no banco
para ter um retorno "mixuruca"? Melhor gastar. Então, quando as taxas de juros reais
são baixas, a quantidade também é baixa. Os poupadores, nesse caso, não têm muita
motivação para se tornar fornecedores. Agora, se as taxas de juros reais forem
altas, aí a coisa muda de figura, né? Opa! Agora até que está valendo a pena
pôr o dinheiro no banco! O retorno pode ser
bem interessante. Aí, os poupadores podem ficar
mais propensos a economizar e a tornar seus fundos disponíveis
para empréstimo a outras pessoas. Se a taxa de juros real for alta,
o retorno esperado vai ser alto também. Então, teríamos esta curva
de oferta aqui, poderíamos chamá-la de oferta
de fundos emprestáveis. Muito bem, do lado dos demandantes,
então, o que acontece? Se as taxas de juros reais são altas,
as pessoas dizem: "Bom, veja bem, não há muitas
oportunidades de negócios que justifiquem um empréstimo
a essa taxa". Então, obviamente, não haveria
muita demanda por quantidade de
fundos emprestáveis. Agora, conforme as taxas
de juros reais vão caindo, as oportunidades de negócio começam
a justificar um empréstimo, né? Aí, a quantidade exigida de fundos
emprestáveis vai se tornando maior. Portanto, esta é a nossa demanda
por fundos emprestáveis. Como já vimos no passado, no cruzamento
entre essas duas curvas, vamos encontrar o ponto de equilíbrio
entre a oferta e a demanda. No caso, o equilíbrio entre
a taxa de juros real, que fica aqui, "r", e a quantidade
de fundos emprestáveis, aqui, "Q". Agora, vamos pensar no que aconteceria
se uma ou ambas as curvas sofressem algum tipo de alteração. Vamos começar pensando
em uma possível mudança na curva da demanda
por fundos emprestáveis. Há algumas maneiras
de mudar essa curva. De repente, por exemplo, as pessoas
enxergam novas oportunidades de negócios. Sei lá, vai que a mineração
em asteroides de repente virou
um negócio viável e rentável, as pessoas começaram a pedir
dinheiro emprestado para comprar robôs e enviá-los para o espaço
para que eles minerem platina ou sei lá mais o quê em asteroides
em volta da Terra, ou uma coisa louca qualquer
que fizesse a demanda crescer... O que aconteceria? Para este vídeo
e pense sobre isso. Em um caso como esse,
qualquer que seja a taxa de juros real, haverá uma quantidade maior demandada. Nessa situação, então, nossa demanda
para fundos emprestáveis mudaria para a direita, seria mais ou menos assim, olha. Assim, vou chamar esta
nova curva de Dfe1. Eu poderia chamá-la de B'fe, mas
vamos adotar esta nomenclatura aqui. Dfe1. Vê? A curva mudou para a direita por causa
de novas oportunidades de negócios. Não precisava ser por causa da
mineração feita por robôs em asteroides ao redor
do planeta, poderia ser uma
coisa mais normal, tipo o governo começar a fazer
muito mais empréstimos. Lembre-se, este é
o mercado agregado, certo? Então, quando o governo pede dinheiro
emprestado para alimentar seus gastos, ele também tem que ir para o mercado
de fundos emprestáveis. Aumentar o empréstimo do
governo, portanto, é mais comum que mandar
robôs para o espaço. Mas também mudaria a curva de demanda
para a direita. Agora, e se acontecesse o contrário? E se as pessoas passassem a achar que
havia menos oportunidades de negócio, ou se o governo começasse
a emprestar menos? Bom, isso mudaria as coisas
para a esquerda. Mas vamos pensar no que aconteceria
neste cenário aqui. Se "r" é a taxa de juros
de equilíbrio atual, nessa nova situação,
vamos ter uma escassez de fundos emprestáveis, não vamos? Há fornecedores dispostos
a fornecer uma quantidade, esta, e há mutuários querendo
outra quantidade, esta, a esta taxa de juros real. Então, o que vai acontecer é que vamos
chegar a um novo ponto de equilíbrio. A taxa de juros real vai subir até aqui,
vamos chamar isso de "r1". E nossa quantidade
vai subir também, aqui, "Q1". Para convencer mais fornecedores
a disponibilizar seu dinheiro para empréstimos,
a taxa de juros terá que subir. Aí, a gente chega
a este cenário. Mas, da mesma forma, podemos ter mudanças
no fornecimento de fundos emprestáveis. Digamos, por exemplo, que a taxa de
poupança mudou por alguma razão. Há uma grande campanha de marketing
do governo ou, sei lá, campanhas nas escolas que dizem
"precisamos economizar mais", "pensem no futuro", "economizem para a
aposentadoria", etc... coisas assim. Se todo mundo passar a economizar mais,
qualquer que seja a taxa de juros real, o que vai acontecer com a oferta
de fundos emprestáveis? Vai mudar para a direita, não vai? Claro! Se fosse o contrário, fica claro também:
ela obviamente mudaria para a esquerda. Mas estamos falando de um aumento
na oferta de fundos emprestáveis. Então, vamos criar uma nova
curva de oferta aqui: Ofe1. Opa! Qual é
o cenário agora? Estamos em uma situação em que
há um excedente de fundos emprestáveis. A esta taxa de juros,
algumas pessoas estão dispostas a fornecer muito mais
fundos emprestáveis do que outras pessoas
estão demandando. Então, o preço dos
fundos emprestáveis, que é a taxa de juros real, vai cair, vai descer para este
novo ponto de equilíbrio, "r2". O equilíbrio da nova quantidade de fundos
emprestáveis vai ficar aqui: "Q2". Com tudo isso,
o que vimos, então? Que nos mercados de
fundos emprestáveis, o preço não é mais uma
quantia de dólar, é uma taxa de juros. Como a gente quer
estimar a inflação, é importante trabalhar com
uma taxa de juros real, ok? Espero que você tenha gostado
do que a gente viu hoje. A gente se encontra por aí!
Até mais!