O relevo "Rainha da Noite"

Essa placa ampla é feita de argila cozida com palha, modelada em alto relevo. A figura da mulher curvilínea nua foi originalmente pintada de vermelho. Ela usa o cocar de chifres característico das deidades Mesopotâmicas e segura uma vara e o anel da justiça, símbolos de sua divindade. Suas longas asas multicoloridas apontam para baixo, indicando que ela é uma deusa do Submundo. Suas pernas terminam em garras de uma ave de rapina, similares às das duas corujas que a ladeiam. O fundo foi originalmente pintado de preto, sugerindo que ela estava associada com a noite. Ela está de pé sobre as costas de dois leões, e um desenho em nível indica montanhas.

A figura poderia ser uma versão da deusa Istar, deusa Mesopotâmica do amor sexual e da guerra, ou da irmã e rival de Istar, a deusa Ereshkigal que governava o Submundo, ou da demoníaca Lilitu, conhecida na Bíblia como Lilith. A placa provavelmente se encontrava em um santuário.

A mesma deusa aparece em placas da Babilônia pequenas, cruas, moldadas, de cerca de 1850 a 1750 a.C.. Testes de termoluminescência confirmam que O Relevo "Rainha da Noite" foi feito entre 1765 e 1645 a.C..

O relevo deve ter chegado à Inglaterra ainda em 1924, e foi levado ao Museu Britânico em 1933 para testes científicos. Ele é conhecido desde a sua publicação em 1936 no Illustrated London News como o Relevo Burney, em homenagem ao seu proprietário na época. Até 2003 ele esteve em mãos de entidades privadas. O Diretor e os Curadores do Museu Britânico decidiram fazer esta espetacular placa de terracota a principal aquisição para o aniversário de 250 anos do Museu Britânico.

© Curadoria do Museu Britânico