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Porta de Ishtar e Caminho das Procissões

Reconstrução da Porta de Ishtar e do Caminho das Procissõesl, Babilônia, c. 575 a.C., azulejos (Museu Pergamon, Berlim). Criado por Beth Harris e Steven Zucker.

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Transcrição de vídeo

[Fundo musical] ¶ Dr. Zucker: - Estamos no Museu Pergamon, em Berlim, e um dos objetos mais impressionantes dele, bem, não é um objeto. Dra. Harris: É uma porta de uma cidade. Havia oito portas duplas que formavam parte das paredes ao redor da antiga cidade de Babilônia. - É enorme. - Não somente nos impressiona, impressionou as pessoas, quando construído. De fato, era uma das Maravilhas do Mundo. - Então Nabucodonosor, de fama bíblica, subiu ao trono e começou a reconstruir a já antiga cidade de Babilônia. Esta é uma cidade que tem as suas raízes no terceiro milênio a.C., mas tinha se tornado um importante centro político sob o rei Hammurabi em 1700 a.C.. A cidade tinha permanecido povoada, mas só recuperou importância no século VI sob Nabucodonosor II e com o seu pai. E o que estamos vendo aqui é parte da enorme campanha de construção que Nabucodonosor II tinha empreendido. - Podemos reconhecer Nabucodonosor da Bíblia, do livro de Daniel. Ele é o soberano da Babilônia que conquista e destrói o Templo de Jerusalém e que é responsável pelo exílio dos judeus. - Claro que era poderosíssimo: foi capaz de realizar esta enorme construção, você sabe; fortificou e fortaleceu onze quilômetros de muro ao redor da cidade de Babilônia; reconstruiu o grande Zigurate na Babilônia que teve o Templo de Marduk em sua parte superior E é provavelmente a fonte da história da Torre de Babel; criou palácios e criou esse portão extraordinário. - E jardins suspensos que também foram considerados uma das maravilhas do mundo. Então, a cidade de Babilônia tinha oito portas duplas. A que estamos olhando é uma daquelas portas e, na verdade, a menor das portas duplas. A outra teria sido ainda maior, se é que é possível imaginar. - De fato, tão grande que o museu não pode realmente colocá-la em exposição, mesmo neste espaço gigantesco. Esta porta, que naturalmente teria sido aberta apenas para o amigável, está no final de um longo caminho procissional, forrado com belos leões que falam muito claramente de orgulho, de poder, e do governo de Nabucodonosor. - Os leões vistos no caminho procissional representam Ishtar, uma das deusas babilônicas: a deusa da guerra e da sabedoria e da sexualidade. - Estão posicionados ao nível dos olhos e são um pouco menor do que o tamanho natural, todavia são muito grandes. - E eles são assustadores. - Suas bocas estão abertas nestes rugidos ferozes. - É verdade. Eles estão rosnando, não estão? - Eles estão. Porém, o fato deles serem colocados neste caminho normal, faz com que pareçam ter sido treinados ou controlados pelo próprio rei Nabucodonosor. - Faz-nos temer não só os leões Mas também nos faz temer o rei. A imagem de um leão é bonita. Esta faiança é erguida para criar uma espécie de escultura em relevo. Então... além dos leões, há duas outras formas animais para decorar a porta, e ambas foram elaboradas para ser tão ferozes quanto os leões. Uma espécie de touro antigo, conhecido como um auroque. Estes deveriam ser terrivelmente cruéis. E, em seguida, alternando com as linhas de auroque, está uma espécie de dragão mesopotâmio, que é realmente uma besta complexa. As patas dianteiras são as de leões. A cabeça e o pescoço vêm de uma cobra ou serpente. As patas traseiras vêm de uma águia, talvez. - E suas caudas têm um ferrão, como um escorpião. - Esses dragões estão associados com Marduk, o deus padroeiro da cidade. E Nabucodonosor associou-se diretamente com Marduk. Os auroques, que são estes touros, estão ligados com o deus Adad, um deus associado com as tempestades, com a fertilidade da terra, com a colheita. Todos estes animais falam em proteger a cidade, também abastecendo a cidade. - Eles são animais ferozes, mas também estão representados em um caminho muito habitual ao longo da procissão e na torre e no arco do portão, de modo que há uma simetria, um senso de ordem na forma como são representados. - Um dos aspectos mais extraordinários destas torres da porta como um todo, é a cor. Este é um lugar árido, onde o sol é brilhante, onde realmente fica quente. E você pode imaginar o quão brilhante os azuis e os verdes da superfície teriam sido originalmente, não no contexto do museu, mas sim no contexto da margem de um deserto. Na Mesopotâmia havia um problema real, você sabe, os egípcios eram capazes de construir grandes pirâmides e outros monumentos feitos da pedra nativa que os rodeava, mas na Mesopotâmia eles não têm isso. Este era um vale do rio, a Babilônia ficava às margens do Eufrates. Na verdade, o Eufrates atravessa direto a cidade. Quando os mesopotâmios queriam construir, eles criavam edifícios a partir de tijolos, fabricados a partir da argila do vale do rio. O azul brilhante que vemos na superfície da porta é faiança. Esta é uma técnica que era conhecida pelos antigos egípcios e outras partes do mundo antigo, e utiliza cobre para criar esta azul brilhante. E este é um belo exemplo. - Então o portão é enorme, é assustador, é decorativo, e é brilhantemente colorido. Não é de admirar que Nabucodonosor estivesse tão orgulhoso dele e escrevesse uma inscrição ao lado. - Vamos lê-la. Agora temos certeza de onde a inscrição foi originalmente colocada na parede, contudo, nesta reconstrução, está no lado esquerdo da torre esquerda. Aqui está um trecho: "Eu, Nabucodonosor, estabeleci as fundações dos portões ao nível de água do solo". E as tinha construído a partir de pura pedra azul. Nas paredes da sala interna do portão, estão touros e dragões, e eu, portanto, magnificamente os adornei com luxuoso esplendor para que toda a humanidade os observe com reverência. - E nós estamos reverenciando dois milênios e meio mais tarde. - Nabucodonosor entendeu seu lugar na história e realmente escreveu inscrições em seus novos edifícios, o que não só os identificou e identificou o propósito deles, como a ele mesmo como patrono deles e, mais ainda, pediu aos governantes futuros para reconstruí-los para ele. - É como se ele soubesse que os impérios vão e vêm. - E pudesse falar ao longo da história e no nosso tempo, o governante da Mesopotâmia, que hoje chamamos de Iraque, parece ter prestado atenção. Saddam Hussein, na realidade, tinha começado a reconstrução de partes da Babilônia. Construiu seu próprio palácio a algumas centenas de metros de distância da Porta de Ishtar E começou a reconstrução de partes da cidade também. Isso chegou a um impasse, obviamente, nas recentes ações militares contra ele e, é claro, ele foi afinal deposto e morto. - E o que significava reconstruir esta cidade lendária? - Saddam Hussein queria muito reconstruí-lo não por Nabucodonosor, mas por sua própria ambição política. - Reivindicando o poder de Nabucodonosor para si mesmo. - Com certeza! E o poder da antiga Mesopotâmia! [Fundo musical] [Legendado por: Noemia Monteiro Bito]