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O Código da Estela do Rei Hamurabi

O Código da Estela do Rei Hamurabi, 1792-1750 a.C., basalto, 225 x 65 cm (Louvre, Paris). Oradores: Dr. Steven Zucker e Dr. Beth Harris.

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Dr. Zucker: Estamos no Museu do Louvre, em Paris, olhando para uma de suas peças mais famosas. Esta é a Estela do Código de Leis do Rei Hamurabi. Dra. Harris: Para mim é interessante que esta seja uma das peças mais populares daqui, e eu acho que é pelo nosso interesse e confiança modernos na lei como o princípio fundamental de uma civilização. Essa é uma peça tão antiga, de cerca de 4.000 anos de idade. Dr. Zucker: Uma estela é uma peça vertical esculpida. Esta é esculpida em relevo no seu topo, e então abaixo dele, e em todos os lados, temos inscrições cuneiformes. Ela é escrita na linguagem Acádia. Dra. Harris: Que era usada nos decretos oficiais do governo. Dr. Zucker: Esta é a linguagem. A escrita é cuneiforme. Ela é dividida em três partes. Há um prólogo, que fala da cena representada no topo, a investidura de Hamurabi. O que vemos é o rei à esquerda, ele é menor, e está diante do deus Samas. Este é o deus sol, o deus da justiça. Dra. Harris: Podemos dizer que ele é um deus pela coroa especial com chifres que ele usa e as chamas ou luz que emana de seus ombros. Dr. Zucker: Podemos imaginá-la como uma espécie de luz divina, como em tantas imagens Cristãs, vemos uma auréola. Dra. Harris: Temos essa visão composta que vemos muitas vezes na arte do Egito Antigo e do Oriente Médio Antigo, onde os ombros são frontais mas a face é representada de perfil. Dr. Zucker: Samas está sentado em um trono, e se você olhar atentamente você pode ver sob seus pés a representação de montanhas de onde ele nasce a cada dia. Ele está dando ao rei um cetro e um anel, que são os signos do poder. Dra. Harris: Hamurabi está demonstrando aqui que essas leis são divinas. Dr. Zucker: Que sua autoridade provém de Samas. Dra. Harris: Temos aqui mais de 300 leis. Dr. Zucker: E elas são muito especiais. Os estudiosos acreditam que elas não foram escritas pelo rei, mas compiladas de julgamentos que já tinham acontecido. Dra. Harris: Elas são precedentes legais, e têm o formato do anúncio de uma ação e das suas consequências. Se você fizer X, a consequência é Y. Dr. Zucker: Por exemplo, se um homem constrói uma casa e a casa cai sobre o seu dono, o construtor é condenado à morte. Dra. Harris: Há uma espécie de equivalência, e isso pode nos lembrar da lei Bíblica do “olho por olho, dente por dente” Dr. Zucker: Que também é encontrada na estela, e é importante e interessante notar que a estela precede o texto Bíblico. A última parte do texto, que é chamada de epílogo, é dirigida à posteridade do rei, e fala da importância de seu governo e da ideia de que ele será lembrado para todo o sempre. Dra. Harris: Esta certamente não é uma estela original em termos de registro de leis, mas ela sobrevive em grande parte intacta. Quando foi descoberta, ela estava quebrada em apenas três partes, o que você pode ver ainda hoje. Dr. Zucker: Estas leis, com quase 4.000 anos de idade, nos dão um volume imenso de informação sobre a cultura Babilônica, e o que era importante para eles. Muitas dessas leis tratam de questões agrícolas, questões referentes à irrigação, e estão claramente expressando pontos de tensão na sociedade. Dra. Harris: Muitas delas têm a ver com a vida familiar, também, e o rei é, no fim das contas, responsável pela paz e a prosperidade, e por prover alimentação ao seu povo. Dr. Zucker: E a estela é um lembrete maravilhoso de que a Mesopotâmia era uma cultura avançada. Quase 4.000 anos atrás, temos cidades que dependem de colheitas abundantes, que requerem leis para preservar a sociedade civil. E um lembrete da dívida do mundo para com as antigas civilizações da Mesopotâmia e a região que está presenciando tanto conflito agora.