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Babilônia Antiga: escavações, restaurações e turismo moderno

Uma conversa com Lisa Ackerman, World Monuments Fund, e Beth Harris, Smarthistory. Criado por Beth Harris e Steven Zucker.

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Transcrição de vídeo

Beth: Estou aqui no World Monument Fund (Fundo Mundial para os Monumentos), e vamos falar sobre o sítio da Babilônia antiga, do qual tantos de nós ouvimos falar na Bíblia. Ouvimos a história da Torre de Babel, que pode ter tido origem em um zigurate na Babilônia antiga. Mas como é visitar a Babilônia hoje? Lisa: É bom falar sobre a Babilônia porque ela é um dos meus lugares favoritos. Aprendemos um bocado nos sete anos em que o Word Monument Fund esteve trabalhando no sítio. A Babilônia evoca essas grandes imagens do mundo antigo, muitas realizações, e pessoas famosas. Mas na verdade ela é um sítio muito modesto. Pessoas ficam chocadas dela ser feita de tijolos de argila, que sua tecnologia de construção seja simples e, com a exceção dos animais dos tijolos em relevo, que são muito famosos, do restante não parece ser o que esperávamos. Beth: Nós lemos sobre Hamurabi e sua campanha de construções, e do seu Código de Leis, e depois, durante o período que chamamos de Neo-Babilônico, quando Nabucodonosor reconstruiu os muros e construiu palácios luxuosos, e como ela se tornou esse centro de estudos e de arte. E o local de uma das Sete Maravilhas do mundo antigo, os Jardins Suspensos da Babilônia, e uma capital imperial. Lisa: Eu acho que ela é bela de tantas formas. É uma curva longa e particularmente bela do rio Eufrates, alinhada por palmeiras, e em certos períodos do ano, muito verde e exuberante. Em outros períodos do ano, tempestades de areia. Mas eu acho que foi isso que a tornou um assentamento adequado na antiguidade, onde você podia cultivar coisas muito facilmente e ficava ao longo de uma rota de comércio. Beth: E sabemos que este sítio foi ocupado por milhares de anos. Pessoas ainda hoje vivem perto das ruínas. Lisa: Achamos que uma das grandes surpresas do sítio é que pensamos que ele etá abandonado. Porque olhamos essas ruínas e não vemos pessoas morando ali, mas na verdade, a menos de 30 minutos a pé da parte mais famosa do sítio existem comunidades agrícolas e prósperos assentamentos modernos. Antes da invasão no início dos anos 2000, este era o sítio mais visitado do Iraque. E praticamente todo Iraquiano, alguma vez, durante o seu período escolar ou em sua vida adulta, veio visitar a Babilônia. Ela é um sítio que as pessoas realmente apreciavam, e mesmo hoje, que não há turismo internacional, os iraquianos ainda vão ao sítio. E muitos deles vêm apenas passear ao longo do rio ou fazer piquenique. É muito bom ver as pessoas usando o sítio, mesmo em meio ao caos que temos hoje. Beth: Parte do trabalho do World Monument Fund é, quando as coisas se acalmarem politicamente, tornar o sítio um lugar que as pessoas possam visitar. E fazer dele um lugar sustentável para o turismo, ao mesmo tempo o protegendo, e tornando possíveis futuras escavações arqueológicas. Lisa: Fomos convidados pelo Conselho Iraquiano de Antiguidades e Patrimônio em 2007 para trabalhar com eles, para fazer muitas atividades. Uma era criar um plano de gerência do sítio. Outra era definir pesquisas, e a parte final, que é o que estamos fazendo hoje, é desenvolver planos de conservação, que estamos implementando no sítio. E sempre com a ideia de que o turismo internacional irá retornar ao Iraque em breve. E uma das coisas em que estamos trabalhando agora é o desenvolvimento de vias turísticas. Enquanto isso, trabalhamos intensamente com um grupo de funcionários do Conselho Estadual para Antiguidades. Arqueólogos, engenheiros, arquitetos, conservadores, junto com nossos peritos internacionais que vão ao sítio quando necessário. Beth: O sítio foi escavado no início do século XX, final do século XIX por Robert Koldewey. Muito do que ele escavou acabou em museus em todo o mundo, incluindo a mais famosa, a incrivelmente bela e enorme Porta de Ishtar, que está no Museu Pergamon em Berlim. Mas boa parte dela ainda permanece no sítio. Lisa: Existem dezenas de edifícios que foram escavados e ainda permanecem no sítio. E a predecessora da Porta de Ishtar ainda permanece no sítio. Então o que foi levado para Berlim foi a parte externa. E acontece que há mais duas camadas da Porta. Eles construíam por cima da camada anterior. Você me perguntou como é visitar o sítio hoje, e eu acho que uma das grandes surpresas é que apesar dos tijolos de argila serem um material muito modesto, a monumentalidade do sítio está em sua dimensão. Você olha pra essas paredes e elas têm uma largura de muitos metros e uma altura de 6 metros. Beth: Falamos há pouco da reconstrução que aconteceu muitas vezes na antiguidade, mas há uma reconstrução recente feita por Saddam Hussein, que se via como um herdeiro de Nabucodonosor, o regente da Babilônia do sexto século. E então houve tentativas de restauração que ocorreram no século XX desde a descoberta da localização da Babilônia. Lisa: Acho que a Babilônia tem uma história igual à de muitos sítios na Europa e no Oriente Médio. Foi escavada no fim do século XIX, entrando no início do século XX. E por causa da Primeira Guerra Mundial, a atividade de escavação parou. E entre as duas guerras ela retornou um pouco. E então houve bastante atividade nos anos 50 e 60. E nos anos 1970 e 80 foi quando houve muitas reconstruções e muitos esforços de restauração no sítio. Uma das coisas que você pode ver se olhar as imagens antes e depois, é como era o palácio nos anos 1920 e 30. E você pode ver nos anos 1980 que o que eram bases irregulares de edifícios se tornaram agora muito uniformes. Isso traz a preocupação em entender exatamente como a reconstrução foi conduzida. Beth: Então alguma preocupação de que as restaurações que ocorreram, e a reconstrução que ocorreu sob o comando de Hussein, não foram conduzidas com a forma de arqueologia científica que seria ideal no século XXI. Lisa: Não é apenas a Babilônia que passa por isso. Há uma questão de prós e contras na forma como vemos os sítios arqueológicos. Então de um lado do pêndulo está uma forte reconstrução para que entendamos o que estamos vendo, e no outro lado do pêndulo está não fazer nada e deixar tudo no seu estado puro. Aqui nós não sabemos o suficiente sobre como as decisões foram tomadas, e parece que elas foram escolhidas mais por razões políticas que científicas. Beth: Para termos uma percepção real dessa cidade imperial e sua dimensão, e do seu significado nas eras ancestrais, teríamos que ir lá. Lisa: Espero que todos tenhamos essa oportunidade. Eu acho que o que irá acontecer se você for lá não é apenas aquela sensação de grandeza e dimensão a respeito do mundo antigo, mas o que eu acho que você vai achar fascinante é o mundo que você vê hoje na Babilônia. Não é uma experiência estática de museu. São os pássaros que voam acima, são as tâmaras que você poderá achar no chão, é o mel que você pode comprar dos moradores locais, e é perambulando pelo sítio e imaginando como era o mundo antigo e talvez pensando sobre onde iremos no futuro, e mais tarde relaxar sentada na beira do rio, apreciando a bela vista, que eu penso que as pessoas têm apreciado por 5000 anos