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Mediterrâneo Antigo
Curso: Mediterrâneo Antigo > Unidade 2
Lição 4: Neo-Sumerian/Ur IIIZigurate de Ur
O Grande Zigurate
O zigurate é a invenção arquitetônica mais característica do Oriente Médio Antigo. Como uma antiga pirâmide Egípcia, um zigurate do Oriente Médio Antigo tem quatro lados e se ergue para o reino dos deuses. No entanto, ao contrário das pirâmides Egípcias, o exterior dos Zigurates não era liso mas escalonado para acomodar o trabalho realizado na estrutura, bem como a supervisão administrativa e os rituais religiosos essenciais para cidades do Oriente Médio Antigo. Os Zigurates são encontrados espalhados onde hoje é o Iraque e o Irã e se destacam como um testamento imponente do poder e do talento da antiga cultura que os produziu.
Um dos maiores e mais bem preservados zigurates da Mesopotâmia é o grande Zigurate de Ur. Pequenas escavações foram feitas no local por volta da virada do século XX, e na década 1920 Sir Leonard Woolley, em um projeto conjunto com o Museu da Universidade da Pensilvânia em Filadélfia e com o Museu Britânico de Londres, revelou o monumento em sua totalidade.
O que Woolley encontrou foi uma estrutura gigantesca retangular e piramidal, orientada para o Norte, de 64 por 46 metros, construída com três níveis de terraços, medindo originalmente entre 21 e 30 metros de altura. Três escadarias monumentais davam acesso a um portão no primeiro terraço. Em seguida, uma escadaria única se elevava para o segundo terraço, que continha uma plataforma na qual havia um templo e o terraço final mais alto. O centro do zigurate é feito de tijolo de barro coberto por tijolos assados assentados com betume, um piche natural. Cada um dos tijolos assados media aproximadamente 29 x 29 x 7 cm e pesava cerca de 15 kg. A parte inferior do zigurate, que suportava o primeiro terraço, teria sido composta de 720.000 tijolos assados. Os recursos necessários para construir o Zigurate de Ur são espantosos.
Deusa Lunar Nana
O Zigurate de Ur e o templo no seu topo foram construídos por volta de 2100 a..C. pelo rei Ur-Nammu da Terceira Dinastia de Ur para a deusa lunar Nana, a padroeira divina da cidade estado. Sua estrutura deve ter sido o ponto mais alto da cidade com folga e, como o pináculo de uma catedral medieval, poderia ser vista a quilômetros de distância no seu entorno, um ponto focal para viajantes e peregrinos. Como o Zigurate suportava o templo da deusa padroeira da cidade de Ur, é possível que ele tenha sido o local para onde os cidadãos de Ur levavam seus excedentes agrícolas e onde iam receber sua porção regular de alimento. Na antiguidade, visitar o Zigurate de Ur era buscar tanto o alimento espiritual quanto o físico.
Sem sombra de dúvida, a parte mais importante do Zigurate de Ur era o templo de Nanna no seu topo, mas este, infelizmente, não pôde ser preservado. Alguns azulejos azuis foram encontrados por arqueólogos que levantaram a suspeita de que eles teriam sido parte da decoração do templo. As partes inferiores do zigurate, que sobreviveram, apresentam detalhes incríveis de engenharia e concepção. Por exemplo, como os tijolos de barro não assados do interior do templo iriam, de acordo com a estação, ficar mais ou menos umedecidos, os arquitetos adicionaram buracos ao longo da camada de tijolos assados exterior do templo, permitindo a evaporação da água proveniente do seu interior. Adicionalmente, foram construídos drenos nos terraços do zigurate para escoar as chuvas de inverno.
A suposição de Hussein
O Zigurate de Ur foi restaurado duas vezes. A primeira restauração foi na antiguidade. O último rei Neo-Babilônio, Nabonido, aparentemente substituiu os dois terraços superiores da estrutura no século 6 a.C. Cerca de 2400 anos mais tarde, na década de 1980, Saddam Hussein restaurou a fachada da gigantesca fundação inferior do zigurate, adicionando três lances de escada monumentais que levam ao portão no primeiro terraço. Desde a última restauração, no entanto, o Zigurate de Ur sofreu alguns danos.
Durante a recente guerra liderada pelas forças Americanas e as de coalizão, Saddam Hussein estacionou seus caças MiG próximos ao Zigurate, acreditando que os bombardeiros iriam poupá-los por medo de danificar o antigo sítio. As suposições de Hussein se provaram apenas parcialmente verdadeiras, posto que o zigurate sofreu danos decorrentes dos bombardeios dos Americanos e da coalizão.
Texto da Dra. Senta German
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