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Sarcófago dos cônjuges (Louvre)

Sarcófago dos Esposos, Etrusca, 520-510 A.C., terracota pintada (Museu do Louvre) 
Sarcófago dos Esposos, Etrusco. 520-510 A.C., terracota pintada (Museu do Louvre)
A liberdade desfrutada pelas mulheres etruscas
Uma das características distintivas da sociedade etrusca e que causou muito choque e horror para os seus vizinhos gregos, era a relativa liberdade apreciada por mulheres etruscas. Ao contrário das mulheres da antiga Grécia ou Roma, mulheres etruscas de classe alta participaram ativamente da vida pública — atendendo banquetes, montando em carruagens e sendo espectadoras (e participantes) de eventos públicos. Reflexões de tais liberdades foram encontradas em toda a arte etrusca; imagens de mulheres que exerciam estas atividades aparecem frequentemente na pintura e na escultura.
O "sarcófago dos esposos" foi encontrado em Cerverteri, uma cidade na Itália, ao norte de Roma, que é o local de uma grande Necrópole Etrusca (ou cemitério), com centenas de túmulos. O sarcófago vividamente evoca tanto a visibilidade social das mulheres etruscas e um tipo de intimidade marital raramente visto na arte grega deste período.

Sarcófago dos Esposos (detalhe)
Sarcófago dos Esposos (detalhe)
Um banquete funerário?
No sarcófago (e outro exemplo em grande parte idêntico na Villa Giulia em Roma), as duas figuras reclinam como iguais como se eles participassem de um banquete, possivelmente um banquete funerário para os mortos. Na Grécia contemporânea, as mulheres só atendem banquetes públicos, ou simpósios, eram cortesãs, não esposas! Os gestos carinhosos e de ternura entre os homems e mulheres etruscas transmitem uma atitude marcadamente diferente sobre o status das mulheres e sua relativa igualdade com seus maridos.

Terracota

Além de seu tema principal, o sarcófago também é um notável exemplo das estátuas estruscas de terracota em larga escala (terracota é um tipo de cerâmica). Com quase dois metros de comprimento, o objeto demonstra a modelagem bem-sucedida de figuras em argila quase em tamanho real. Artistas nas cidades estruscas de Cerveteri e Veii, em particular, preferiam trabalhar com argila altamente refinada para esculturas de larga escala pois ela produzia uma superfície suave para a aplicação da tinta e a inclusão de detalhes finos.
Lidar com tais formas grandes, no entanto, não era sem desafios; evidências disso podem ser vistas no corte que bifurca o sarcófago. Dividir a peça em duas partes poderia ter permitido ao artista manipular mais facilmente as peças antes e depois de levá-las ao fogo.  Se você olhar de perto, você pode enxergar também uma linha distinta separando as figuras e a tampa do sarcófago; este foi outro truque para criar essas peças monumentais — modelar as figuras separadamente e depois pô-las no topo de sua fundação.

Cor

Uma característica realmente amável dessa escultura é a preservação de tanta cor. Em adição aos adereços e travesseiros coloridos, botas vermelhas enlaçadas, as tranças pretas dela e as loiras dele, pode-se facilmente discenir os tons de pele específicos para cada gênero, típicos na arte etrusca. A pele ocra do homem sinaliza sua participação em um mundo externo e ensolarado, enquanto a pele pálida da mulher aponta um mundo mais interior, doméstico. Convenções de cor para gêneros não eram exclusivas aos etruscos, mas tiveram uma longa linhagem na arte antiga. Embora suas peles e cores de cabelo possam ser diferentes, ambas figuras compartilham características faciais similares — sorrisos arcaicos (como aqueles vistos em esculturas arcaicas da Grécia Antiga), olhos em forma de amêndoas e sombrancelhas altamente arqueadas — todas típicas da arte etrusca.

O que eles estão segurando?

Uma das grandes charadas do sarcófago se concentra em o que as figuras estão segurando. A arte etrusca geralmente apresenta mãos largas e expressivas, com dedos sugestivamente enroscados. Aqui, as posições de ambas figuras sugerem que cada um deve ter segurado objetos pequenos, mas o quê? Como as figuras estão reclinando em um divã de banquete, os objetos podem ter sido vasos associados à bebida, provavelmente taças de vinho, ou representações de comida. Outra possibilidade é que eles podem ter segurado alabastras, pequenos vasos contendo óleo usado para ungir os mortos. Ou, talvez, eles seguraram tudo — comida, bebida e óleo, cada um representando uma necessidade para fazer a jornada desta vida para a próxima.
Quaisquer que sejam os elementos perdidos, a sociabilidade do momento e a intimidade das figras capturam a qualidade de afirmação da vida geralmente vista na arte estrusca desse período, até no rosto de mortos.
Artigo escrito por Dr. Laurel Taylor

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