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Curso: Mediterrâneo Antigo > Unidade 4
Lição 3: Império médio e império novo- Templo de Amun-Re e o Salão Hypostyle, Karnak
- Hipopótamo
- Templo mortuário de Hatshepsut e grande estátua ajoelhada, império novo, Egito
- Capela-túmulo de Nebamun
- Pinturas da capela-túmulo de Nebamun
- Uma garrafa e um brinquedo: objetos da vida cotidiana
- Aquenáton, Nefertiti e três filhas
- Retrato da cabeça da Rainha Tiye com uma coroa de duas penas
- Tutmosis, busto de Nefertiti
- Tutmés, busto de Nefertiti: histórico
- Tumba de Tutancâmon (caixão mais interno e máscara mortuária)
- Cabeça de Tutancâmon do período amarna do império novo do Egito
- Último Julgamento de Hunefer, de sua tumba
- Papiros egípcios antigos da exibição do Livro dos Mortos
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Templo de Amun-Re e o Salão Hypostyle, Karnak
Texto: Dra. Elizabeth Cummins
O gigantesco complexo de templos de Karnak era o principal centro religioso do deus Amon-Rá em Tebas durante o Novo Reinado (que durou de 1550 a 1070 a.C.) O complexo continua sendo um dos maiores complexos religiosos do mundo, entretanto, Karnak não foi um templo dedicado a apenas um deus. Além de possuir o maior salão dedicado ao deus Amon-Rá, contém também salões para os deuses Mut e Montu. Comparado com outros complexos ainda existentes do Egito antigo, Karnak está em condições de preservação deterioradas, mas é ainda uma fonte valiosa de informação sobre religião e arte egípcia.
"O mais seleto dos lugares"
A região começou a desenvolver-se durante o Médio Império (2055-1650 a.C.) e era modesta no início, mas com a nova importância designada à cidade de Tebas, os faraós subsequentes começaram a deixar suas próprias marcas em Karnak. O complexo principal por si só chegaria a ter vinte templos e capelas.[1] Karnak era conhecida nos tempos antigos como “o mais seleto dos lugares” (Ipet-isut) e não apenas era onde estava imagem cultuada de Amon e um lugar para o deus residir na Terra, como também era um imóvel funcional para a comunidade de sacerdotes, que vivia no local. Construções adicionais incluíam um lago sagrado, cozinhas e oficinas para a produção de apetrechos religiosos.
O templo principal de Amon-Rá possuía dois eixos — um na direção norte-sul e outro que se estendia na direção leste-oeste. O eixo sul continuava rumo ao templo de Luxor e era conectado por uma avenida de esfinges com cabeça de carneiro.
Ainda que o santuário tenha tido suas pedras saqueadas nos tempos antigos, ainda há um número de características arquitetônicas peculiares neste vasto complexo. Por exemplo, o mais alto obelisco do Egito situava-se em Karnak e era dedicado a rainha-faraó Hatshepsut, que governou o Egito durante o novo império. Feito de uma peça de granito vermelho, originalmente fazia par com um outro obelisco que foi removido pelo imperador romano Constantino e reerguido em Roma. Outra característica incomum foi o Festival Templo de Tutmés III, que tinha colunas representando hastes de tendas, elementos certamente muito familiares a este Faraó devido às suas muitas campanhas de guerra.
O hipostilo
Uma das maiores maravilhas arquitetônicas de Karnak é o hipostilo construído durante o Período Ramsesino (hipostilo é um pavilhão coberto por um teto sustentado por colunas). O pavilhão tem 134 colunas de arenito maçiço, com 12 colunas centrais de 21 metros de altura. Como a maior parte da decoração do templo, o pavilhão teria sido vivamente pintado e um pouco dessa tinta ainda existe hoje nas partes superiores das colunas e no teto. Com o centro do pavilhão mais alto que todos os espaços laterais, os egípcios puderam usar iluminação clerestória (seção da parede que permite a entrada de ar e luz para iluminar os espaços mais inferiores). Na realidade, a evidência mais antiga de iluminação clerestória vem do Egito. Não eram todos os egípcios que tinham acesso a esse salão, tendo em vista que quanto mais se adentrava o templo, mais restrito era o acesso.
Templo como o cosmos
Conceitualmente, os templos no Egito estavam conectados à ideia de zep tepi, ou "o primeiro tempo", o começo da criação do mundo. O templo era um reflexo desse tempo, quando o monte da vida emergiu das águas primordiais. Os pilões ou portais do templo representam o horizonte, e à medida que se entra no templo, o chão eleva-se até chegar ao santuário do deus, dando a impressão de um monte emergindo, como durante a criação. O teto do templo representa o céu e era frequentemente decorado com estrelas e pássaros. As colunas foram desenhadas como lótus, papiros e palmeiras para refletir o ambiente pantanoso da criação. As áreas externas de Karnak, que se localizava nas proximidades do Rio Nilo, seriam alagadas durante a inundação anual — um efeito intencional certamente previsto pelos arquitetos antigos intensificar o simbolismo do templo.[2]
Texto: Dra. Elizabeth Cummins
[1] R. Wilkinson, The Complete Temples of Ancient Egypt (New York, Thames & Hudson, 2000), p. 154.
[2] R. Wilkinson, The Complete Temples of Ancient Egypt (New York, Thames & Hudson, 2000), p. 77.
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