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Templo de Amun-Re e o Salão Hypostyle, Karnak

Texto: Dra. Elizabeth Cummins
Vista das esfinges, primeiro pilão e o corredor central leste-oeste do Templo de Amon-Rá, Karnak em Luxor, Egito (Foto: Mark Fox, CC: BY-NC 2.0)
Vista das esfinges, primeiro pilão e o corredor central leste-oeste do Templo de Amon-Rá, Karnak em Luxor, Egito (Foto: Mark Fox, CC: BY-NC 2.0)
O gigantesco complexo de templos de Karnak era o principal centro religioso do deus Amon-Rá em Tebas durante o Novo Reinado (que durou de 1550 a 1070 a.C.) O complexo continua sendo um dos maiores complexos religiosos do mundo, entretanto, Karnak não foi um templo dedicado a apenas um deus. Além de possuir o maior salão dedicado ao deus Amon-Rá, contém também salões para os deuses Mut e Montu. Comparado com outros complexos ainda existentes do Egito antigo, Karnak está em condições de preservação deterioradas, mas é ainda uma fonte valiosa de informação sobre religião e arte egípcia.
Vista de Karnak pelo Google Earth

"O mais seleto dos lugares"

A região começou a desenvolver-se durante o Médio Império (2055-1650 a.C.) e era modesta no início, mas com a nova importância designada à cidade de Tebas, os faraós subsequentes começaram a deixar suas próprias marcas em Karnak. O complexo principal por si só chegaria a ter vinte templos e capelas.[1] Karnak era conhecida nos tempos antigos como “o mais seleto dos lugares” (Ipet-isut) e não apenas era onde estava imagem cultuada de Amon e um lugar para o deus residir na Terra, como também era um imóvel funcional para a comunidade de sacerdotes, que vivia no local. Construções adicionais incluíam um lago sagrado, cozinhas e oficinas para a produção de apetrechos religiosos.
Modelo dos arredores de Amon-Rá, em Karnak (foto: Rémih, CC: BY-SA 3.0)
Modelo dos arredores de Amon-Rá, em Karnak (foto: Rémih, CC: BY-SA 3.0)
O templo principal de Amon-Rá possuía dois eixos — um na direção norte-sul e outro que se estendia na direção leste-oeste. O eixo sul continuava rumo ao templo de Luxor e era conectado por uma avenida de esfinges com cabeça de carneiro.
Colunas de "hastes de tenda", Templo festivo de Tutmés III, ca. 1479-25 a.C., arenito, tijolo de barro, tinta, Karnak, em Luxor, Egito (foto: Dennis Jarvis, CC: BY-SA 2.0)
Colunas de "hastes de tenda", Templo festivo de Tutmés III, ca. 1479-25 a.C., arenito, tijolo de barro, tinta, Karnak, em Luxor, Egito (foto: Dennis Jarvis, CC: BY-SA 2.0)
Ainda que o santuário tenha tido suas pedras saqueadas nos tempos antigos, ainda há um número de características arquitetônicas peculiares neste vasto complexo. Por exemplo, o mais alto obelisco do Egito situava-se em Karnak e era dedicado a rainha-faraó Hatshepsut, que governou o Egito durante o novo império. Feito de uma peça de granito vermelho, originalmente fazia par com um outro obelisco que foi removido pelo imperador romano Constantino e reerguido em Roma. Outra característica incomum foi o Festival Templo de Tutmés III, que tinha colunas representando hastes de tendas, elementos certamente muito familiares a este Faraó devido às suas muitas campanhas de guerra.

O hipostilo

Uma das maiores maravilhas arquitetônicas de Karnak é o hipostilo construído durante o Período Ramsesino (hipostilo é um pavilhão coberto por um teto sustentado por colunas). O pavilhão tem 134 colunas de arenito maçiço, com 12 colunas centrais de 21 metros de altura. Como a maior parte da decoração do templo, o pavilhão teria sido vivamente pintado e um pouco dessa tinta ainda existe hoje nas partes superiores das colunas e no teto. Com o centro do pavilhão mais alto que todos os espaços laterais, os egípcios puderam usar iluminação clerestória (seção da parede que permite a entrada de ar e luz para iluminar os espaços mais inferiores). Na realidade, a evidência mais antiga de iluminação clerestória vem do Egito. Não eram todos os egípcios que tinham acesso a esse salão, tendo em vista que quanto mais se adentrava o templo, mais restrito era o acesso.
Hipostilo (corredor), 1250 a.C., 18a e 19a dInastias, Reino Novo, tijolo de barro e arenito , Karnak, em Luxor, Egito
Hipostilo (corredor), 1250 a.C., 18a e 19a dInastias, Reinado Novo, tijolo de barro e arenito , Karnak, em Luxor, Egito (Foto: Blalonde, domínio público

Templo como o cosmos

Conceitualmente, os templos no Egito estavam conectados à ideia de zep tepi, ou "o primeiro tempo", o começo da criação do mundo. O templo era um reflexo desse tempo, quando o monte da vida emergiu das águas primordiais. Os pilões ou portais do templo representam o horizonte, e à medida que se entra no templo, o chão eleva-se até chegar ao santuário do deus, dando a impressão de um monte emergindo, como durante a criação. O teto do templo representa o céu e era frequentemente decorado com estrelas e pássaros. As colunas foram desenhadas como lótus, papiros e palmeiras para refletir o ambiente pantanoso da criação. As áreas externas de Karnak, que se localizava nas proximidades do Rio Nilo, seriam alagadas durante a inundação anual — um efeito intencional certamente previsto pelos arquitetos antigos intensificar o simbolismo do templo.[2]
Planta-baixa do templo de Amon-Rá, em Karnak
Texto: Dra. Elizabeth Cummins
[1] R. Wilkinson, The Complete Temples of Ancient Egypt (New York, Thames & Hudson, 2000), p. 154.
[2] R. Wilkinson, The Complete Temples of Ancient Egypt (New York, Thames & Hudson, 2000), p. 77.

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