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Exéquias, cílice de Dionísio
Exéquias, cílice de Dionísio, ca. 530 a.C. (Antikensammlungen, Munique) Oradores: Dr. Steven Zucker e Dra. Beth Harris. Criado por Beth Harris e Steven Zucker.
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Transcrição de vídeo
Estamos na coleção de antiguidades
em Munique, olhando para um pequeno cálice de um artista chamado
Ezequias da Grécia antiga. Engraçado chamá-lo de pequeno cálice
pois se você bebesse todo o vinho que conseguisse colocar
nesse cálice, ficaria bastante ébrio. Verdade. Comparando as nossa taças
de hoje, é bastante grande. O formato é um cálice. Irá perceber que é
bastante raso - e tem uma pequena base, um pequeno pedestal, e duas alças
nas quais deve-se enganchar os dedos. Parece que ao beber o vinho, a decoração
do fundo iria se revelar. Sim, é um pouco incomum, mas a taça
em si é uma tela para este cálice, e temos uma cena maravilhosa que
mostra este barco grego antigo ocupado pelo Deus Dionísio,
Deus do vinho. Ao olhá-lo, você pode reparar algumas
coisas inusitadas. Em primeiro lugar, há esses golfinhos
brincalhões que parecem nadar ao redor do barco. Podemos imaginar a área da água e do céu.
É tudo vermelho. Não há diferenciação, mas eu gosto
de imaginar que os golfinhos de ambos os lados
estão pulando para fora da água. Há uma sensação de alegria. Esta é uma taça do grande pintor de
cerâmica Ezequias, de quem temos aproximadamente
trinta e cinco vasos. Então esta é uma peça muito especial. Que ele fabricou e pintou, e ele frequentemente assinava sua obra,
como é nesse caso. Se olhar bem de perto, poderá ver outro
elemento incomum, que é uma videira crescendo logo ao lado do mastro,
e há esses cachos e folhas de uva que quase funcionam como uma espécie
de porto sobre o barco. E a história dizia que Dionísio fugia
de piratas e para esconder-se deles, fez a videira crescer do próprio barco. E transformou os piratas em golfinhos. Isso mesmo. Vejo como Ezequias procura preencher
aquele espaço circular do cálice fazendo as videiras crescerem de modo
horizontal e os golfinhos pulando ao redor, portanto ele
consegue usar todo o espaço. Não é um espaço fácil para o artista
desenhar. Sim, e na verdade há uma curva suave
em quase todo elemento nessa composição que parece responder
a própria curvatura da peça. Há o arco das videiras, o belo e
elegante arco da vela cheia de vento, e você consegue vê-lá esvoaçante,
empurrando o barco adiante. E é claro, os arcos dos golfinhos,
o casco do barco. E as formas circulares das uvas, que
espelham a forma do cálice. Eu amo Dionísio. Ele deita de costas
como se estivesse em um jantar, talvez estivesse falando, mas há uma
sensação maravilhosa de relaxamento. E gosto das estrelas na capa que ele veste
e a coroa em formato de folhas. Este é um tipo de pintura negra em
cerâmica grega. É um estilo de pintura do período arcaico. O artista pintaria e depois arranharia
a tinta com um tipo de agulha para inserir as linhas e criar aqueles
padrões tão delicados que vemos nos detalhes da madeira
do barco, por exemplo. Ou nas uvas acima de Dionísio. Você pode ver que no barco há um bocado
de ornamentação, não apenas a proa possui
um rosto esculpido, mas pode-se ver uma cabeça
de cisne na popa. Minha parte favorita é que se você
encaixar seu dedo na alça superior e o cálice estiver cheio, isso cobriria
o barco até você erguer o cálice e começar a beber e até certo ponto
pelo menos, pareceria que o barco estaria flutuando
em um mar de vinho tinto. E você se sentiria relaxado
como Dionísio. (Legendado por: Anne Salvoni)