Conteúdo principal
Mediterrâneo Antigo
O Colosso de Constantino
O Colosso de Constantino, c. 312-15 (Palazzo dei Conservatori, Museu Capitolini, Roma). Uma conversa entre Dra. Beth Harris e o Dr. Steven Zucker em frente ao Colosso de Constantino. Criado por Beth Harris e Steven Zucker.
Quer participar da conversa?
Nenhuma postagem por enquanto.
Transcrição de vídeo
[introdução musical] Bem, há a cabeça
e o cotovelo. Vejo um joelho e um dedo
apontando para cima. E uma canela.
E um pé. E outro pé. Estamos olhando para
os restos de uma maravilhosa representação colossal do
Imperador Constantino. E essa escultura colossal,
originalmente, pensamos que possuía cerca de 40 metros,
portanto era realmente grande. E teria preenchido esse
espaço extraordinário ao final da Basílica de
Magêncio e Constantino. Este era um espaço público muito
grande bem aqui no Fórum e, ao final, era uma área circular, um nicho,
onde a escultura foi encontrada, então pensamos que foi
concebido para esse espaço. Michelangelo é o único que
realmente o trouxe até o Capitólio, que era o centro
do antigo governo. Constantino é um imperador romano,
mas é o último imperador romano pagão e a pessoa que realmente
inaugura a cristandade e todas as mudanças que ocorrerão
na Itália e no antigo Império. Ele transfere a capital do Império para
Constantinopla, a cidade de Constantino, todo o caminho no leste e assim
começa, de uma certa maneira, o declínio da cidade de Roma que vemos
acontecer no período da Idade Média. Então, talvez, não seja tão inadequado que
possamos vê-lo em fragmentos na cidade. Acho este retrato tão interessante,
pensamos que o seu corpo tinha um núcleo de madeira e tijolos de barro e
talvez fosse coberto em bronze dourado. Não temos muita certeza. Mas o acho tão diferente de aparência em
relação às outras imagens dos imperadores. Este é um momento estilístico
realmente interessante ao pensarmos sobre Grécia
e Roma antigas. Acho que a maioria das pessoas só pensa no
Alto Classicismo e todo o seu naturalismo. Estamos falando de um longo
período de tempo na era clássica, e os estilos mudavam
lá também. Se pensarmos a história dos imperadores
romanos e suas representações, encontraremos muitas vezes uma
combinação de realismo e idealismo. Para que os cidadãos do Império Romano
identificassem um imperador em particular, então, sabemos como Adriano se parecia,
Trajano e Vespasiano se pareciam. Tem que haver especificidade
suficiente, então você pode dizer: Ah, esse é o meu imperador! Exatamente, mas ao mesmo tempo, foram
idealizadas para maior ou menor extensão e, assim, lembrou o antigo
escultor grego, os idealizando, eles eram feitos para parecerem
divinos ou semideuses. Mas aqui, para mim, Constantino não se
parece com nenhuma dessas tradições. Este foi um momento
de transição real. Não é uma mudança entre
uma espécie de naturalismo que pode realmente capturar as
características do rosto de um indivíduo. Um tipo de idealismo. Isto é, na verdade,
um tipo de abstração do corpo humano. Há algo abstrato e penso sobre as
formas globais de seus olhos, onde sentimos que eles são reduzidos
para formas geométricas da forma como suas sobrancelhas formam os semicírculos
em torno dos ovais de seus olhos. Há algo que se parece geométrico não
apenas em seu rosto, mas em seu cabelo e talvez este seja um sinal de movimento
em direção à forma de representação simbólica que encontramos nos
primórdios da cristandade. Eu acho que é impossível desatrelá-lo
da ascensão da cristandade, em razão do nosso conhecimento posterior sobre o
que acontecerá e penso que nós, talvez, não saibamos o suficiente sobre
as sutis mudanças de estilo romano. Mas o meu entendimento é que houve
também diferentes tipos de representação para diferentes
estratos da sociedade. E alguém poderia lembrar disso
em uma espécie de passado imperial; alguém poderia recordar as
atividades mais intelectuais dos gregos, por meio de um tipo
de naturalismo; mas alguém também poderia
falar para o aqui e agora e para a população em geral,
com maior grau de abstração. Algumas figuras que para nós parecem
desproporcionais talvez estejam atreladas e firmes em seus movimentos sem o
adorável contraposto que vemos na arte da Grécia e
da Roma antiga. Assim, ele parece estar olhando para
além de nós e não para o aqui e agora. E talvez dessa forma também haja
alguma sugestão de cristão e celestial. Bem, certamente,
de sua divindade. [encerramento musical] Legendado por: [Jessica Mazzini]
Revisado por: [Noemia Monteiro Bito]