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Mediterrâneo Antigo
Curso: Mediterrâneo Antigo > Unidade 8
Lição 8: Império médio- Panteão
- Panteão
- Cabeça de bronze da estátua do imperador Adriano
- Vila Adriana, Tivoli: tour virtual
- Teatro marítimo na Vila Adriana, Tivoli
- Par de centauros lutando contra felinos predadores da Villa Adriana, Tivoli
- Adriano, construção da muralha
- Império: sarcófago de Medea
- Escultura equestre de Marco Aurélio
- Escultura equestre de Marco Aurélio
- Plano de mármore severano (Forma Urbis Romae)
- Sarcófago de batalha Ludovisi
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Par de centauros lutando contra felinos predadores da Villa Adriana, Tivoli
Par de centauros lutando contra felinos predadores da Vila Adriana, mosaico, ca. 130 d.C. (Altes Museum, Berlim) Oradores: Dra. Beth Harris e Dr. Steven Zucker. Veja também no Smarthistory: http://smarthistory.khanacademy.org/pair-of-centaurs-fighting-cats-of-prey-from-hadrians-villa.html Veja este mosaico de perto no Google Art Project. Criado por Beth Harris e Steven Zucker.
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Transcrição de vídeo
O antigo imperador romano Adriano
construiu uma luxuosa vila próxima de Tívoli e na cozinha havia um mosaico no chão, e o que vemos
é um fragmento do mosaico, mostrando dois centauros e três
grandes felinos. Ele é feito de pequenos fragmentos
de rocha natural e devia ser necessária muita paciência para criá-lo. Especialmente se
tomarmos em conta que isto é apenas um pequeno fragmento
do grande mosaico original. São pequenos pedaços
que se colocam juntos, de forma que criam uma imagem que
pode ser facilmente interpretada, mesmo sendo pedaços de rocha.
De fato, este tipo de mosaico pode
nos dar alguma pista de como eram as pinturas gregas,
já que muito poucas pinturas gregas chegaram
até nós. Sabemos, por fontes escritas, que
os gregos criam que sua pintura era sua melhor arte.
Geralmente se pensa nas esculturas e a antiga arquitetura grega ou
talvez em vasos cerâmicos. Tudo isso, segundo os próprios gregos,
não era nada em comparação com as obras que realizavam nos muros,
mesmo assim, quase nenhuma resistiu. Assim, os mosaicos são muito valiosos,
já que nos dão ideia do que os gregos conseguiram. O que
me encanta neste mosaico é o quão dramático ele é. Temos um
centauro, uma criatura mítica, metade homem e metade cavalo,
que está imerso em uma luta contra
três felinos selvagens, Seus braços levantados estão a
ponto de lançar uma rocha em um tigre que atacou
outro centauro. Atrás dele, há outro felino caído.
Provavelmente um leão. Pode se notar que, ao mesmo tempo
que o centauro está para lançar a rocha no tigre
à sua esquerda, ele olha para o Leopardo que está
para atacá-lo. Dá a sensação de ocorrer tudo
em um único instante. É certo. De fato, se olhar para
seus olhares, é muito interessante. Nossos olhos vão
primeiro do centauro ao tigre e nos damos conta de que o tigre acaba
de derrotar um outro centauro. O tigre olha atrás do centauro,
mas o centauro não olha o tigre, seus olhos se fixam
no leopardo. Sabe-se que está a ponto de lançar uma enorme rocha, o que nos mostra a força
dos centauros. Mas também se dá conta do perigo que corre
devido a presença do leopardo. Assim que o que se forma é um
triângulo com os olhares dos personagens. Esse centauro
que vemos no centro mostra muita força física, mas
também preocupação e nervosismo. É muito interessante. Suponho que gregos e, mais tarde, os romanos, se identificavam mais com o centauro do
que com felinos. Normalmente, quando vemos centauros, estão lutando com
os gregos e nos colocamos como gregos,
civilizados, enquanto os centauros, entretanto são meio bestas,
são os agressores. Aqui se sucede o contrário e é o centauro
quem ganha nossa simpatia, devido às suas qualidades humanas, mesmo que sendo metade animal.
Os gregos e, mais tarde, os romanos se viam
afastados da natureza do caos e aqui o centauro representa um tipo
de brutalidade, mas nada em comparação com os felinos.
Acredito que está expressado de uma maneira preciosa
pela emoção do rosto do centauro. Se pode ver como uma
emoção humana, de preocupação, medo, mas também de força. Enquanto os animais não
mostram nenhuma emoção. Tem razão se quer que nos identifiquemos
com o personagem que está no centro, mesmo que seja
metade animal. E algo lhe cobre o braço. De fato,
é a pele de um Leopardo. Provavelmente, há uma razão
para os leopardos estarem chateados. Você disse que isto podia nos dar ideia
de como eram as antigas pinturas gregas. E neste mosaico vemos o que se observa
na escultura grega antiga, que sobreviveu, e com uma interessante
anatomia humana e realismo. De fato, se focar na representação
do centauro, que obviamente é uma criatura impossível,
está tão bem representado que quase podemos pensar
que é anatomicamente possível. Veja, por exemplo, como o abdômem se funde
com o peito do cavalo, e podemos imaginar como se une a coluna
dos dois animais e se transforma em uma só. Há uma sensação de crédito,
inclusive nesta criatura impossível. Há também uma visão muito realista de
uma paisagem rochosa onde estão os personagens. A figura do
centauro caído à esquerda e o leão caído à direita em escorço,
feito para criar a ilusão de espaço. Olhe para o precioso escorço do
centauro quieto e erguido e em como parece retroceder no espaço. Está feito de uma maneira muito bela e
e o fato de ser feito em pedra o faz ainda mais impressionante.
É extraordinário. Eu gostaria de vê-lo em seu contexto real,
na sala de jantar de Adriano, no palácio. Legendado por
Tiago Lemes Palhano Bordin