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Templo de Júpiter Ótimo Máximo, Roma

Por Dr. Andrew Findley
Reconstrução (cortesia do Dr. Bernard Frischer, Rome Reborn), Templo de Jupiter Optimus Maximus (Templo de Júpiter Capitolinus) Roma, Itália, século VI a.C. até o século V d.C.
Reconstrução (cortesia do Dr. Bernard Frischer, Rome Reborn), Templo de Jupiter Optimus Maximus (Templo de Júpiter Capitolinus) Roma, Itália, século VI a.C. até o século V d.C.

Um templo numa colina

Como os Etruscos e Gregos antes deles, os Romanos são conhecidos por terem construído templos monumentais em locais altamente visíveis. Situado no topo do Monte Capitolino no coração da cidade antiga de Roma, o Templo de Jupiter Optimus Maximus bem representava esta tradição (hoje o local é ocupado por uma praça projetada pelo artista da Renascença Michelangelo, ver foto abaixo). Infelizmente, a negligência, a espoliação (a reutilização da pedra para a nova construção), e a gradual adaptação do local significa que muito pouco do Templo de Júpiter nos resta para estudo. A despeito de sua ausência, no entanto, o impacto duradouro do Templo de Jupiter Optimus Maximus pode ser observado nos vários templos Romanos que o emularam, tornando-o talvez o mais importante de todos os templos Romanos em termos de sua influência cultural e concepção. (Assista este vídeo para ver onde o Templo ficava na cidade.antiga),

Estado Atual e Aparência Original

Olhando para o Monte Capitolino a partir da rua abaixo
Olhando para o Monte Capitolino a partir da rua abaixo
As ruínas do templo incluem porções do tufo (um tipo de rocha feito de cinza vulcânica) da fundação e do pódio (ver foto abaixo), bem como alguns elementos arquitetônicos de mármore e terracota. A maioria das ruínas das estruturas pode ser visualizada em situ (em sua posição original) no terreno do Palazzo Caffarelli (hoje parte dos Museus Capitolinos) e fragmentos sobreviventes estão localizados dentro dos Museus Capitolinos
Restante do pódio, tufo, Templo de Jupiter Optimus Maximus, iniciado no século VI a.C (Museus Capitolinos, Roma)
Restante do pódio, tufo, Templo de Jupiter Optimus Maximus, iniciado no século VI a.C (Museus Capitolinos, Roma)
Com base nas porções sobreviventes da fundação arcaica, o pódio do templo media provavelmente cerca de 50 m x 60 m. Essas dimensões são um pouco especulativas, no entanto, não há nenhum consenso entre os estudiosos sobre as medições precisas. A melhor estimativa atual é que o templo era bastante similar em sua planta aos templos Etruscos do arcaico posterior como o templo de Minerva em Veii (também chamado de Templo de Portonaccio) — um pódio elevado (plataforma) com uma única escada frontal que levava a um pronaos (pátio) com três colunas de profundidade fronteado por um arranjo de hexastilo de colunas (seis colunas transversais). Uma das características marcantes do Templo de Jupiter Optimus Maximus foi seu interior de três partes (tripartido) com três cellaes (salas) adjacentes para as três principais divindades homenageadas ali (Júpiter, Juno e Minerva).
Planta do templo de Jupiter Optimus Maximus (Templo de Júpiter Capitolinus), Roma, Itália; século VI a.C até o século V d.C.
Planta do templo de Jupiter Optimus Maximus (Templo de Júpiter Capitolinus), Roma, Itália; século VI a.C até o século V d.C.
A fase inicial do templo teve elementos de terracota, incluindo acrotérios (esculturas na linha do teto) e uma enorme estátua de terracota de Júpiter conduzindo uma quadriga (carruagem de quatro cavalos). Dentro do templo estava outra imagem de Júpiter — a estátua de culto supostamente esculpida pelo famoso escultor arcaico Vulca de Veii. Essa estátua foi pintada de vermelho e serviu como base para a tradição de pintar os rostos dos generais Romanos durante triunfos oficialmente sancionados.
Em contraste com a modesta terracota (argila cozida) que foi usada para adornar as versões iniciais do templo, várias fontes Romanas mencionam que as reconstruções posteriores feitas durante o período do império Romano apresentavam materiais muito mais extravagantes. Autores antigos, incluindo Plutarco, Dião Cássio, Suetonio e Amiano descreveram o templo como excepcional em sua qualidade e aparência, com uma superestrutura de mármore Pentélico, telhas douradas, portas douradas, e elaborada escultura em relevo do frontão.

História e Consagração

Embora inicialmente consagrado a Júpiter Optimus Maximus, o templo também incluiu espaços para a adoração de Juno e Minerva. Juntas, as três divindades compreendiam que é conhecido como a Tríade Capitolina — um importante grupo divino da religião do estado Romano. Júpiter, o equivalente Romano de Zeus, foi a mais importante dessas divindades. Isto é suportado pelo aspecto específico de seu culto observado no seu nome completo — Iuppiter Optimus Maximus, latim para "Júpiter, Melhor e Maior."

Uma data importante para Roma

Supõe-se que templo tenha sido concluído em torno de 509 a.C—a data em si é significativa como marcando o ano alegado no qual os Romanos derrubaram a monarquia (que era Etrusca, não Romana) e estabeleceram um sistema republicano de governo. Assim, o templo era localizado não apenas numa área geográfica proeminente, ela era também uma recordação perene do momento em que os Romanos afirmam a sua independência. Esta proximidade histórica da fundação da República com a construção do Templo de Júpiter pode também ter ajudado a dar apoio ao seu papel central na religião Romana e à prática do projeto arquitetônico.
Italo Gismondi, maquete mostrando o templo de Jupiter Optimus Maximus no Monte Capitolino em Roma durante a época de Constatino (início do século IV), vizinho ao Fórum Romano (abaixo, à direita) e ao Fórum Imperial (à direita) (Plastico di Roma Imperiale. Particolare con il Campidoglio e l’Arce sormontata dal Tempio di Giunone Moneta), 1933-1955, gesso (Museus Capitolinos, Roma)
Italo Gismondi, maquete mostrando o templo de Jupiter Optimus Maximus no Monte Capitolino em Roma durante a época de Constatino (início do século IV), vizinho ao Fórum Romano (abaixo, à direita) e ao Fórum Imperial (à direita) (Plastico di Roma Imperiale. Particolare con il Campidoglio e l’Arce sormontata dal Tempio di Giunone Moneta), 1933-1955, gesso (Museus Capitolinos, Roma)

Destruído e reconstruído

O edifício em si foi destruído e reconstruído várias vezes durante os períodos Republicano e Imperial, e foi beneficiado com várias restaurações ao longo do caminho. Destruído inicialmente em 83 a.C. durante as guerras civis de Sula, o templo foi reconsagrado e reconstruído durante os anos 60 a.C. Augusto reivindicou ter restaurado o templo, provavelmente como parte de seu enorme programa de construção de edifícios que começou durante sua ascensão ao poder no século I d.C. O templo foi destruído novamente em 69 d.C., durante o tumultuoso "ano dos quatro imperadores". Embora reconstruído pelo imperador Vespasiano em 70 d.C, o templo mais uma vez queimou durante um incêndio em 80 d.C. O imperador Domiciano decretou a importante reconstrução final do templo durante seu reinado, entre 81 e 96 d.C. O fato do templo nunca ter sido negligenciado durante muito tempo é uma prova de sua reconhecida importância.
Depois do século da I d.C., o templo parece ter mantido sua integridade estrutural, até o imperador Teodósio eliminar fundos públicos para a manutenção de templos pagãos em 392 d.C (o Cristianismo se tornou a religião oficial do Império Romano). Em seguida, o templo foi espoliado várias vezes nos períodos Antigo Posterior e Medieval. Finalmente, uma grande residência, o Palazzo Caffarelli, foi construída no local no século XVI, d.C.
Relevo com Marco Aurélio fazendo sacrifício a Júpiter (Pietas Augusti), da decoração do arco do triunfo, 177-180 d.C. (Museus Capitolinos, Roma) (foto: Carole Raddato, CC BY-NC-SA 2.0)
Relevo com Marco Aurélio fazendo sacrifício a Júpiter (Pietas Augusti), da decoração do arco do triunfo, 177-180 d.C. (Museus Capitolinos, Roma) (foto: Carole Raddato, CC BY-NC-SA 2.0)

Função Pública

O templo de Jupiter Optimus Maximus foi mais do que simplesmente um edifício religioso padrão. Desde suas fases iniciais, o templo também parece ter sido um depósito de objetos de importância ritual, cultural e política. Por exemplo, os oráculos Sibilinos (livros contendo a profecia das Sibilas) eram mantidos no local, como também alguns despojos de guerra, como o escudo do general Cartaginês Asdrúbal. Além disso, o templo serviu como o ponto para celebração de triunfos, um local de encontro para o senado, para ostentação conjunta religiosa e política, um arquivo para registros públicos, e um símbolo físico da supremacia e da ordem divina de Roma.

Painel do Sacrifício do Arco Perdido de Marco Aurélio

Templo of Júpiter (detailhe), Relevo com Marco Aurélio fazendo sacrifício a Júpiter (Pietas Augusti), da decoração de um arco do triunfo, 177-180 d.C. (Museus Capitolicos, Roma) (foto: Carole Raddato, CC BY-NC-SA 2.0)
Templo of Júpiter (detailhe), Relevo com Marco Aurélio fazendo sacrifício a Júpiter (Pietas Augusti), da decoração de um arco do triunfo, 177-180 d.C. (Museus Capitolicos, Roma) (foto: Carole Raddato, CC BY-NC-SA 2.0)
Talvez a melhor representação do Templo de Júpiter Capitolinus possa ser vista no Painel do Sacrifício de um arco agora perdido do imperador Marco Aurélio (acima e detalhe). Neste relevo, Marco Aurélio é mostrado em seu papel de Pontifex Maximus (sumo sacerdote), oferecendo um sacrifício a Júpiter em meio a uma multidão de assistentes. Um templo com três portas, presumivelmente o templo de Júpiter Capitolinus, é retratado em segundo plano.
Nesta versão, o templo é tetrastilo (quatro colunas na frente, provavelmente uma representação artística truncada devido ao tamanho do painel) e da ordem coríntia. O frontão apresenta Júpiter entronizado no centro ladeado por outras divindades; uma cornija inclinada complexamente esculpida, encimada por uma quadriga (carruagem de quatro cavalos); quadros da cena.

Influência Duradoura

Embora o templo de Jupiter Optimus Maximus tenha sido construído num estilo etrusco e envolvido artesãos Etruscos, ele no entanto serve como o ponto de origem para o desenvolvimento da tradição Romana da construção de templos, que muitas vezes incorporou elementos locais em um modelo mais amplamente Romano.
Em termos de história da arquitetura, a importância duradoura do Templo de Jupiter Optimus Maximus pode ser melhor reconhecida por sua influência na construção de templos Romanos dos dois últimos séculos a.C até o século III d.C. Templos inperiais em todo o império — incluindo o templo de Portuno, em Roma, a Maison Carrée na França e os muitos Capitolia (templos dedicados a Júpiter, Juno e Minerva) de colônias Romanas estabelecidas no norte de África demonstram uma conexão visual óbvia com templo Capitolino com uma frontalidade compartilhada, varanda frontal profunda, e rica ornamentação escultural (algumas características que são compartilhadas pelo Templo de Baal-Shamin em Palmyra). No entanto, a influência do Templo de Jupiter Optimus Maximus também pode ser vista na abordagem global Romana no projeto arquitetônico — escala monumental, ambiente urbano, decoração luxuosa, elevação imponente. Juntos, esses elementos são características de templos Romanos e sugerem que o templo de Jupiter Optimus Maximus foi um ponto de partida para o que se tornaria uma marca arquitetônica comumente compreendida da soberania Romana sobre o mundo Mediterrâneo.
Ensaio do Dr. Steven Fine

Recursos adicionais
Stefano De Angeli, “Iuppiter Optimus Maximus Capitolinus, Aedes, Templum (Fasi Tardo-Repubblicane e di età Imperiale” em Lexicon Topographicum Urbis Romae, volume 3, editado por Eva Margareta Steinby (Rome: Edizioni Quasar, 1995), pp. 148-153.
Ellen Perry, “The Same, But Different: The Temple of Jupiter Optimus Maximus through Time,” em Architecture of the Sacred: Space, Ritual, and Experience from Classical Greece to Byzantium, editado por Bonna Wescoat e Robert Ousterhout (Cambridge: Cambridge University Press, 2012), pp. 175-200.
Samuel Ball Platner, “Iuppiter Optimus Maximus Capitolinus” em A Topographical Dictionary of Ancient Rome, editado por Samuel Ball Platner and Thomas Ashby (Oxford: Oxford University Press, 1929), pp. 297-302.
Frank Sear, Roman Architecture (Ithaca: Cornell University Press, 1983).
Anna Mura Sommella, “Le recenti scoperte sul Campidoglio e la fondazione del tempio di Giove Capitolino.” Rendiconti della Pontificia Accademia Romana 70 (2000), pp. 57-80.
John Stamper, The Architecture of Roman Temples: The Republic to the Middle Empire (Cambridge: Cambridge University Press, 2005).
Gianluca Tagliamonte, “Iuppiter Optimus Maximus Capitolinus, Aedes, Templum (Fino All’ A. 83 a.C.)” em Lexicon Topographicum Urbis Romae, volume 3, editado por Eva Margareta Steinby (Rome: Edizioni Quasar, 1995), pp. 144-148.
J.B. Ward-Perkins, Roman Imperial Architecture (New Haven: Yale University Press, 1992).

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