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Sobre períodos cronológicos no mundo islâmico

Estudar a arte do mundo islâmico é desafiador, em parte por causa do grande alcance geográfico e cronológico do islã. O islã tem sido uma grande força religiosa e cultural por mais de 14 séculos e continua a ser assim até os dias de hoje. Neste momento, a seção de Artes do Mundo Islâmico está organizada em três períodos cronológicos: inicial, medieval e tardio. Essas divisões cronológicas são criações modernas que ajudam os estudiosos a organizarem informações e obras de arte para interpretá-los melhor. Elas também ajudam os estudantes a entender as relações entre as obras de arte e a arquitetura no tempo e no espaço. Havia dinastias e impérios que controlavam diferentes terras e cujos períodos de governo estendeu essas divisões cronológicas.

A Cúpula da Rocha (Qubbat-Sakhra), Califado Omíada, alvenaria de pedra, telhado de madeira, decorado com azulejos de vitrais, mosaicos e domo de alumínio dourado e bronze, 691-2, com diversas reformas, patrocinado pelo califa Abd al-Malik, Jerusalém (foto: Orientalista, CC BY 3.0)
A Cúpula da Rocha (Qubbat-Sakhra), Califado Omíada, alvenaria de pedra, telhado de madeira, decorado com azulejos de vitrais, mosaicos e domo de alumínio dourado e bronze, 691-2, com diversas reformas, patrocinado pelo califa Abd al-Malik, Jerusalém (foto: Orientalista, CC BY 3.0)

Período Inicial (c. 640-900 d.C.)

Depois da morte de Maomé’s em 634, foram indicados quatro califas apontados pelo sunitas como "guiados por direito," que sucederam Maomé. No entanto, a partir de 656 houveram conflitos sobre sucessão, e duas guerras civis (656-661 e 680-692) eclodiram no interior da comunidade dos muçulmanos. Destas guerras surgiu a Dinastia Omíada, cuja capital era Damasco, na atual Síria. Responsável pelo primeiro grande monumento da arquitetura e da arte islâmicas, os governantes Omíadas construíram a Cúpula da Rocha em Jerusalém, a Grande Mesquita de Damasco e os chamados Castelos do Deserto na Síria-Palestina. Os Omíadas governaram como califas até 750 d.C., quando foram destronados pelo Califado Abássida. Os Abássidas, assim como os Omíadas antes deles, governaram como califas grande parte do mundo islâmico até 861. A sua capital era em Bagdá, e mais tarde eles governaram da cidade-palácio de Samarra, no Iraque, por uma parte do século IX. Depois de 861, os Abássidas perderam o controle de grande parte de seu império após uma série de revoltas em que governos da província afirmaram sua independência. Uma série de dinastias locais, como os Aghlabids (800-909) e os Tulunids (868-905) no norte da África, e os Buídas (945-1055) na Ásia central, surgiu e governou, desenvolvendo estilos artísticos regionais.

Período Medieval (c. 900-1517 d.C)

Pátio dos Leões, Alhambra, Sabika hill, Granada, Espanha início 1238 (Foto: Jim Gordon)
Pátio do Leões, A Alhambra, colina de Sabika, Granada, Espanha, início 1238 (Foto: Jim Gordon)
. Já no século X, houve fragmentação e dinastias individuais surgiram. Essas dinastias tinham diferentes graus de controle sobre diferentes regiões de terra onde o islã era a maior religião ou a religião dominante.
No norte da África e no Oriente Próximo, algumas dinastias principais, como os Fatímida (909-1171), surgiram e governaram uma área que inclui as regiões atuais do Egito, Sicília, Argélia, Tunísia e partes da Síria.  Foi também neste período que algumas das principais dinastias turcas e povos da Ásia central tomaram a vanguarda da política e da criatividade artística do mundo islâmico. Os seljúcidas eram nômades da Ásia central que governaram terras do oriente islâmico e eventualmente controlaram o Irã, o Iraque e grande parte da Anatólia, embora tenha sido um império de curta duração. O ramo principal dos seljúcidas,o Império Seljúcida, manteve o controle sobre o Irã.
Esse foi também o período das cruzadas cristãs europeias, que tinham por objetivo reconquistar a Terra Santa dos muçulmanos. Uma série de pequenos reinos cristãos surgiram no século XII, bem como dinastias muçulmanas, como o Império Aiúbida (1179-1260), cujo líder mais famoso, Salah al-Din (r.1169-93), conhecido no ocidente como Saladino, terminou a dinastia Fatímida. Por fim, os soldados escravizados, responsáveis pela proteção militar da dinastia Aiúbida, derrubaram o último sultão Aiúbida em 1249/50. Esses escravos, denominados em árabe como mamluk, que significa literalmente “possuídos”, ficaram conhecidos como Mamelucos e controlaram a Síria e o Egito até 1517.
Os mamelucos também tiveram que enfrentar uma das maiores ameaças ao seu reinado muito cedo: Os invasores mongóis. Os mongóis e seu grande líder, Gengis Khan 1162-1227), são quase sempre associados a conquista e destruição mas seu legado incluía a dinastia Yuan na China (1279-1368), o Canato Chaghatay na Ásia Central (c. 1227–1363), a Horda de Ouro no sul da Rússia,  estendendo-se para a Europa (ca. 1227–1502), e a dinastia Ilkhanid no Grande Irã (1256–1353). A Pax Mongolica ("Paz Mongol") inclui um grande florescimentos das artes.
Os Ilkhanids, que governaram o Irã, partes do Iraque e da Ásia Central, supervisionaram o grande desenvolvimento artístico em manuscritos, tais como aquelas que recontou o Shahnama (ou livro dos Reis), o famoso épico persa. Eles eram patronos importantes da arquitetura. A dinastia Ilkhanid desintegrou-se em 1335 e dinastias locais chegaram ao poder no Iraque e Irã.
Em 1370, a última grande dinastia surgiu a partir da Ásia Central: os Timúridas (c. 1370-1507). Eles foram nomeados por seu líder, Timur (também conhecido como Tamerlane), que conquistou e controlou toda a Ásia Central, o grande Irã e o Iraque, bem como partes do Sul da Rússia e do subcontinente indiano. Os Timúridas eram excelentes construtores de arquitetura monumental. Herat, no Afeganistão atual, tornou-se o capital e o centro cultural do Império Timúrida.
Enquanto a produção artística e arquitetura floresceram na Ásia sob diferentes dinastias islâmicas, elas também desabrocharam em terras islâmicas ocidentais. A mais famosa destas dinastias é provavelmente os Nasridas (1232-1492) do Sul da Península Ibérica e norte da África Ocidental, cuja realização artística mais importante é o notável Alhambra, um complexo do palácio-fortaleza em Granada, na Espanha atual.
Taj Mahal, Agra, Índia (foto: David Castor)
Taj Mahal, Agra, Índia (foto: David Castor)

Período Posterior (c. 1517 –1924 d.C.)

Este período é a era dos últimos grandes Impérios Islâmicos. O Império Otomano, que tinha começado como um pequeno Estado turco na Anatólia, no início do século XIV, surgiu na segunda metade do século XV, como uma grande força política e militar. Os otomanos conquistaram Constantinopla em 1453 e o Império Mameluco em 1517. Eles dominaram grande parte da Anatólia, os Balcãs, o Oriente Próximo e a África do Norte até a dissolução do Império Otomano após a 1a Guerra Mundial. Os Otomanos são famosos por sua arquitetura em cúpula e minaretes, muitos dos quais foram construídos pelo grande arquiteto, Sinan (1539–1588) para o sultão Süleyman (r. 1520–66). Este período é considerado o apogeu da arte e cultura Otomana.
Os Safávidas, que estabeleceram o Xiismo como a fé dominante do Irã, governaram de 1501–1722 e foram a maior dinastia a emergir do Irã. Arquitetura, pinturas, manuscritos e tapetes, tudo floresceu dos Safávidas. Shah ‘Abbas (r. 1587–1629) foi o maior patrono das artes e o mais notável governante da Dinastia Safávida. No século XVIII, um período de turbulência na Pérsia, a Dinastia Qajar (1779–1924) chegou ao poder, estabeleceu a paz e seu governo viu o início da modernidade no Irã.
A outra grande dinastia que supervisionou uma notável produção artística e arquitetônica foi a dos Mongóis. Fundada por Babur, o Mongol (c. 1526–1858) governou o maior estado islâmico no subcontinente indiano. Embora tivesse havido sultanatos anteriores no que é hoje o norte da Índia e Paquistão, os imperadores da dinastia Mongol eram patronos de algumas das maiores obras de arte islâmica, como manuscritos e pinturas iluminados, e arquitetura, incluindo o Taj Mahal.
Texto por Dr. Elizabeth Macaulay Lewis

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