If you're seeing this message, it means we're having trouble loading external resources on our website.

Se você está atrás de um filtro da Web, certifique-se que os domínios *.kastatic.org e *.kasandbox.org estão desbloqueados.

Conteúdo principal

Espaço

Pelo Dr. Asa Simon Mittman
Esquerda: Rafael, A Mulher de Véu, 1514-15, óleo sobre tela, 82 x 60,5 cm (Palazzi Pitti, Florença); direita: São João Evangelista, nos Evangelhos de Lindisfarne (Londres, British Library, MS Cotton Nero D IV, f. 209v).
Esquerda: Rafael, A Mulher de Véu, 1514-15, óleo sobre tela, 82 x 60,5 cm (Palazzi Pitti, Florença); direita: São João Evangelista nos [Evangelhos de Lindisfarne](https://smarthistory. rg/the-lindisfarne-gospels/) (Londres, British Library, MS Cotton Nero D IV, f. 209v).

Uma ilusão convincente de espaço

Espaço é usado para se referir tanto à profundidade - real ou representada - como à área geral de superfície dentro de uma obra de arte. Alguns períodos da história da arte mostram muito interesse em criar ilusões convincentes de espaço tridimensional em meios bidimensionais. Talvez o exemplo mais emblemático (embora não seja certamente o único) seja o Renascimento Italiano (c. 1400-1600), quando os artistas trabalharam deliberadamente para criar ilusões convincentes de profundidade.
Veja como Rafael cria uma ilusão de forma tridimensional em A Mulher de Véu. Através de variações cuidadosas de valor, particularmente ao sombrear — o uso de cores mais escuras para criar a ilusão de sombras — Rafael nos convence que a mulher na pintura realmente tem três dimensões.
A luz parece vir da sua esquerda, deixando o lado direito dela na sombra. As dobras de sua volumosa manga são um exemplo particularmente esplêndido da ilusão de espaço. Mesmo analisando um pequeno detalhe, é difícil acreditar que não há profundidade nenhuma, apenas finas camadas de tinta na tela plana.
Detalhes da manga, esquerda: Rafael, A Mulher de Véu, 1514-15, óleo sobre tela, 82 x 60,5 cm (Palazzi Pitti, Florença); direita: São João Evangelista, nos Evangelhos de Lindisfarne (Londres, British Library, MS Cotton Nero D IV, f. 209v).
Detalhes da manga, esquerda: Rafael, A Mulher de Véu, 1514-15, óleo sobre tela, 82 x 60,5 cm (Palazzi Pitti, Florença); direita: São João Evangelista, nos Evangelhos de Lindisfarne (Londres, British Library, MS Cotton Nero D IV, f. 209v).
Sobre contraste forte, podemos examinar um detalhe de uma página dos Evangelhos de Lindisfarne. As duas imagens mostram uma pessoa com vestes volumosos, olhando para nós, mas as semelhanças terminam aí. A figura de Rafael é iluminada suavemente, criando destaques e sombras que criam uma sensação de volume e peso para o seu corpo e roupa. A figura de João Evangelista dos Evangelhos de Lindisfarne, por outro lado, é quase totalmente achatada. Quase não há sombras no seu corpo e as dobras para a sua roupa são padrões puramente esquemáticos.
Se isolarmos um pequeno detalhe da manga de João, como fizemos com A Mulher de Véu, é até difícil lembrar que esta série de linhas e cores se destina a ser vista como uma forma tridimensional.
Perugino, Cristo entregando as chaves do Reino para São Pedro, Capela Sistina, 1481-83, afresco, 3,3 m x 5,5 m (Vaticano, Roma)
Perugino, Cristo entregando as chaves do Reino para São Pedro, Capela Sistina, 1481-83, afresco, 3,3 m x 5,5 m (Vaticano, Roma)

Perspectiva linear e atmosférica

Há vários métodos utilizados pelos artistas para criar a ilusão de que suas imagens existem no espaço tridimensional. Dentre as mais eficazes estão a perspectiva linear e atmosférica. Outra obra da Renascença Italiana servirá para demonstrar as duas. O Cristo entregando as chaves para São Pedro de Pietro Perugino, usa tanto a perspectiva linear quanto a atmosférica para criar uma ilusão de profundidade bem convincente.
A perspectiva linear é baseada na ilusão de ótica de que linhas paralelas parecem convergir conforme elas se distanciam. Linhas de trem são o exemplo clássico, como na fotografia de Wolf Vostell da sua série de 1963 No: Life as a Picture—A Picture as Life (Não: Vida como uma Imagem—Uma Imagem como Vida) .
Wolf Vostell, série No: Life as a Picture—A Picture as Life, fotografia, 1963
Wolf Vostell, série No: Life as a Picture—A Picture as Life, fotografia, 1963
Se sobrepormos as linhas usadas na pintura de Perugino, podemos ver como ele usou esse efeito. As linhas são chamadas de linhas ortogonais ou ortogonais e se encontram na linha do horizonte, no ponto de fuga. Observe que, à medida que todas as ortogonais convergem, as formas também ficam menores.
Diagrama da perspectiva, Perugino, Cristo entregando as chaves do Reino para São Pedro, Capela Sistina, 1481-83, afresco, 3,3 m x 5,5 m (Vaticano, Roma)
Diagrama da perspectiva, Perugino, Cristo entregando as chaves do Reino para São Pedro, Capela Sistina, 1481-83, afresco, 3,3 m x 5,5 m (Vaticano, Roma)
A ferramenta da perspectiva linear de um ponto é muito simples e os artistas podem usá-la para criar uma ilusão convincente de profundidade com apenas alguns traços de lápis e sem a medição cuidadosa e o uso de uma régua, como no esboço de Tobias Verhaecht de uma ruína romana . A perspectiva linear de dois e três pontos é um pouco mais complicada, mas segue os mesmos princípios gerais e produz resultados semelhantes.
Tobias Verhaecht, O Clivus Scauri em Roma, giz, grafite e tinta sobre papel, 22 x 17,1 cm (Rijksmuseum)
Tobias Verhaecht, O Clivus Scauri em Roma, giz, grafite e tinta sobre papel, 22 x 17,1 cm (Rijksmuseum)
Perugino também usa a perspectiva atmosférica. Ela é baseada no efeito ótico que faz com que objetos à distância pareçam mais pálidos, mais azuis, e menos detalhados que os objetos que estão mais próximos de nós. Voltando à pintura de Perugino, podemos ver que ele replicou este efeito, cuidadosamente fazendo as imagens em primeiro plano (a porção da imagem que parece estar mais próxima de quem olha) mais coloridas, as imagens menores no meio plano um pouco mais pálidas, e as montanhas no fundo (a porção da imagem que parece estar bem distante) desvanecendo em azuis pálidos.

Uma observação importante

É importante notar, no entanto, que o uso de várias técnicas para criar uma ilusão convincente de profundidade não torna Rafael ou Perugino artistas "melhores"que o monge medieval anônimo que pintou a página dos Evangelhos de Lindisfarne, nem faz com que suas obras sejam "melhores" ou mais sofisticadas. A ilusão de profundidade é uma das muitas técnicas da caixa de ferramentas dos artistas, e serve muito bem para alguns objetivos, mas nem sempre é o meio mais poderoso ou efetivo de passar uma ideia e pode às vezes estar em conflito direto com as intenções do artista.

Recursos adicionais

Quer participar da conversa?

Nenhuma postagem por enquanto.
Você entende inglês? Clique aqui para ver mais debates na versão em inglês do site da Khan Academy.