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História judaica - de 1750 até a segunda guerra mundial

Moritz Daniel Oppenheim, Auto Retratot, 1814-16 (Museu Judaico, Nova York), A vida e obra de Moritz Oppenheim resumem a trajetória dos Judeus Germânicos da vida tradicional à modernidade. Nascido no gueto de Hanau, ele estudou pintura acadêmica, uma oportunidade que anteriormente não era disponível aos Judeus....Ele recebeu encomendas tanto de Judeus quanto de não Judeus....Nesta obra, uma dos mais antigos auto retratos feitos por um artista Judeu, o jovem Oppenheim retrata a si mesmo orgulhosamente segurando sua paleta, um testemunho vivo do surgimento dos artistas Judeus durante o século XIX.
Moritz Daniel Oppenheim, Auto-retrato, 1814-16 (Museu Judaico, Nova York). A vida e a obra de "Moritz Oppenheim" resumem a trajetória dos Judeus Germânicos da vida tradicional à modernidade. Nascido no gueto de Hanau, ele estudou pintura acadêmica, uma oportunidade que anteriormente não era disponível aos Judeus.... Recebeu encomendas tanto de Judeus quanto de não Judeus....Nesta obra, um dos mais antigos auto retratos feitos por um artista Judeu, o jovem Oppenheim retrata a si mesmo orgulhosamente segurando sua paleta, um testemunho vivo do surgimento dos artistas Judeus durante o século XIX. Fonte
A emancipação dos Judeus Europeus dos guetos tornou-se uma referência indicando a transformação da nação do medieval para o moderno. Após a formação de uma nação laica, os Judeus Franceses receberam direitos civis em 1791 e 1792. Outras nações Europeias seguiram esse caminho durante o século XIX. Comunidades nacionais se distanciaram das formas antigas de Cristianismo, e admitiram os Judeus, embora com reservas.

O Iluminismo judeu (Haskalá)

Na Alemanha, que não tinha se tornado um estado unificado até 1871, os Judeus não receberam plena igualdade. Os direitos dependiam de decisões locais, e em alguns lugares os Judeus recebiam direitos apenas para que lhes fossem retirados em seguida. Não é coincidência que a Alemanha tenha sido o berço do Judaísmo Reformista. Pensadores progressistas buscaram transformar o Judaísmo internamente quando não podiam diminuir o preconceito externo contra os Judeus.
Moses Mendelssohn foi o pioneiro do Iluminismo Judeu, ou Haskalá, o qual defendeu muitas das mesmas ideias sobre liberdade e igualdade de direitos, como aquelas que Jean-Jacques Rousseau e Immanuel Kant exploraram. Mendelssohn discutiu abertamente as maneiras pelas quais os Judeus poderiam viver em uma sociedade multi religiosa. “Adote os costumes e a constituição do país no qual você se encontra,” ele escreveu, “mas também seja firme em defender a religião de seus pais.” Nas gerações subsequentes, muitos Judeus, entre eles os pais de Karl Marx, acharam mais fácil simplesmente se converter ao Cristianismo e viver publicamente como Cristãos para ter acesso a empregos, propriedades e outros direitos básicos.

O movimento da Reforma

Isador Kaufmann, Man with Fur Hat, c. 1910, Viena (The Jewish Museum, New York).
Isador Kaufmann, Homem com Chapéu de Pele, c. 1910, Viena (Museu Judaico, Nova York). Os retratos de Kaufmann de Judeus devotos expressam aspectos da tradição Judaica que seu público de Judeus aculturados e não Judeus podia entender. Aqui, a ortodoxia da pessoa sentada é indicada por seu shtreimel (chapéu) de pele e kapote (casaco) preto. Pendurados em salões bem escolhidos .... eles ... proporcionavam uma conexão com a tradição Judaica unindo o mundo da Viena cosmopolita a um estio de vida tradicional que resistiu fora da capital .” Fonte
Mas houve outra resposta ao paradoxo colocado pela modernidade. Inspirados por Mendelssohn, Judeus contestadores nos territórios de língua Alemã, no início do século XIX, elaboraram o movimento da Reforma.  Estes reformadores acreditavam que sua missão era levar o Judaísmo em linha com o pensamento moderno; eles também promoveram a ideia de que as preces deveriam ser entoadas na língua local, em vez do Hebraico. Incentivaram os rabinos a olhar além do Talmude e da Torá como orientação. Os reformadores desdenhavam a ideia de que o passado podia ditar a forma de viver num contexto crescentemente laico e industrial . Eles moldaram muitas de suas práticas religiosas às dos Cristãos Alemães  encorajando o  “decoro” na sinagoga, introduzindo música similar à ouvida nas igrejas, e muitos queriam até mesmo transferir o Shabat para o Domingo. Eles queriam permanecer Judeus, e ao mesmo tempo enfatizar as similaridades do Judaísmo com o Cristianismo.

Movimento Ortodoxo

Estes esforços enfureceram os tradicionalistas, que então reagiram com firme conservadorismo.  Alguns rabinos tradicionais já tinham se oposto à emancipação, mas em resposta aos Reformistas, um grupo de adeptos da Halaká criou o novo movimento Ortodoxo. Eles se opuseram a muitas das formas culturais laicas que o Judaísmo tomou nas décadas seguintes: o movimento Ídiche, o Sionismo e quaisquer outras divergências do estrito Halaká. Alguns insistiram que costumes estabelecidos não fundamentados nas leis Judaicas deveriam aceitar a importância da Halaká. É por isso que alguns grupos continuam a se vestir e a falar como seus antepassados há um século ou mais. Estas formas extremas de observância são uma reação tanto à modernidade quanto à Reforma.

Judaísmo Hassídico

Na Europa Oriental, outro movimento religioso, chamado Hassidismo, ganhou força equivalente à Reforma e à Ortodoxia. Fundado no século XVIII por um rabino e místico que se intitulava Israel Baal Shem Tov, o Judaísmo Hassídico cresceu a partir de uma reação populista ao elitismo da tradicional academia Talmúdica. O Judaísmo Hassídico foca nas interpretações místicas dos textos sagrados e no potencial dos Judeus não educados de sentir a santidade. O movimento espalhou-se rapidamente através da Europa Oriental e Central. O Hassidismo causou a oposição de pelo menos duas facções: as tradicionais estruturas legais rabínicas que se atinham ao estudo organizado do Torá, e a intenção dos Judeus “iluministas” de fugir da estrutura opressiva da família Judaica tradicional e se aculturar à sociedade Européia.
Apesar da tensa história do Judaísmo Hassídico que veio a ser conhecido como Ortodoxia, tornou-se mais difícil distinguir os Judeus Ortodoxos rigorosos de seus equivalentes Hassídicos. Na medida em que o Judaísmo Reformista ganhou popularidade, os dois grupos uniram forças em apoio ao Halacá e em oposição à reforma radical. Conhecidos por sua vestimenta inconfundível (barbas, pele, chapéus, costeletas e batas para homens), o Hassidismo está entre os grupos Judaicos mais visíveis.
"Um sabre militar coloca um aviso de culpa no corpo da Hidra que brotou da cabeça do capitão Alfred Dreyfus. O monstro de várias cabeças, um símbolo do mal indomável, é apenas uma das muitas convenções usadas pelos adversários anti-semitas de Dreyfus para estabelecer sua inerente maldade."
Em 1894, o Capitão Francês Alfred Dreyfus foi acusado e condenado por vender segredos aos Alemães . "Um sabre militar alfineta um aviso de culpa no corpo de uma hidra da qual brota a cabeça de Dreyfus. A besta de várias cabeças, símbolo do mal indomável, é apenas uma das muitas convenções usadas pelos adversários anti Semitas de Dreyfus para estabelecer sua inerente maldade." Source

Pogroms

Coroa da Torá 1698-99, Bolzano, Italy (Museu Judaico, New York) “Originalmente consagrada à sinagoga Italiana em 1698/99, esta coroa foi posteriormente saqueada durante o massacre Russo e depois recuperada. Incorporou-se ao acervo da grande Sinagoga de Gdansk no início do século XX. Em 1939, foi enviada ao seminário Teológico Judaico em Nova Iorque por segurança quando os Nazistas ascendem ao poder forçando a comunidade judaica de Gdansk a se dissolver.
Coroa da Torá 1698-99, Bolzano, Italy (Museu Judaico, Nova York) “Originalmente consagrada a uma sinagoga Italiana em 1698/99, esta coroa foi posteriormente saqueada durante o massacre Russo e depois recuperada. Incorporou-se ao acervo da Grande Sinagoga de Gdansk no início do século XX. Em 1939, foi enviada ao seminário Teológico Judaico em Nova Iorque por segurança quando os Nazistas ascendem ao poder, forçando a comunidade Judaica de Gdansk a se dissolver. Fonte
Em meio à turbulência política e econômica da Europa Ocidental e Central, o nacionalismo se tornou um slogan e as ideias pseudo científicas sobre raça proliferaram.  Um onda de antissemitismo atingiu os Judeus na Europa e nas colônias Européias em todo o mundo. Da Rússia a Damasco, e de Gdansk a Argel, os Judeus foram agredidos como intrusos e acusados por uma ampla gama de  problemas sociais e econômicos. Acusações e rumores levaram a motins e pogroms (a palavra russa que significa destruir violentamente, utilizada para descrever motins ocorridos no Leste Europeu no século XIX e início do XX; que resultaram no estupro e assassinato de Judeus e roubo e destruição de suas propriedades).

Sionismo

Diversos eventos a partir do século XIX até o início do século XX demonstraram que os Judeus não eram tratados como iguais. Na Rússia, pogrons violentos e instabilidade econômica levaram mais de dois milhões de pessoas a emigrar nos anos 1880. A grande maioria se refugiou na América do Norte, e uma pequena fração de pioneiros se deslocou para a Palestina, o local de origem do antigo Judaísmo. Alguns líderes Judeus, em resposta ao crescente nacionalismo e antissemitismo do final do século XIX e início do século XX, seguiram Theodor Herzl, que defendia um tipo de Judaísmo nacionalista laico, um retorno à terra bíblica de origem do povo Judeu. Judeus religiosos haviam orado na direção de Jerusalém e clamado por um retorno Messiânico à Terra de Israel desde que o Segundo Templo fora destruído. Porém o movimento político moderno, conhecido como Sionismo, unia os impulsos religiosos pelo “retorno” às ideias laicas pela construção de uma nação no estilo Europeu para os Judeus. É importante notar que o Sionismo nada mais era do que uma forma de nacionalismo Judaico que se iniciou no século XIX. Alguns Judeus lutavam por autonomia política e territorial em diferentes partes do globo, outros lutavam por autonomia cultural e política nas nações onde viviam. Esses movimentos nacionalistas da Diáspora desapareceram em sua maioria em 1948 quando Israel se tornou um estado independente.
Doris Clare Zinkeisen, Lavanderia Humana, Belsen: abril de 1945 (Imperial War Museums) “Em 1944 Zinkeisen foi contratada pela Cruz Vermelha e pela St John War Organization para registrar seus trabalhos na Europa norte oriental, e foi uma das poucas mulheres artistas de guerra a ser enviada para além mar. Em 15 de abril de 1945 soldados Britânicos entraram no campo de concentração de Bergen-Belsen e encontraram uma cena de horror absoluto. Dez mil cadáveres jaziam não enterrados, e cerca de 60.000 pessoas famintas e doentes se amontoavam em barracas sem comida ou água. Doris Zinkeisen chegou em seguida. Lavanderia Humana é possivelmente o mais forte trabalho produzido por um dos artistas que estiveram presentes. Os detentos do campo tiveram que ser lavados e desinfetados para se evitar a propagação de tifo, antes que eles pudessem ser admitidos no hospital da Cruz Vermelha improvisado nas proximidades.
Doris Clare Zinkeisen, Lavanderia Humana, Belsen: Abril de 1945 (Imperial War Museums) “Em 15 de abril de 1945 soldados Britânicos entraram no campo de concentração de Bergen-Belsen e encontraram uma cena de horror absoluto. Dez mil cadáveres jaziam não enterrados, e cerca de 60.000 pessoas famintas e doentes se amontoavam em barracas sem comida ou água. Doris Zinkeisen chegou logo em seguida. Lavanderia Humana é provavelmente o mais forte trabalho produzido por um dos artistas que estiveram presentes…Os detentos do acampamento tiveram que ser lavados e desinfetados para se evitar a propagação de tifo, antes que eles pudessem ser admitidos no hospital da Cruz Vermelha improvisado nas proximidades. .” Source

Holocausto

"O antissemita cria o Judeu", escreveu o filósofo francês Jean-Paul Sartre em 1945. O antissemitismo gerou uma imagem falsa do que é um Judeu, fazendo com que sejam vistos como um perigo social para a maioria dos Europeus. Depois da Primeira Guerra Mundial, as democracias liberais em toda parte pareciam estar fracassando. A ideia de que os Judeus eram responsáveis ​​por crises sociais e econômicas convenceu muitos a usar raça e etnia como um teste para determinar quem fazia parte e quem devia ser excluído. Foi nesse clima que o partido Nazista foi eleito para o poder em 1933. Combinando sua visão expansionista com teorias espúrias de pureza racial, os Alemães rapidamente passaram a controlar a maior parte da Europa central e oriental
O genocídio se tornou um fenômeno cotidiano, as Leis de Nuremberg obrigaram os Judeus a se identificar com um crachá, e criminalizaram a intimidade sexual entre Judeus e gentios. Leis foram aprovadas em toda a Europa e no Mediterrâneo que excluíam os Judeus de certas profissões e do direito de frequentar a escola. A cidadania foi revogada e muitas pessoas foram forçadas a trocar suas casas por abrigos superlotados. Inspirados no gueto medieval, os Nazistas foram mais longe, matando Judeus pela restrição de alimentos e remédios, confinando milhares de pessoas em espaços aptos e receber muito menos, e por fim proibindo totalmente os Judeus de se exilar. Trabalhando em colaboração com governos em toda a Europa, oficiais Nazistas decretaram uma “Solução Final” para a “Questão Judaica” no início de 1942. Os Judeus foram recolhidos à força e enviados para campos de concentração locais e campos de extermínio na Polônia e na União Soviética. Seis milhões de judeus morreram no Holocausto.
Texto da Dra. Jessica Hammerman e da Dra. Shaina Hammerman
*Moses Mendelssohn, "19. Judaism and civil law," Jerusalem: Religious Power and Judaism, 1783

Leituras sugeridas:
Pierre Birnbaum and Ira Katznelson, eds., Paths of Emancipation: Jews, States, and Citizenship (Princeton: Princeton University Press, 1995).
Patrick Desbois, O Holocausto a balas: a jornada de um padre para descobrir a verdade por trás do assassinato de 1,5 milhões de judeus (Palgrave Macmillan, 2009)
Shmuel Feiner, O Iluminismo Judaico, traduzido por by Chaya Naor (Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 2004).
Zvi Y Gitelman, Um século de ambivalência: os judeus da Rússia e da União Soviética, de 1881 ao presente (New York: Schocken Books, 1988).
Deborah Hertz, How Jews Became Germans: The History of Conversion and Assimilation in Berlin (New Haven: Yale University Press, 2007).
Gershon Hundert, ed., Essential Papers on Hasidism: Origins to Present (New York: NewYork University Press, 1991).
Marion Kaplan, Entre a Dignidade e o desespero: a vida dos judeus na Alemanha nazista Germany (Oxford University Press, 1999).
Jacob Katz, Out of the Ghetto: the Social Background of Jewish Emancipation, 1770-1870 (Cambridge: Harvard University Press, 1973).
Michael Marrus and Robert Paxton, Vichy France and the Jews (Stanford University Press, 1995).
Michael Meyer, Response to Modernity: A History of the Reform Movement in Judaism (Oxford: Oxford University Press, 1988)
Ada Rapoport-Albert, ed. Hasidism Reappraised (Oxford: Littman Library of Jewish Civilization, 1998).
Jean-Paul Sartre, Anti-Semite and Jew, translated by George J. Becker (New York: Schocken Books, 1948).
Art Spiegelman, Meta Maus (New York: Pantheon Books, 2011).

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