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Narrador em primeira e terceira pessoas

Nesta videoaula, apresentamos o conceito de narrador em primeira e terceira pessoas. Para tanto, os alunos conhecerão dois trechos de textos narrativos e refletirão acerca deles.

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Transcrição de vídeo

RKA - Bom dia, boa tarde, boa noite, pessoal! Hoje, a gente vai ver sobre "narração", mas a gente só vai ver narração em primeira e terceira pessoas. Quando você narra, você conta uma história, e essa história pode ser contada de diferentes pontos de vista. O ponto de vista define quem vai contar essa história, e logo, como essa história vai ser contada. E isso porque, quando você muda o ponto de vista, você muda o jeito de contar a sua história. A gente sabe que quem conta a história é chamado de "narrador", e como a gente vai ver, o narrador pode estar dentro ou fora da história. A gente chama isso de diferentes "focos narrativos", porque eles são narrados de diferentes pontos de vista. Quando o narrador está dentro da história, na maior parte das vezes, essa história vai ser contada na "primeira pessoa", e quando o narrador está fora da história, o texto vai ser narrado na "terceira pessoa". O narrador, no geral, é o intermediador entre a história e o leitor, é quem conta para o leitor as coisas que vão acontecer. Então, ele descreve ambientes, apresenta personagens, e mostra uma sequência de fatos, por exemplo. Vamos ver esse exemplo aqui: "Essa mulher que matou os peixes, infelizmente sou eu. Mas juro a vocês que foi sem querer. Logo eu! que não tenho coragem de matar uma coisa viva! Até deixo de matar uma barata ou outra. Vocês sabem que tive uma guerra danada contra as baratas e quem ganhou nessa guerra fui eu? Eu fiz o seguinte: paguei um dinheiro para um homem que só faz isso na vida: matar baratas". Nesse texto, você consegue ver quem está contando história? O narrador, ou narradora, começa falando dessa mulher que matou os peixes, e nos conta que essa mulher é ela mesma, a própria narradora. A própria personagem é a narradora da história. Se o homem que mata baratas estivesse contando essa história, ele diria, por exemplo: "Fui chamado por uma mulher para matar baratas", e isso ia mudar o ponto de vista da história. Mas, nesse caso, a protagonista da história, que é a mulher que matou os peixes, é também a narradora dessa história. Nesse outro exemplo aqui, eu peguei um texto da mesma escritora, Clarice Lispector. Vamos dar uma lida? "Na rua vazia as pedras vibravam de calor - a cabeça da menina flamejava. Sentada nos degraus de sua casa, ela suportava. Ninguém na rua, só uma pessoa esperando inutilmente no ponto do bonde. E como se não bastasse seu olhar submisso e paciente, o soluço a interrompia de momento a momento, abalando o queixo que se apoiava conformado na mão. Que fazer de uma menina ruiva com soluço? Foi quando se aproximou a sua outra metade neste mundo, um irmão em Grajaú. A possibilidade de comunicação surgiu no ângulo quente da esquina, acompanhando uma senhora, e encarnada na figura de um cão. Era um basset lindo e miserável, doce sob a sua fatalidade. Era um basset ruivo. Lá vinha ele trotando, à frente de sua dona, arrastando seu comprimento. Desprevenido, acostumado, cachorro". E nesse caso, você sabe quem está contando a história? Vamos analisar um pouquinho esse texto. Quando o narrador ou narradora diz "a cabeça da menina flamejava", ele ou ela está falando de outra pessoa. Aqui também fala "Que fazer de uma menina ruiva com soluço?". Ele faz uma pergunta, e a gente não sabe bem quem está pensando isso, se a menina ou o próprio narrador. O narrador sabe o que está acontecendo na cena, e conhece as personagens. Às vezes, parece até conhecer o que elas estão pensando, mas ele, o próprio narrador, não vai aparecer na história, não tem como a gente saber quem está narrando essa história. Então, vamos lá. A narração em primeira pessoa usa os pronomes da primeira pessoa do discurso, "eu" e "nós". Eu do singular, e nós do plural. Esses pronomes são usados porque o narrador vai poder falar do ponto de vista dele, e na maior parte das vezes, ele vai estar participando da história e podendo dar sua própria opinião, ou contar fatos anteriores e também interagir com outros personagens da história, e às vezes até com o leitor. O narrador em terceira pessoa é um pouco diferente. O que ele mais usa para descrever os fatos e falar dos personagens são os pronomes na terceira pessoa, "ele, ela, eles, elas". Ele e ela do singular, e eles e elas do plural. Esse narrador não está dentro da história, então não é muito comum ele ter uma personalidade e dar opiniões pessoais. Ele faz observações gerais sem se colocar como alguém que opina dentro da história. Ele não é um personagem na história. Na terceira pessoa, a gente costuma ver dois tipos de narrador: o "observador" e o "onisciente". O observador conhece a história com a gente, a partir dos fatos que acontecem. E o onisciente conhece tudo, até coisas que aconteceram antes daquela história que está sendo contada, e também os pensamentos dos personagens. Para resumir, gente: o narrador é quem faz a intermediação entre a história e o leitor. A gente tem vários focos narrativos, que mostram diferentes pontos de vista. Tem o foco na primeira pessoa, que é quando o narrador usa bastante o "eu" ou "nós", porque ele normalmente vai estar dentro da história, então vai ser um "narrador personagem" que vai estar participando da história, e ele pode ou não mostrar sua opinião dentro da narrativa. E o narrador na terceira pessoa se refere às personagens como "ele, ela, eles, elas", e ele nunca vai ser um personagem da história, mas a gente pode colocar ele em duas categorias, observador ou onisciente, ou seja, que só observa a história, ou que sabe tudo, inclusive os pensamentos do personagem. Sua vez! Que tal você perceber nas suas leituras quem é o narrador? Se é um personagem, ou se é um narrador neutro, que está só observando? Ou então, use a sua imaginação para fazer a sua própria história: escolha o tipo de narrativa e o tipo de narrador que você quer colocar nela. Bons estudos e até mais!