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Português EF: 4º ano
Curso: Português EF: 4º ano > Unidade 4
Lição 4: Funcionamento da línguaConcordância (verbal e nominal)
Nesta videoaula, apresentamos a concordância verbal e a concordância nominal. Abordamos o que significa o termo “concordância” na língua portuguesa e como podemos usar a concordância ao falar ou escrever. Versão original criada por Carolina Pereira.
Quer participar da conversa?
- eu já ouvi essa música e eu adoro ela(1 voto)
Transcrição de vídeo
RKA12 - Olá, pessoal!
Tudo bom com vocês? Hoje, vamos conversar sobre
concordância nominal e concordância verbal. Vamos entender melhor como isto se dá? Sempre que falamos ou escrevemos,
pensamos nas palavras que usamos, cuidamos para que combinem entre si, e fazemos pequenos ajustes para
que as nossas frases tenham sentido. Vamos começar lendo uma tirinha: — Nossa! Acho que a professora está
tentando me dizer alguma coisa, Marcie. — Que nota você tirou, senhor? — Um D⁻ extraforte! Esta prova
estava difícil. Como você tirou "A"? — Eu vou bem do jeito tradicional...
eu estudo! — Você é esquisita, Marcie. Esta é uma conversa bem-humorada entre
as personagens Marcie e Patty Pimentinha, personagens da história
em quadrinhos "Snoopy". O bom humor vem do fato de Patty Pimentinha estranhar a causa da nota alta de Marcie, que é estudar. Mas existe outro pequeno
detalhe que também é engraçado, uma palavra que é estranha.
Vocês conseguem identificar qual é? Sim, Marcie costuma chamar
sua amiga Patty de "senhor", e isto aparece em diversas
tirinhas com estas personagens. E este estranhamento se torna engraçado.
Mas por que soa estranho? Isto ocorre porque "senhor" é uma palavra do gênero masculino, e foi necessário realizar um pequeno ajuste. Existem palavras que podem ser flexionadas
para os gêneros feminino ou masculino. A todo momento realizamos
ajustes neste sentido. Marcie poderia dizer "senhora",
o que seria um pouco mais adequado. Ainda assim, crianças não costumam se chamar por "senhor" ou "senhora" (algo para pessoas mais velhas). Notem que há outro ajuste na
linguagem da personagem Paty quando ela diz "você é esquisita, Marcie". "Esquisita". Ela não diz "esquisito",
se adequando, portanto, ao nome Marcie. Se pararmos para pensar, fazemos muitos
ajustes na nossa linguagem cotidiana, quase que automaticamente.
Vejam só. A menina usa sapatos
“vermelhas” ou “vermelhos”? Quem respondeu “vermelhos”
(sapatos vermelhos) acertou. “Vermelhos” combina com "sapatos", que está
no plural. E, além disso, é do gênero masculino. Outro exemplo: a menina perdeu sapatos
vermelhos e ficou “chateada” ou “chateado”? Quem teve seu estado de
humor modificado foi a menina, logo, ela ficou "chateada". A menina perdeu sapatos vermelhos
e ficou chateada. Vamos seguir refletindo sobre outras possibilidades
de ajustes entre as palavras vendo outro exemplo. Esta é uma composição de Milton Nascimento, inspirada em um cancioneiro de domínio popular,
que se chama "Peixinhos do mar". Vamos ouvir um trecho? (trecho da música "Peixinhos do mar"
cantada por Milton Nascimento) Você já havia ouvido esta música? A letra desta canção veio da oralidade e foi passada
de pessoa para pessoa, geração para geração, e sua origem vem da cultura popular. Nós falamos no dia a dia
conforme a situação, não é verdade? Cuidamos especialmente da nossa
linguagem em situações mais formais. Vocês acham que a maneira como se
combinaram as palavras na música atende à demanda de uma situação formal? E, por exemplo, se alguém lhe perguntasse no
seu aniversário: "quem lhe deu estes presentes?". Você responderia: "foram meus amigos"
ou "foi meus amigos"? Sim, "foram meus amigos". O verbo que indica a ação precisa
combinar com quem faz a ação. "Foram eles", em vez de "Foi eles". Assim, se fôssemos
reescrever a letra, diríamos: "quem me ensinou a nadar
foram os peixinhos do mar". Mas, assim, o efeito da
música mudaria, não é verdade? Pois o compositor quis se referir ao universo
cultural popular e foi intencional no uso da oralidade. Vamos refletir um pouco sobre outra
situação que exige maior formalidade, como, por exemplo, quando escrevemos
uma carta de reclamação a uma empresa. Aqui, imaginem para qual
empresa vocês estão escrevendo. "Escrevo para falar do meu celular: Já foi duas vez para a
autorizada em menos de seis mes. Estou insatisfeita e quero
que vocês me dê reembolso. (Assinatura e RG)”. Vocês mudariam alguma coisa na carta? Vamos conversar sobre isto? O celular já foi "duas vez"
ou "duas vezes" para a autorizada? Em menos de "seis mes"
ou em menos de "seis meses"? Vamos aqui conversar sobre o que
chamamos de concordância nominal. Estamos falando de um substantivo e dos termos diretamente relacionados a este substantivo. Assim, se nós temos um substantivo, como aqui no nosso exemplo
o substantivo "vezes", nós podemos ter de forma
associada outras palavras. "DUAS vezes", um numeral. "ESTAS vezes", um pronome. "ÀS vezes", um artigo. E "vezes PASSADAS", um adjetivo. Agora, vamos conversar sobre o que
chamamos de concordância verbal, que é nos cuidarmos para que o verbo combine
com o agente da ação (quem faz a ação). Neste trecho, em que diz "quero que vocês
me dê reembolso", o que você mudaria? É uma palavra no plural, logo, seria "que vocês deem reembolso". Agora, é a vez de vocês completarem um texto
com os termos que melhor concordem entre si. Vamos ler um trecho de um verbete de uma enciclopédia que fala sobre Tarsila do Amaral. Vamos começar? "(...) Uma das artistas mais
CONHECIDAS/CONHECIDOS (?) e importantes do movimento das
artes no Brasil chamado Modernismo, Tarsila do Amaral pintou paisagens
RURAL/RURAIS (?) do país, CHEIA/CHEIAS (?) de manacás (arbusto de
flores grandes e PERFUMADA/PERFUMADAS (?)). Também registrou figuras que
MARCOU/MARCARAM (?) sua infância interiorana e retratou criaturas do imaginário brasileiro,
com cores e tons NACIONAL/NACIONAIS (?)". Muito bem, você já fez as suas escolhas? Vamos agora reler? "(...) Uma das artistas mais
CONHECIDAS e importantes do movimento das artes no
Brasil chamado Modernismo, Tarsila do Amaral pintou
paisagens RURAIS do país, CHEIAS de manacás (arbusto de
flores grandes e PERFUMADAS). Também registrou figuras que
MARCARAM sua infância interiorana e retratou criaturas do imaginário
brasileiro, com cores e tons NACIONAIS". Continuem suas análises, conversem com seus amigos, e nos vemos no próximo encontro com novos temas! Até lá!