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Conteúdo principal

Como escrever um texto narrativo?

Nesta videoaula, apresentamos um texto narrativo e exploramos seus elementos. Além disso, o aluno é convidado a refletir sobre a diferença entre textos narrados em primeira pessoa e em terceira pessoa. O objetivo é apresentar os elementos fundamentais para a escrita de um texto narrativo. Versão original criada por Carolina Pereira.

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Transcrição de vídeo

RKA - Olá, pessoal! Tudo bem com vocês? Na aula de hoje iremos aprender sobre como escrever um texto narrativo. Mas antes de começarmos, vocês saberiam explicar o que é um texto narrativo? Podemos dizer que textos narrativos são textos que expõem histórias contadas sobre um acontecimento, incluindo um ou vários personagens. Você se lembra de já ter lido algo parecido? Nas narrativas, podemos atentar sobre como queremos que nossa história seja criada, quem será o narrador, quantos narradores irão existir. Podemos usar de nossa criatividade para criar nosso texto do jeito que quisermos. Podemos também escolher que tipo de narrador irá contar a nossa história. As narrativas podem ser desenvolvidas por meio de um narrador em primeira pessoa ou um narrador em terceira pessoa. O narrador em primeira pessoa é aquele que fala pessoalmente, ou seja, a história que ele irá contar será sobre ele mesmo e, sendo assim, veremos muito o uso do "eu" e verbos conjugados com o "eu" na história. Já o narrador em terceira pessoa é aquele que diz sobre alguém, e não sobre ele mesmo. As narrativas podem incluir todo o tipo de personagem: animais, vegetais, pessoas. Os temas e personagens são de livre escolha para quem irá criar as histórias e a quantidade de personagens que haverá na história dependerá de como ela será criada. É muito importante lembrarmos que as narrativas ocorrem sempre no tempo passado e, por isso, as histórias contam algo que já aconteceu. Em sua estrutura deve-se ter alguns pontos-chaves para que ela seja bem desenvolvida, com começo, meio e fim. Alguns destes pontos são: encontrar um tema para a história com uma trama, criar um bom início, desenvolver essa trama, criar um momento de clímax, ou seja, de tensão, o momento decisivo, e o fim, com a conclusão sobre o que se passou. Por exemplo, vamos analisar uma narrativa em terceira pessoa chamada "Nem tudo que o mestre mandar", escrita por Rosane Pamplona. Xang era um sábio chinês. Seus alunos aceitavam seus ensinamentos sem pestanejar: "Sim, mestre!", "Eu ouço e obedeço, mestre!". Um dia, Xang resolveu fazer uma viagem com três dos seus fiéis alunos. Instalaram-se numa carroça puxada por dois burrinhos e lá se foram. Xang, já velhinho, logo sentiu sono. Tirou as sandálias e pediu aos jovens: "Por favor, me deixem dormir! Fiquem bem quietos!". Dali a pouco, roncava. Na primeira curva do caminho, as sandálias dele rolaram pela estrada. Os discípulos nem se mexeram. Quando o mestre acordou, logo as procurou. "Rolaram pela estrada", disseram. "E vocês não pararam a carroça, não fizeram nada?" "Fizemos sim, senhor. Obedecemos: ficamos bem quietos". "Ai, está bem", conformou-se o mestre. "Mas se eu cochilar de novo, prestem atenção se alguma coisa cair da carroça, ouviram?" "Ouvimos e obedecemos!" Xang cobriu os pés com uma coberta e adormeceu. Entretanto, no balançar da carroça, a coberta deslizou e lá se foi. O mestre acordou com frio. Mas cadê a coberta? Será que... "Escorregou pela estrada", confirmaram os três. "E o que vocês fizeram?" "Fizemos só o que o mestre mandou. Prestamos atenção". "Não!", esbravejou Xang. "Vocês tinham de pegar a coberta de volta! Atenção: se eu dormir e alguma coisa cair da carroça, peçam para parar e PONHAM-O-QUE-CAIU-DE-VOLTA-NA-CARROÇA, entendido?". "PERFEITAMENTE". E a viagem continuou. O mestre foi cabeceando e cochilou. Dali a pouco, os jumentos sentiram necessidade de fazer... suas necessidades. Caíram os cocozinhos pelo caminho. Os discípulos mandaram parar a carroça e, com muito cuidado, foram pondo os fedidos pelotinhos para dentro. Aquela agitação fez Xang acordar. Nossa, que cheirinho! "Esperem! O que estão fazendo?" "Apenas obedecendo", juraram os três. "Pondo de volta o que caiu da carroça". "Não, mas isso não!". Ai, com aquelas cabeças-duras, só mesmo muita paciência: "Está bem, vamos começar de novo. Vou fazer uma lista de tudo o que há na carroça. Se algo cair, verifiquem se está nela. Se não estiver, não peguem de volta, certo?" "Somos pura obediência, ó, mestre!" Xang escreveu a lista. Que canseira! Mas agora podia dormir tranquilo... E a carroça subiu uma estradinha íngreme... Numa curva mais fechada, ops, quem é que caiu dessa vez? O mestre! Ele escorregou e se foi ribanceira abaixo. "Socorro!", gritou, "Venham me pegar!" Graças aos céus, ele conseguiu se agarrar numa raiz do barranco. "Ei, o que estão esperando? Me ajudem!", chamou. Mas os discípulos, imperturbáveis, consultavam a lista. "Seu nome não está aqui", explicaram, "Não podemos pegá-lo, ó, mestre!". Não teve jeito: Xang, com muito esforço, subiu o barranco e voltou para a carroça. Mas não dormiu mais... Nesta narrativa, vemos a história de um mestre e seus discípulos muito obedientes. O que acharam? Nesta história, vemos que existem algumas ferramentas para que ela possa ser concluída com sentido. Para que isso aconteça, a história precisa ter um começo, com a apresentação da trama, o meio, com o desenvolvimento desta trama, o clímax, que pode ser o ápice ou um momento estratégico na história, e o fim, com a conclusão da história por meio da resolução, ou não, daquela questão. No início da história, ficamos sabendo que o mestre era muito respeitado por seus discípulos, que seguiam todas as suas ordens. Logo em seguida, vemos que irá iniciar o desenvolvimento da história, quando se menciona que o mestre Xang resolve fazer uma viagem com três de seus alunos. Com a leitura, percebemos o que ocorreu na viagem. Vemos que vários mal-entendidos ocorreram entre Xang e seus alunos extremamente obedientes. Todas as ordens do mestre eram interpretadas de forma literal e o que acontecia e não fizesse parte da ordem dada por ele, como pegar as sandálias que rolaram para fora da carroça, não eram levadas em consideração. Até que, em certo momento, o mestre faz uma lista sobre as coisas que estão dentro da carroça e, caso caiam da carroça, deve-se pegar. Acontece que o mestre não se incluiu na lista e é neste exato momento que o mestre é jogado para fora após a subida de uma estradinha íngreme. Mas, por seu nome não estar na lista, seus discípulos não o ajudam. Será que o mestre ficou bravo? Nesta narrativa, podemos claramente delimitar o início, com uma fala sobre o mestre e seus discípulos, o desenvolvimento, com a explicação dos mal-entendidos, o clímax, com a queda do mestre e a falta de ajuda por seus discípulos, e o fim, com o mestre Xang voltando para a carroça sozinho e não dormindo mais. Vemos, por meio dessa obra, como precisamos ter estes pontos bem delimitados para que nossa narrativa faça sentido. E você, já pensou em algo para escrever? Que tal criar sua própria narrativa? Não deixe de atentar para como as narrativas são criadas, de modo a aprender cada vez mais sobre como escrever um texto narrativo. Ótimas leituras e produções e até a próxima!