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Gênero textual: tipos de conto

Nesta videoaula, apresentamos informações sobre o gênero conto. Serão abordados alguns tipos de contos existentes, com destaque para os contos populares e os contos de terror. Versão original criada por Khan Academy.

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Transcrição de vídeo

RKA12 - Hoje, a gente vai falar sobre contos. Tem muitas formas de contar histórias: através da escrita, de produções audiovisuais ou até através da oralidade. Antes de existir a escrita, as histórias já eram passadas de geração em geração através da oralidade. Fáceis de lembrar e de contar para os amigos e para a família, os contos permaneceram até hoje como histórias curtas. E alguns deles podem ser muito antigos, porque chegaram até nós através da nossa cultura oral. Então, normalmente, ele só vai possuir um conflito a ser resolvido. Essa resolução pode ser de uma forma boa ou não. Além disso, os contos também normalmente possuem poucos personagens, um espaço ou um cenário limitado, e um recorte de tempo reduzido. É sempre legal perceber quem são os personagens, onde essa história está se passando (às vezes, é só uma sala, um quarto, um jardim, mas o lugar em que esses personagens estão interagindo), e também qual é o conflito da história (às vezes, pode ser um conflito bem complexo ou então só o pensamento de um personagem que precisa de uma conclusão). Identificar tudo isto ajuda a gente a entender melhor a história. Existem também diferentes tipos de contos. Você já deve ter ouvido falar no conto de fada. Também existem os contos maravilhosos, também chamados de fantásticos. Tem os contos de terror e os contos populares. Os contos de fada são marcados pela existência da mágica na história. Os personagens podem ser fadas, gnomos, rainhas, reis, bruxas. São as famosas histórias que começam com "era uma vez". Isso também quer dizer que a época é indeterminada, mas, normalmente, elas acontecem em um passado medieval. Alguns exemplos de contos de fadas são “Cinderela” e “O Príncipe Sapo”. Já os contos de terror envolvem o sobrenatural, o que não é a mesma coisa que magia. Nos contos de fada, a magia é conhecida pelos personagens. Ninguém acha aquilo esquisito. Já nos contos de terror o que é além do natural assusta as pessoas. Essas histórias podem ter, por exemplo, lobisomens, vampiros, fantasmas... e os personagens se assustam com essas coisas fora do normal. Esse tipo de conto pode até dar medo em quem está lendo, e também, às vezes, não vai ter um final feliz. Alguns exemplos de contos de terror são "A máscara da Morte Rubra", de Edgar Allan Poe, e "A Morta", de Guy de Maupassant. O conto fantástico ou maravilhoso envolve o absurdo das coisas. As personagens podem até ser do nosso mundo, vivendo a vida comum que conhecemos, mas, em algum momento, coisas impossíveis na nossa realidade começam a acontecer, mais ou menos como se fosse um sonho. Mas, diferente dos contos de terror, os contos fantásticos ou maravilhosos não costumam dar medo. Alguns contos fantásticos que você pode procurar são "O Espelho", de Machado de Assis, e também "O Homem de Areia", de Ernst Theodor Amadeus Hoffmann. Contos populares. Estes contos são os que mais estão relacionados com a nossa narrativa oral. Passaram de geração em geração e podem ter muito a ver com a cultura de um povo. Estes contos também, muitas vezes, não têm um autor definido, porque foram tão popularizados que ninguém mais sabe quem contou esta história pela primeira vez. Normalmente, eles vêm em uma linguagem mais informal e podem incluir elementos dos outros tipos de contos também. Alguns contos populares: "O Saci" e "Dois Cegos Briguentos". Agora, vamos ver o exemplo de um conto popular: "O Sapo e a Onça". "Tudo começou quando, certo dia, a onça encontrou o sapo num charco, também chamado no Brasil de igapó. A onça estava furiosa desde que lhe haviam roubado o fogo e não queria conversa com ninguém, muito menos com um reles sapo. — Bom dia, dona onça - disse o sapo. A onça estava com muita raiva, disposta a abocanhar qualquer um que se atravessasse no seu caminho, e só não engoliu o sapo por achá-lo muito asqueroso. — Como ousa dirigir a palavra a mim, ser repugnante e desprezível? - rosnou ela. — Meu amigo, tudo é questão de opinião - respondeu o sapo, fleumaticamente. — As sapinhas não me acham nada repugnante, e não conheço ninguém que me despreze. — Pois eu o desprezo! — Por favor, não banque a tola. Se me desprezasse, não estaria aí me ofendendo. Diante disso, a onça ficou ainda mais furiosa. — Desprezível, sim! Quem olha para você com respeito? Ninguém! — Todos me respeitam. Meu grito, por exemplo, é o que infunde mais terror em toda a floresta. Pela primeira vez, desde que lhe haviam surrupiado o fogo, a onça arreganhou os dentes sem ser de raiva e despejou uma gargalhada. — Ria e o mundo rirá contigo - disse o sapo, superiormente. — Quer dizer que o seu rugido é o mais apavorante da floresta? - disse a onça, após recuperar o fôlego. — Pois esta eu pago para ver! Então a onça trepou numa pedra e lançou aos ares o seu urro mais tétrico e desafiador. Instantaneamente, uma algazarra de coisas, fugindo por terra, céu e água, agitou a floresta. Foi tamanha balbúrdia que, durante cerca de cinco minutos, só se escutou o eco horrendo da fera e das criaturas se atropelando na fuga. Somente quando o último eco do seu grito se desfez no ar a onça desceu lentamente do seu pedestal de glória. Sua cabeça estava erguida, e um brilho insuportável de soberba fazia com que suas pupilas amarelas cuspissem faíscas de regozijo. Então foi a vez de o sapo demonstrar o poder da sua voz. Depois que a onça abandonara o seu posto, o sapo galgou num pulo a pedra, encarapitando-se no topo. — Muito bem, agora o urro do sapo! – anunciou ele, como um mestre balofo de cerimônias. O ruído do riso da onça obrigou o sapo a aguardar alguns instantes. Somente quando tudo fez silêncio outra vez foi que o sapo encheu bem o papo até torná-lo translúcido e arremessou, finalmente, o seu coaxar rouco de sapo. Então, aconteceu uma espécie de reverberação total, como se alguém tivesse espalhado pela selva inteira milhares de caixas de som amplificadas ao máximo. As árvores tremeram desde as raízes até as folhas, enquanto o solo chacoalhava. Incapaz de suportar a zoeira terrificante, a onça levou as duas patas às orelhas, tentando suportar dignamente aquele coaxar colossal. Mas, quando viu que não podia mais suportar, atirou tudo para cima e tratou de dar no pé. — Ei, espere! - gritou o sapo do alto da pedra. — Quer apostar como sou também mais veloz? Mas a onça já não escutava mais nada, desaparecida que estava nas brenhas da mata. Só então o sapo lançou um segundo coaxar, que foi a ordem expressa para cessarem todos os outros, já que, na verdade, não só ele havia gritado, mas todos os outros sapos e assemelhados da floresta, tais como as jias, as rãs, as pererecas, os cururus e o restante da valorosa dinastia dos seres coaxantes”. Neste conto, os personagens principais são a onça e o sapo, e deu para perceber, pela história, que os dois estão no meio da mata, e o conflito da história é quando os dois vão disputar quem tem o rugido mais amedrontador da floresta. E este conflito se resolve com o sapo enganando a onça, fazendo-a pensar que aquele coaxar tão poderoso era só dele. Para resumir: os contos são histórias muito curtas e surgiram da prática oral de se contar histórias. Desta prática, nasceram os contos populares e também outros subgêneros de contos. Por exemplo, os de terror, os contos de fadas, os contos maravilhosos, e vários outros tipos. Para entender melhor o conto, e qualquer outra história que você leia, é legal perceber sobre quem você está lendo, onde essa história está se passando e também qual é o conflito a ser resolvido. Sua vez! Qual tipo de conto você ficou com mais vontade de ler? Que tal você buscar um conto desse subgênero, lê-lo, e contar para os seus amigos sobre ele? Ou, ainda, ler alguns contos e indicar o seu preferido para alguém de quem você goste. Quem sabe depois de um tempo você não possa escrever o seu próprio conto? Bons estudos e até mais!