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Figuras de linguagem: metonímia

Nesta videoaula, apresentamos informações sobre a figura de linguagem metonímia. Além do conceito, ensinamos a identificá-la e interpretar os sentidos que ela traz para os textos em que aparece. Versão original criada por Khan Academy.

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Transcrição de vídeo

RKA12 Olá! Tudo bem? Neste vídeo, estudaremos o uso da figura de linguagem conhecida como metonímia. Tome um copo de água e venha comigo que eu vou lhe explicar que já usamos uma metonímia. Mas antes, o que são figuras de linguagem? As figuras de linguagem são recursos linguísticos a que os autores recorrem para tornar a linguagem mais rica e expressiva. Esses recursos exprimem também um pensamento de modo original e criativo, exploram o sentido não literal das palavras, realçam a sonoridade de vocábulos e frases e até mesmo organizam orações, afastando-as de algum modo de uma estrutura gramatical padrão, a fim de dar destaque a algum dos seus elementos. A aula de hoje é dedicada ao estudo da metonímia. Metonímia significa mudança de nome. Quando eu disse no comecinho da aula "tome um copo de água", certamente, você bebeu o líquido, e não engoliu o recipiente em que a água estava. Assim espero! Ao construir a frase desta forma, minha intenção foi falar da água, mas dando ênfase ao recipiente, a uma certa quantidade que você está acostumado a consumir. O que aconteceu aqui foi uma troca de palavras. Não por serem sinônimas, mas pelo fato de água e copo manterem uma relação de sentido entre si, um termo chama o outro. Eis a metonímia! Assim, ela é empregada na literatura, em músicas e no dia a dia quando queremos usar uma palavra ou expressão no lugar de outra para criar um efeito diferente. Tenho certeza de que você sabe usar metonímias. Vamos ver exemplos de diferentes fontes para ilustrar e facilitar o entendimento. Este primeiro exemplo é literário: "Podia-se afiançar que nem um dos autores nacionais ou nacionalizados de 80 pra lá faltava nas estantes do major". Policarpo Quaresma, nacionalista ufanista, nunca expôs os autores literários na estante, mas, sim, os livros escritos por eles. Percebeu a relação de sentido próximo entre as expressões? O mesmo ocorre se eu lhe perguntar: você já leu Lima Barreto? Aqui representamos a obra pelo autor. Mais um exemplo da literatura: "Segundo um filósofo grego que viveu há mais de dois mil anos, a filosofia surgiu da capacidade que os homens têm de se surpreender. O homem acha tão estranho viver, que as perguntas filosóficas surgem por si mesmas". Que homem é esse? Nenhum em específico. É toda a humanidade que está representada pelo substantivo no singular. Assim, quando nos vemos como homens, nos identificamos com a reflexão proposta pelo autor. Fazemos a mesma coisa quando dizemos que "o homem destrói o planeta". Não estamos excluindo as mulheres do grupo de indivíduos nocivos ao planeta, mas estamos enfatizando que a espécie humana age de forma destrutiva. Representamos a espécie pelo indivíduo. Em uma estrofe do belo "Poema de sete faces" de Carlos Drummond de Andrade lemos: "O bonde passa cheio de pernas Pernas brancas pretas amarelas Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração Porém meus olhos Não perguntam nada". O bonde, antigo meio de transporte público, não era fechado como um ônibus por exemplo. Assim, era possível ver o corpo das pessoas que nele viajavam. Quando Drummond enfatiza as pernas, em nenhum momento ele quis dizer que o bonde se movimenta com pernas, muito menos que no vagão havia apenas pernas jogadas, mas que havia muitas pessoas no bonde. Ele usou uma parte representando todo o corpo. Se ele estivesse vivo, escreveria que o ônibus passa cheio de cabeças, já que hoje só temos a possibilidade de ver os passageiros pelas janelas de vidro. Entendeu? Viu como não simplesmente trocamos uma palavra por seu sinônimo, mas enfatizamos uma ideia utilizando outro termo que se relaciona quanto ao sentido com ela? A música também explora este recurso. Vou recitar um trecho de Luan Santana: "Te dei o sol Te dei o mar Pra ganhar seu coração". A letra não trata de doação de órgãos. No caso, o coração. Mas simboliza por meio de uma parte que está se entregando todo à pessoa amada. Assim, podemos definir metonímia: é o emprego de uma palavra no lugar de outra com a qual ela possui uma relação de proximidade. A troca das palavras é feita respeitando-se uma relação objetiva que há entre elas, uma clara associação de ideias que é facilmente percebida. Vamos ver outros exemplos para deixar o conceito mais claro? Vem comigo! "O atleta só queria o ouro naquela prova." O ouro representa a medalha de ouro. Aqui, usamos a matéria no lugar do objeto. "Tirou um chiclete do bolso e começou a mascá-lo." Você nem deve ter ideia de que a palavra chiclete se originou de uma marca específica de goma de mascar. O mesmo acontece quando você tira um xerox de um documento. A fotocópia, nome do processo, foi substituída de tão famosa que a marca ficou. Quantos outros exemplos de marcas que substituem produtos você consegue lembrar? Mais outro exemplo: "Vamos passar no Carlos antes de voltarmos para casa." Carlos substitui a casa do Carlos. Exemplos assim você deve ouvir com frequência, não é mesmo? Aqui enfatizamos o proprietário em vez da propriedade. Está entendendo como a metonímia faz parte do nosso dia a dia? As pessoas mais velhas frequentemente dizem aos mais jovens: "Respeite meus cabelos brancos". “Cabelos brancos” simboliza uma idade avançada. Aqui, enfatizamos a consequência no lugar da causa. E temos mais este exemplo aqui: "O artista foi cercado por microfones e câmeras". Microfones e câmeras simbolizam jornalistas e cinegrafistas, ou até mesmo fotógrafos. Neste caso, chamamos a atenção para os instrumentos em vez dos agentes que os utilizam. Ficou claro? Então, resumindo a aula de hoje: vimos que a metonímia é uma figura que usamos para substituir um termo por outro, com o qual se estabelece uma relação de sentido que determinamos facilmente. É também uma forma de enfatizar uma ideia. E é usada na literatura principalmente, mas também em músicas e no dia a dia. Bons estudos e até a próxima aula! Tchau!