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Português EF: 6º ano
Curso: Português EF: 6º ano > Unidade 2
Lição 5: QuadrinhosGênero textual: mangás e outras histórias em quadrinhos
Nesta videoaula, serão apresentadas informações sobre o gênero mangá e outros tipos de histórias contadas em quadrinhos (como tirinhas, HQs e graphic novels, por exemplo). Versão original criada por Khan Academy.
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Transcrição de vídeo
RKA12 - Hoje, a gente vai falar sobre o mangá. O mangá é um tipo de história em
quadrinhos, que é um gênero narrativo. Ou seja, conta uma história,
só que por meio de desenhos. Conduz a narrativa através da
composição dos quadros e dos desenhos. Os diálogos são feitos por meio de balões e
as descrições sonoras por meio de onomatopeias. Também tem outras ferramentas que podem ser
usadas para dar mais expressividade à história, como a escolha de cores, o tamanho das coisas,
perspectiva, entre outros recursos visuais. Mangá é como a gente chama as
histórias em quadrinhos japonesas, e elas surgiram da tradição
do teatro de sombras, que era um jeito de disseminar
lendas e mitos da cultura japonesa. Mais tarde, essas lendas foram
escritas no papel e também desenhadas. Um mangá bem famoso é o
"Naruto", do Masashi Kishimoto. Você já deve ter visto na TV ou no computador
porque ele também virou um desenho animado, que a gente chama de anime
(quando é um desenho animado japonês). O mangá do Naruto durou
desde 1999 até 2014. Então, tem bastante coisa
para ler se você gostar. Ele fala sobre o mundo ninja e o personagem principal dessa
história é esse menino chamado Naruto, que mora em uma vila
chamada Vila da Folha, e ele tem o sonho de se tornar Hokage,
que é o maior cargo de liderança da vila. Para ler este trecho de "Naruto", a gente só
tem que saber que o sentido da leitura no Brasil é de cima para baixo e
da esquerda para a direita. Só que a leitura japonesa
é um pouquinho diferente. Também é de cima para baixo,
só que é da direita para a esquerda. Vamos tentar ler este mangá? "Hokage-sama!!!" "O que? Naruto está
causando problemas de novo?" "Sim!! Naruto está profanando
o monumento Hokage". "E desta vez, com tinta!!" "Ahhhh..." Perceba que as onomatopeias não
são traduzidas para o português. No japonês, e ainda mais nas histórias em quadrinhos,
o próprio formato delas traz significado, então o peso visual
delas também é importante. Aqui a gente pode ver que algumas
coisas são explicadas no rodapé, para poder contextualizar alguma
palavra ou alguma expressão. Continuando: "Hey! Pare de causar problemas!!!". "Pare de fazer isso sempre!!". "Você vai pagar por isso!!" "Olhe tudo isso..." "Calem a boca, idiotas!!! Nenhum de
vocês poderia ter feito algo tão horrível. Mas eu sim!!! Eu sou incrível!!!". "Droga... o que este idiota está fazendo?". "Até no meu rosto..." "Hokage-sama". "Uhu?"
"Terceiro Hokage-sama, me desculpe por isso". "Oh! Iruka". "O que inferno você está fazendo durante o
horário de aula?!! Desça daí, seu idiota!!!". "Droga, é o Iruka-Sensei". Conseguiu entender a direção da leitura? O que você achou? Ficou com vontade de continuar a ler este mangá? Gostou do desenho? Estas são só as primeiras páginas
do primeiro volume de "Naruto". Também pode comprar nas bancas
de jornal se você se interessar. Como vimos, as histórias em
quadrinhos são narrativas visuais, e, nelas, a imagem tem um
papel de passar uma mensagem, assim contando uma
boa parte da história. Normalmente, o papel do narrador
nessas narrativas vai ser um pouco menor. E, às vezes, ele nem existe. Até tem algumas histórias em quadrinhos com
o narrador contando o que está acontecendo, mas o que é mais comum é o
diálogo entre os personagens e um grande uso dos recursos visuais. A gente viu alguns deles: o balão de fala, por exemplo, a composição da página,
os próprios quadrinhos, as onomatopeias que podem também
vir acompanhadas de balões, e o uso das cores. Os balões podem indicar
o tom de voz da personagem. No “Naruto”, a gente viu
que tem uns balões assim. Quer dizer que os
personagens estavam gritando. Naquele caso, porque
eles estavam bravos, mas pode ser por medo também, ou qualquer
outro motivo que faça a pessoa gritar. A gente pode representar no balão um
cochicho fazendo um balãozinho tracejado, porque a linha deste jeito não fica tão forte,
então a gente associa também a uma fala mais baixa. Também tem o balão neutro, mas você pode expressar
qualquer emoção que você quiser por meio dos balões. Basta usar a criatividade. Claro que nem sempre
vai estar muito óbvio, por isso a gente tem que prestar
atenção sempre no contexto da história. A composição das imagens também ajuda a
gente a entender e a contar melhor a história. Por exemplo, por meio do
tamanho de um desenho. Se ele for muito grande, ele pode
ser mais importante para o enredo. Se ele for menor, talvez ele
não seja tão importante assim. Nos quadrinhos, também é muito normal
a gente brincar com a noção de tempo, porque cada quadro indica
um momento da história. Se eu quero representar um movimento rápido,
é normal que eu use poucos quadros para isso, porque o movimento
aconteceu em pouco tempo. Por exemplo, uma pessoa
pulando de um prédio a outro. Eu posso representar
isso em dois quadros. [Em] Um, ela saltando de um prédio.
No outro, ela aterrissando no outro prédio. Se eu quiser representar um movimento mais lento,
ou só dar mais atenção para esse movimento, eu posso usar vários quadros
para mostrar ele acontecendo. Uma pessoa, por exemplo, tentando aproximar a
mão de uma borboleta com cuidado e delicadeza. Eu posso usar vários quadros para representar que
isto está acontecendo em uma velocidade menor. Ou seja, o movimento é mais lento, então eu uso vários quadros para mostrar
que aquele momento demorou para passar. As onomatopeias são os
efeitos sonoros dos quadrinhos e ajudam a ambientalizar
a gente no cenário. Nos livros, a gente pode
descrever os sons que acontecem. Nas histórias em quadrinhos, a gente busca
representar por meio das onomatopeias. Pode ser o som de uma bomba, de uma
ambulância, de algum animal, de um carro. E o que agrega mais significado
a elas é o formato que elas tomam. É uma escrita diferente do
texto comum dos diálogos. Nas histórias em quadrinhos, a gente
também pode usar a cor como expressão, mas os mangás, no geral,
são preto e branco. Então, a gente usa sombras para dar
mais ou menos contraste ao desenho, e também as hachuras. É uma técnica que cria o efeito de sombra por
meio do desenho de linhas paralelas bem próximas, ou, às vezes, linhas cruzadas. As hachuras e as sombras criam
a ilusão de volume no desenho e também dão mais textura a ele, trazendo mais
expressividade à história que você está lendo. A gente viu aqui sobre os mangás, mas
existem vários outros tipos de quadrinhos. A gente tem, por exemplo, a novela gráfica. É uma história fechada, que
começa e termina naquele livro. Tem os gibis, que normalmente
vêm no formato de revistinha. "Turma da Mônica" é um deles. Os comics americanos, que
também vêm em formato de revista. O "Super-Homem" e o "Batman", por exemplo. E a gente tem também as tirinhas soltas,
que a gente encontra mais em revistas, jornais. Hoje em dia, com a internet,
surgiram os webcomics, que são quadrinhos que estão disponíveis
apenas nos blogs ou nas redes sociais do autor. Para resumir, pessoal, o mangá é um tipo de
história em quadrinhos que se origina no Japão. A leitura é sempre da
direita para a esquerda, diferente do que a gente está
acostumado aqui no Brasil. E, assim como as outras
histórias em quadrinhos, também usa recursos visuais
para poder contar a história, como balões, a composição
das imagens, onomatopeias, cor, contraste e sombras também. Lembre que o mangá,
normalmente, é preto e branco, e as hachuras ajudam a dar mais expressão
para o traço e mais dramaticidade para a história. E, normalmente, o mangá é uma
série, ou seja, tem vários volumes. Sua vez! Que tal você procurar um
mangá que te interesse e começar a ler? Lembre que você pode comprar os volumes
na banca de jornal, por exemplo, ou então simplesmente ler on-line. Depois de ler alguns mangás, por que você não
tenta desenhar a sua própria história em quadrinhos? Bons estudos e até mais!