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Como escrever uma narrativa

Nesta videoaula, apresentamos orientações sobre como escrever um texto narrativo. Para tanto, serão abordados os elementos da narrativa, tempos verbais no passado, modos de iniciar uma história e tipos de discurso (direto e indireto). Versão original criada por Khan Academy.

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Transcrição de vídeo

RKA12MC - Olá! Você gosta de ler? Gosta de ouvir e de contar histórias? As histórias estimulam nossa criatividade, nos levam para outros mundos, outras épocas, permitem que a gente se veja em diferentes papéis. Nesta aula, nós vamos falar sobre histórias. Nós vamos falar sobre a narrativa e os elementos fundamentais para a construção de uma narrativa. Vamos lá? Toda narrativa tem elementos-chave. O enredo, por exemplo (a história, o que está acontecendo). Os personagens (quem faz a história acontecer). Também fazem parte o tempo em que essa história acontece, o cenário em que a história acontece (o espaço em que a narrativa se dá), o conflito (o problema que gera toda a história), e o narrador (quem conta a história). Aliás, às vezes, o narrador é também a personagem. E a gente precisa ficar atento a isso. Em outros momentos, o tempo é indeterminado, a gente nem sabe muito bem quando a história está acontecendo. Quando criamos uma história, estes elementos todos precisam ser combinados. Para quê? Para que os leitores ou as pessoas que vão ouvir essa história, ou saber a respeito dela, possam embarcar na história, possam acompanhar o enredo, entender as implicações do conflito, torcer pelos personagens. Com isso, elas poderão aproveitar ao máximo o poder do conhecimento e da imaginação. Bom, há jeitos e jeitos de começar uma história. O mais importante é que o jeito escolhido seja interessante o bastante para prender a atenção do leitor que a está ouvindo. A história tem que despertar o interesse. Eu tenho aqui alguns exemplos para mostrar para você. Vamos lá? Olha só. No livro "A fantástica fábrica de chocolate", por exemplo, a história começa com uma simples descrição das personagens. Veja aqui: "Estes dois velhinhos são o pai e a mãe do senhor Bucket. Chamam-se Vovô José e Vovó Josefina". Simples, não é? Mas, no livro "Alice no país das maravilhas", o jeito escolhido para chamar a atenção e despertar o interesse do leitor é diferente: "Alice já começava a se cansar de ficar sentada à margem do rio, ao lado da irmã, sem ter o que fazer". Ele não começa descrevendo personagens, ele começa descrevendo uma situação. A escritora Clarice Lispector começa assim um de seus livros: "Esta mulher que matou os peixes infelizmente sou eu. Mas juro a vocês que foi sem querer. Logo eu! que não tenho coragem de matar uma coisa viva!". Puxa! Só neste trecho já sabemos que a narradora é também a personagem, e que ela vive um grande conflito porque, mesmo que nunca quisesse ter feito mal a nada ou a ninguém, ela foi responsável pela morte de uns peixes. O tempo ainda não está claro. Também não está claro o cenário. Mas, mesmo assim, a gente quer saber quem é essa mulher, a gente quer saber por que ela matou os peixes, por que será que isso aconteceu, onde é que foi, por que ela teria agido dessa forma. Enfim, o início da história já incentiva a nossa imaginação, e isso é que é importante em uma narrativa. Estes textos que eu mostrei para vocês têm jeitos diferentes de incentivar a nossa leitura. Agora, outra coisa que é muito importante a gente estudar em uma narrativa são os tempos verbais que acontecem na narrativa. Olha, em Alice, a gente diz assim: "Alice já começava a se cansar de ficar sentada". "A mulher que matou os peixes infelizmente sou eu". Começava, matou. [Você] Percebe que os dois verbos estão no passado, mas que tem uma diferença entre eles? Alice "começava". Ela começou no passado, mas ainda não acabou. A mulher "matou". Começou no passado, mas no tempo da narrativa a ação já se encerrou. No primeiro exemplo, nós temos o pretérito imperfeito: começava. No segundo exemplo, em que a ação já se encerrou, nós temos o pretérito perfeito: matou. Veja só que interessante e que importante, hein?! Os tempos verbais ajudam a entender melhor todo o tempo da narrativa. O que estaria acontecendo? O que já aconteceu? O que vai acontecer ainda? Além do tempo da narrativa, outra coisa muito importante de que a gente tem que falar é sempre sobre quem fala. Será o personagem ou será o narrador? Olha só. Se o Vovô José, por exemplo, dissesse "boa noite" à Vovó Josefina, o autor poderia escrever isto de duas formas: "— Boa noite, Josefina! disse Vovô José." ou "Vovô José disse boa noite à Vovó Josefina". A informação é a mesma, mas o jeito de contá-la é bem diferente. Veja só. No primeiro caso, é o Vovô José quem fala, é a personagem. Portanto, isto se reflete no que a gente chama de discurso direto. No segundo caso, é o narrador que conta o que Vovô José disse. Neste caso, nós temos o discurso indireto. São muitas coisas para aprender quando a gente pensa em uma narrativa, não é verdade? Puxa vida, a gente viu tanta coisa interessante agora! Olha só, vamos repassar isto aqui. Uma narrativa sempre tem elementos: o enredo, o conflito, as personagens, o tempo, o cenário, o narrador. Uma narrativa tem que se preocupar com os tempos verbais. E uma narrativa tem que se preocupar com o discurso. Mas, agora que você já sabe tudo isso sobre narrativas, que tal ir fazer as suas também? Histórias de aventura, histórias de mistério... olha, tem muita coisa que você pode fazer! Eu espero que você tenha gostado da aula e a gente se encontra na próxima vez. Até já!