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Português EF: 6º ano
Curso: Português EF: 6º ano > Unidade 2
Lição 2: Textos narrativos- Como escrever uma narrativa
- Gênero textual: tipos de conto
- Tipos de conto (contos populares e contos de terror)
- Narrativas de aventura
- Leitura e interpretação de narrativas de aventura
- Gênero textual: mitos
- Gênero textual: lendas (brasileiras, indígenas e africanas)
- Mitos e lendas
- Gênero textual: crônica
- Gênero textual: crônica
- Gênero textual: biografia e autobiografia
- Biografia e autobiografia
- O foco narrativo em uma história
- Foco narrativo
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Gênero textual: crônica
Nesta videoaula, serão apresentadas informações sobre o gênero jornalístico-literário crônica. Versão original criada por Khan Academy.
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RKA2G - Bom dia, boa tarde, boa noite, pessoal! Hoje a gente vai falar sobre a crônica. Me fala uma coisa: você pensa muito na sua vida? Reflete sobre o seu dia a dia,
sobre as situações que você passa? E onde isso acontece? Será que é no ônibus, olhando pela janela,
vendo a paisagem? Será que é antes de dormir? Quando você deita a cabeça no travesseiro, você pensa sobre o dia que você teve, sobre as pessoas que você viu? Quem sabe até quando era para você
estar prestando atenção em alguma coisa e acaba se distraindo? Vamos ler esta crônica, da Martha Medeiros. "O Medo de Errar" "A gente é a soma das nossas decisões. É uma frase da qual sempre gostei, mas lembrei dela outro dia num local inusitado:
dentro do supermercado. Comprar maionese, band-aid e iogurte,
por exemplo, hoje requer expertise. Tem maionese tradicional, light, premium, com leite, com ômega 3, com limão, com ovos 'free range'. Band-aid, há de todos os formatos e tamanhos, nas versões transparente, extratransparente,
colorido, temático, flexível. Absorvente com aba e sem aba, com perfume e sem perfume, cobertura seca ou suave. Creme dental contra o amarelamento, contra o tártaro, contra o mau hálito, contra cárie, contra as bactérias. É o melhor dos mundos: aumentou a diversificação. E com ela, o medo de errar. Assim como antes era mais fácil fazer compras,
também era mais fácil viver. Para ser feliz, bastava estudar
(magistério para as moças), fazer uma faculdade
(Medicina, Engenharia ou Direito para os rapazes), casar (com o sexo oposto),
ter filhos (no mínimo dois) e manter a família estruturada até o fim dos dias. Era a maionese tradicional. Hoje, existem várias 'marcas' de felicidade. Casar, não casar, juntar, ficar, separar. Homem com mulher, homem com homem,
mulher com mulher. Ter filhos biológicos, adotar, inseminação artificial,
barriga de aluguel - ou simplesmente não tê-los. Fazer intercâmbio, abrir o próprio negócio,
tentar um concurso público, entrar para a faculdade. Mas estudar o quê? Só de cursos técnicos, profissionalizantes
e universitários, há centenas. Computação Gráfica ou Informática Biomédica? Editoração ou Ciências Moleculares? Moda, Geofísica ou Engenharia de Petróleo? A vida padronizada podia ser menos estimulante,
mas oferecia mais segurança, era fácil "acertar" e se sentir um adulto. Já a expansão de ofertas tornou tudo mais empolgante, só que incentivou a infantilização: sem saber ao certo o que é melhor
para si, surgiu o medo de crescer. Todos parecem ter 10 anos menos. Quem tem 17, age como se tivesse 7. Quem tem 28, parece ter 18. Quem tem 39, vive como se fossem 29. Quem tem 40, 50, 60, mesma coisa. Por um lado, é ótimo ter
um espírito jovial e a aparência idem, mas até quando se pode adiar a maturidade? Só nos tornamos verdadeiramente adultos
quando perdemos o medo de errar. Não somos apenas a soma das nossas escolhas,
mas também das nossas renúncias. Crescer é tomar decisões e, depois,
conviver pacificamente com a dúvida. Adolescentes prorrogam suas escolhas
porque querem ter certeza absoluta - errar lhes parece a morte. Adultos sabem que nunca
terão certeza absoluta de nada, e sabem também que só a morte física é definitiva. Já 'morreram' diante de fracassos e frustrações,
e voltaram pra vida. Ao entender que é normal morrer várias vezes
numa única existência, perdemos o medo - e finalmente crescemos." No texto, a autora reflete um pouco
sobre as nossas decisões e como, hoje em dia, a gente tem muito mais opção
do que tinha antigamente. Ela tenta olhar o lado bom disso, mas também faz uma crítica sobre as pessoas
estarem demorando mais para amadurecer. Ela até chega a uma conclusão, mas tem um pensamento
bem extenso sobre essa opinião dela. E, para pensar sobre isso, ela parte
de um fato cotidiano: a compra dos produtos no supermercado. Você concorda com a opinião da autora? Às vezes, a gente está fazendo
uma atividade do nosso dia a dia acaba pensando sobre ela e relacionando
com outras questões da nossa vida. Quando a gente expressa isso em um texto,
a gente chama ele de crônica. Vamos tentar entender
um pouco melhor o que é a crônica? A crônica é um gênero textual e o tema sempre vai ser alguma coisa do nosso cotidiano, mas acompanhada de uma reflexão. Ou seja, a crônica é uma narrativa, mas que traz também muito dos pensamentos
do personagem ou do narrador. E o foco, normalmente é mais sobre as questões levantadas nesses pensamentos do que sobre a história em si. No texto que a gente leu, o foco era mais pensar
sobre o amadurecimento das pessoas hoje em dia do que as compras no supermercado, mas,
mesmo assim, essas questões vão estar relacionadas. Vamos ver agora outras características da crônica. A liniguagem deste gênero
vai ser mais simples, mais coloquial. Faz sentido, porque é assim
que a gente fala no cotidiano. Por isso, ela vai carregar marcas da nossa oralidade. Um exemplo é a gente escrever "tá" em vez de "está",
o que torna o tom do texto muito mais informal. Outra característica é que, normalmente,
esses textos são narrativas curtas. O que também tem tudo a ver com a temática dele, porque o nosso dia a dia
é cheio de atividades corriqueiras, que se repetem no decorrer
de uma semana, por exemplo, e também cheio de pensamentos breves. A não ser que você esteja preocupado
com alguma situação, ou com alguma tarefa muito importante para resolver, as nossas reflexões são sempre leves ou breves. Por causa dessa brevidade, também, as crônicas
apresentam poucos personagens. Assim como em outros gêneros narrativos,
tem um narrador e ele pode estar na primeira ou na terceira pessoa. Como a gente viu, o tom da crônica é leve. Então, não vai ser difícil achar uma crônica
que use o humor ou o sarcasmo para se comunicar. Ela pode até criticar alguma coisa,
mas vai ser de uma forma leve, às vezes até através da ironia, para evitar ao máximo uma seriedade. A gente pode encontrar crônicas em jornais e revistas. Também tem livros que reúnem várias crônicas,
além de blogs e jornais e revistas virtuais. Para resumir, a crônica é um gênero narrativo
que tem como tema as coisas do cotidiano, mas sempre acompanhado de uma reflexão sobre elas, que pode gerar uma questão ou até mesmo uma lição. A crônica, como é relacionada ao nosso dia a dia, é sempre muito leve e pode até conter humor ou ironia. É um texto curto e de linguagem coloquial. A gente pode encontrar esses textos
em jornais, revistas, livros, blogs e outros tipos de sites,
como jornais e revistas virtuais. Sua vez: que tal você procurar crônicas
sobre um assunto que te interessa? Você também pode tentar perceber em que momentos você pensa mais sobre a vida e que tipo de reflexão você faz nesses momentos. Depois disso, quem sabe você não escreve
sobre essas reflexões e acaba produzindo sua própria crônica? Bons estudos e até mais!