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Português EF: 6º ano
Curso: Português EF: 6º ano > Unidade 2
Lição 2: Textos narrativos- Como escrever uma narrativa
- Gênero textual: tipos de conto
- Tipos de conto (contos populares e contos de terror)
- Narrativas de aventura
- Leitura e interpretação de narrativas de aventura
- Gênero textual: mitos
- Gênero textual: lendas (brasileiras, indígenas e africanas)
- Mitos e lendas
- Gênero textual: crônica
- Gênero textual: crônica
- Gênero textual: biografia e autobiografia
- Biografia e autobiografia
- O foco narrativo em uma história
- Foco narrativo
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Gênero textual: lendas (brasileiras, indígenas e africanas)
Nesta videoaula, apresentamos informações sobre o gênero lenda e damos exemplos de lendas brasileiras, indígenas e africanas. Versão original criada por Khan Academy.
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Transcrição de vídeo
RKA12MC - Olá! Você já ouviu
falar em saci-pererê? E mula sem cabeça,
você já ouviu falar? Você sabia que a vitória-régia era uma
índia que se apaixonou pelo reflexo da lua, mergulhou no rio para pegar esse
reflexo, e acabou se afogando? Pois é! Tudo isso são lendas. E lenda é o tema da
nossa aula de hoje. A lenda é um gênero textual
muito curioso, muito bacana. Ela se compõe de narrativas breves, normalmente
de caráter fantástico, que envolvem muito mistério, e procuram explicar
aquilo que ninguém sabe. Isso tem muito a ver com a cultura popular,
a cultura de uma região, de uma nação. Bom, eu disse que a lenda procura explicar
alguma coisa que não tem explicação, certo? Como, por exemplo, o
tamanho do pescoço da girafa. Você sabe por que a
girafa tem aquele pescoção? Não? Então, diz a lenda que há muito, muito, muito
tempo atrás, a girafa não tinha um pescoção. Só que nessa época aconteceu uma
seca muito intensa em toda a África e a pastagem praticamente desapareceu. Só as árvores ainda tinham algumas folhas
verdinhas, mas não era possível alcançá-las. A girafa, então, olhava para
a copa das árvores e pensava: "puxa vida, seria tão bom se eu pudesse
alcançar aqueles ramos tão verdinhos, né?". Mas ela não conseguia.
Ela não tinha tamanho para isso. O que a girafa fez então?
Ela foi procurar um feiticeiro. E o feiticeiro ouviu a história
da girafa com muita atenção. Aí, ele pensou, pensou, pensou
mais um pouco, e disse assim: "girafa, minha amiga, eu já sei
como resolver o seu problema. Só que eu preciso de um
tempo para preparar tudo isso. Então, você vá para casa, descanse
e volte amanhã aqui bem cedinho, que eu vou ter a solução para você”. Nossa, a girafa foi para casa, mas naquele dia ela quase
nem conseguiu dormir de tão ansiosa que ela estava! Na manhã seguinte, bem
cedinho, lá estava a girafa. O feiticeiro ofereceu para ela uma cuia
com uma bebida meio esquisita dentro. A girafa olhou, cheirou aquilo,
achou meio estranho, mas bebeu. Bebeu e foi ficando meio zonza,
meio zonza, meio zonza até que, quando ela abriu os olhos,
o que é que tinha acontecido? O pescoço dela tinha crescido,
as pernas dela tinham crescido, e, agora, ela podia comer as folhas
verdinhas na copa das árvores. Não é muito legal? É uma explicação mágica para alguma coisa
que a gente não sabe exatamente o que é. A girafa é africana, a lenda é africana, mas, no Brasil,
também a gente tem umas lendas muito interessantes, como por exemplo essa aqui:
a lenda do Curupira. Já ouviu falar do Curupira? Ele é um indiozinho de cabelos
vermelhos com os pés voltados para trás que protege as matas e os animais. Ele fica à espreita dos caçadores, dos desmatadores.
Causa a maior confusão com as coisas deles: some com o machado, quebra espingarda...
e, se alguém quiser pegar o Curupira, seguir as suas pegadas,
vai se perder na mata. Quem segue os passos do Curupira
vai para onde o Curupira veio, né? Então, dizem que tem gente até hoje
perdida na mata por causa do Curupira. O ser humano sempre procurou dar
sentido àquilo que não é conhecido. Por isso, as pessoas vão criando histórias, contando um caso aqui,
acrescentando um detalhe ali, destacando outro ponto
mais adiante. Enfim, criando versões diferentes
para uma mesma narrativa. Tudo isto faz parte da cultura popular. Aliás, essa história de uma lenda ter muitas
versões me faz lembrar da lenda do Boitatá. A lenda começa contando que, há muito tempo,
começou uma chuva na floresta e a chuva não parava. Nossa, mas chovia muito, muito! A mata
virou um breu. Ninguém enxergava nada. Uma cobra, então, viu umas luzezinhas na mata,
foi até lá e descobriu que eram vagalumes. Ela fez um acordo com eles então. Ela os engoliria, eles a iluminariam por dentro
e ela rastejaria por aí iluminando toda a floresta. Não é divertido? Olha só! "Aqui, meu amigo, venha cá, venha cá,
e vamos iluminar este pedaço de floresta!". É uma versão muito divertida, muito
bacana, que tenta explicar alguma coisa. Mas é só mais uma versão. Em outros lugares, o Boitatá não é
cobra, não. Ele é uma alma penada! Em outros lugares ainda, ele é um
boi muito, mas muito, do bravo! O importante é a gente entender que a lenda não é só uma historinha. A lenda representa a sabedoria
e o conhecimento de um povo. Por isso, ela tem muitos,
muitos significados. Não é bacana demais? A lenda é tão cheia de coisa,
tão interessante, é um gênero textual tão bacana de estudar,
que vale a pena a gente recordar. Então, hoje nós vimos
o gênero textual "lenda". A lenda se compõe de narrativas breves que tratam do desconhecido e, por isso, tem um caráter
fantástico relacionado ao mistério, àquilo que não tem explicação. As lendas se baseiam na cultura popular e representam a sabedoria de um povo. Exatamente por isso elas têm muitas versões.
E essas versões trazem em si muitos significados. Eu espero que você tenha
gostado da aula de hoje, que você queira ler mais lendas.
E aí tem algumas dicas do que você pode ler. Tem estas e muitas outras mais. A gente se encontra
na próxima aula!