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Português EF: 6º ano
Curso: Português EF: 6º ano > Unidade 2
Lição 2: Textos narrativos- Como escrever uma narrativa
- Gênero textual: tipos de conto
- Tipos de conto (contos populares e contos de terror)
- Narrativas de aventura
- Leitura e interpretação de narrativas de aventura
- Gênero textual: mitos
- Gênero textual: lendas (brasileiras, indígenas e africanas)
- Mitos e lendas
- Gênero textual: crônica
- Gênero textual: crônica
- Gênero textual: biografia e autobiografia
- Biografia e autobiografia
- O foco narrativo em uma história
- Foco narrativo
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Gênero textual: tipos de conto
Nesta videoaula, apresentamos informações sobre o gênero conto. Serão abordados alguns tipos de contos existentes, com destaque para os contos populares e os contos de terror. Versão original criada por Khan Academy.
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RKA12 - Hoje, a gente vai falar sobre contos. Tem muitas formas de contar histórias: através da escrita, de produções audiovisuais
ou até através da oralidade. Antes de existir a escrita, as histórias já eram
passadas de geração em geração através da oralidade. Fáceis de lembrar e de contar
para os amigos e para a família, os contos permaneceram
até hoje como histórias curtas. E alguns deles
podem ser muito antigos, porque chegaram até nós
através da nossa cultura oral. Então, normalmente, ele só vai
possuir um conflito a ser resolvido. Essa resolução pode ser
de uma forma boa ou não. Além disso, os contos também
normalmente possuem poucos personagens, um espaço ou um cenário limitado, e um recorte de tempo reduzido. É sempre legal perceber quem são os personagens,
onde essa história está se passando (às vezes, é só uma sala, um quarto, um jardim, mas
o lugar em que esses personagens estão interagindo), e também qual é o conflito da história (às vezes, pode ser um conflito bem complexo ou então só o pensamento de um
personagem que precisa de uma conclusão). Identificar tudo isto ajuda a gente
a entender melhor a história. Existem também diferentes tipos de contos.
Você já deve ter ouvido falar no conto de fada. Também existem os contos maravilhosos,
também chamados de fantásticos. Tem os contos de terror
e os contos populares. Os contos de fada são marcados pela
existência da mágica na história. Os personagens podem ser
fadas, gnomos, rainhas, reis, bruxas. São as famosas histórias que
começam com "era uma vez". Isso também quer dizer
que a época é indeterminada, mas, normalmente, elas
acontecem em um passado medieval. Alguns exemplos de contos de fadas
são “Cinderela” e “O Príncipe Sapo”. Já os contos de terror envolvem o sobrenatural,
o que não é a mesma coisa que magia. Nos contos de fada, a magia é conhecida pelos
personagens. Ninguém acha aquilo esquisito. Já nos contos de terror o que é
além do natural assusta as pessoas. Essas histórias podem ter, por exemplo,
lobisomens, vampiros, fantasmas... e os personagens se assustam
com essas coisas fora do normal. Esse tipo de conto pode até
dar medo em quem está lendo, e também, às vezes, não vai ter um final feliz. Alguns exemplos de contos de terror são
"A máscara da Morte Rubra", de Edgar Allan Poe, e "A Morta", de Guy de Maupassant. O conto fantástico ou maravilhoso
envolve o absurdo das coisas. As personagens podem até ser do nosso mundo,
vivendo a vida comum que conhecemos, mas, em algum momento, coisas impossíveis
na nossa realidade começam a acontecer, mais ou menos como se fosse um sonho. Mas, diferente dos contos de terror, os contos fantásticos ou maravilhosos
não costumam dar medo. Alguns contos fantásticos que você pode
procurar são "O Espelho", de Machado de Assis, e também "O Homem de Areia",
de Ernst Theodor Amadeus Hoffmann. Contos populares. Estes contos são os que mais
estão relacionados com a nossa narrativa oral. Passaram de geração em geração e podem
ter muito a ver com a cultura de um povo. Estes contos também, muitas
vezes, não têm um autor definido, porque foram tão popularizados que ninguém mais
sabe quem contou esta história pela primeira vez. Normalmente, eles vêm em
uma linguagem mais informal e podem incluir elementos dos
outros tipos de contos também. Alguns contos populares:
"O Saci" e "Dois Cegos Briguentos". Agora, vamos ver o exemplo de
um conto popular: "O Sapo e a Onça". "Tudo começou quando, certo dia, a
onça encontrou o sapo num charco, também chamado no Brasil de igapó. A onça estava furiosa desde que lhe haviam
roubado o fogo e não queria conversa com ninguém, muito menos com um reles sapo. — Bom dia, dona onça - disse o sapo. A onça estava com muita raiva, disposta a abocanhar
qualquer um que se atravessasse no seu caminho, e só não engoliu o sapo por
achá-lo muito asqueroso. — Como ousa dirigir a palavra a mim, ser
repugnante e desprezível? - rosnou ela. — Meu amigo, tudo é questão de opinião -
respondeu o sapo, fleumaticamente. — As sapinhas não me acham nada repugnante,
e não conheço ninguém que me despreze. — Pois eu o desprezo! — Por favor, não banque a tola. Se me
desprezasse, não estaria aí me ofendendo. Diante disso, a onça
ficou ainda mais furiosa. — Desprezível, sim! Quem olha
para você com respeito? Ninguém! — Todos me respeitam. Meu grito, por exemplo,
é o que infunde mais terror em toda a floresta. Pela primeira vez, desde que lhe haviam surrupiado
o fogo, a onça arreganhou os dentes sem ser de raiva e despejou uma gargalhada. — Ria e o mundo rirá contigo -
disse o sapo, superiormente. — Quer dizer que o seu rugido é o mais apavorante
da floresta? - disse a onça, após recuperar o fôlego. — Pois esta eu pago para ver! Então a onça trepou numa pedra e lançou
aos ares o seu urro mais tétrico e desafiador. Instantaneamente, uma algazarra de coisas,
fugindo por terra, céu e água, agitou a floresta. Foi tamanha balbúrdia que,
durante cerca de cinco minutos, só se escutou o eco horrendo da fera
e das criaturas se atropelando na fuga. Somente quando o último eco do seu grito se desfez no
ar a onça desceu lentamente do seu pedestal de glória. Sua cabeça estava erguida, e um brilho insuportável de soberba fazia com que
suas pupilas amarelas cuspissem faíscas de regozijo. Então foi a vez de o sapo
demonstrar o poder da sua voz. Depois que a onça abandonara o seu posto, o sapo
galgou num pulo a pedra, encarapitando-se no topo. — Muito bem, agora o urro do sapo! –
anunciou ele, como um mestre balofo de cerimônias. O ruído do riso da onça obrigou o
sapo a aguardar alguns instantes. Somente quando tudo fez silêncio outra vez foi que
o sapo encheu bem o papo até torná-lo translúcido e arremessou, finalmente,
o seu coaxar rouco de sapo. Então, aconteceu uma
espécie de reverberação total, como se alguém tivesse espalhado pela selva inteira
milhares de caixas de som amplificadas ao máximo. As árvores tremeram desde as raízes até
as folhas, enquanto o solo chacoalhava. Incapaz de suportar a zoeira terrificante,
a onça levou as duas patas às orelhas, tentando suportar dignamente
aquele coaxar colossal. Mas, quando viu que não podia mais suportar,
atirou tudo para cima e tratou de dar no pé. — Ei, espere! - gritou o
sapo do alto da pedra. — Quer apostar como
sou também mais veloz? Mas a onça já não escutava mais nada,
desaparecida que estava nas brenhas da mata. Só então o sapo lançou um segundo coaxar, que
foi a ordem expressa para cessarem todos os outros, já que, na verdade,
não só ele havia gritado, mas todos os outros sapos
e assemelhados da floresta, tais como as jias, as rãs, as pererecas, os cururus e
o restante da valorosa dinastia dos seres coaxantes”. Neste conto, os personagens
principais são a onça e o sapo, e deu para perceber, pela história,
que os dois estão no meio da mata, e o conflito da história é quando os dois vão disputar
quem tem o rugido mais amedrontador da floresta. E este conflito se resolve
com o sapo enganando a onça, fazendo-a pensar que aquele
coaxar tão poderoso era só dele. Para resumir: os contos
são histórias muito curtas e surgiram da prática
oral de se contar histórias. Desta prática, nasceram os contos populares
e também outros subgêneros de contos. Por exemplo, os de terror, os contos de fadas,
os contos maravilhosos, e vários outros tipos. Para entender melhor o conto,
e qualquer outra história que você leia, é legal perceber sobre quem você está lendo,
onde essa história está se passando e também qual é o conflito a ser resolvido. Sua vez! Qual tipo de conto você
ficou com mais vontade de ler? Que tal você buscar um conto desse subgênero,
lê-lo, e contar para os seus amigos sobre ele? Ou, ainda, ler alguns contos e indicar o seu
preferido para alguém de quem você goste. Quem sabe depois de um tempo você
não possa escrever o seu próprio conto? Bons estudos e até mais!