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Curso: Português EF: 8º ano > Unidade 3
Lição 5: Funcionamento da línguaRegência verbal e nominal
Nesta videoaula, abordamos o conceito de regência verbal e nominal, apresentando exemplos e entendendo os efeitos de sentido do uso de determinadas preposições.
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Transcrição de vídeo
RKA14C Olá, tudo bem? Na aula de hoje, apresentaremos
informações sobre a regência. De que forma você completaria
a frase a seguir? "Ela gosta _____ videogames." Acredito que você disse
quase sem pensar: "de". "Ela gosta de videogames", acertei? O verbo "gostar", para transmitir
uma informação completa, precisa se relacionar com
uma palavra ou expressão que permita que o verbo
encontre o que lhe falta para que a informação transmitida
seja compreendida. Esse termo é o complemento, neste caso, do verbo. Para que essa relação aconteça, o verbo "gostar" utiliza um conector
chamado de preposição para se ligar ao termo "videogames", o complemento do verbo "gostar". Essa relação entre uma palavra, seja um verbo, seja um nome,
no caso, um substantivo, um adjetivo ou um advérbio, e seu termo complementar
caracteriza o que chamamos de regência. O verbo "gostar" rege a preposição "de" para se ligar sintaticamente
ao complemento, "videogames". Essa é a regência verbal
do verbo "gostar". E esta frase aqui?
Você sente falta de alguma coisa? "Ele tem total confiança ____ irmã." Faltou a palavra "na",
que é resultado da combinação entre a preposição "em" mais o artigo feminino "a". Aqui, "irmã" é o termo que complementa, desta vez, o substantivo "confiança". Podemos dizer que a regência nominal, por causa do substantivo, da palavra "confiança"
é a preposição "em". Empregar as regências verbal e nominal
corretamente em cada situação ajuda a ser preciso
quando nos comunicamos. A regência é feita por preposições
específicas quando exigidas. Não escolher a preposição adequada
em cada relação sintática pode, além de ocasionar um erro gramatical
que pode atrapalhar o leitor, criar sentidos diferentes. Vou lhe mostrar com exemplos tanto
da literatura quanto do cotidiano. Leia a primeira estrofe de
"Canção do vento e da minha vida" de Manuel Bandeira. O vento varria as folhas, O vento varria os frutos, O vento varria as flores... E a minha vida ficava Cada vez mais cheia De frutos, de flores, de folhas." Para cantar como o tempo,
representado pelo vento, que, ao passar, levando
momentos de sua vida, em vez de fazer com que
se tornassem escassos, os acumulava mais e mais, o autor fez uso do adjetivo "cheia". O adjetivo "cheia"
pede a preposição "de" para encontrar seus complementos que, no caso, são três:
"frutos", "flores" e "folhas". Agora, um exemplo do cotidiano. "Não devemos confiar em notícias falsas." O lembrete para verificarmos
a qualidade e a credibilidade das notícias veiculadas
usou o verbo "confiar". Note que, se não houvesse
o complemento "notícias falsas", o sentido do verbo ficaria vago. Para relacionar verbo
e complemento verbal, a preposição "em" foi
corretamente empregada. Há casos em que o termo regente
se liga ao complemento sem usar a preposição. "O viajante pouco sabia do que lá se passava, porque apenas se demorara meia hora, mas, para divertir-se no caminho, tinha comprado o último
número da Atalaia." Neste fragmento de conto
de Machado de Assis, lemos um verbo muito usado,
o verbo "comprar". Esse é um bom exemplo para você
entender a ideia de complemento. "Comprar" exige um alvo, e é esse alvo que complementa
o sentido do verbo. Percebeu que ele se relacionou com
"o último número da Atalaia" sem qualquer preposição? Pois é, o verbo "comprar"
não rege preposição. Ele se liga diretamente
ao complemento verbal. Agora vamos ver que acontece
com o verbo "obedecer". Durante a minha infância,
em alguns momentos em que ia passear com algum tio ou tia, minha mãe me lembrava:
"Obedeça a seus tios!". "Obedecer" exige a preposição "a" para se relacionar com o complemento: "Obedeça a̲ seus tios!". E o verbo "assistir"? Quando ele significa
"dar assistência", como no exemplo
"A enfermeira assistiu o paciente", não se usa preposição. Mas, se o sentido de "assistir" é "ver", "acompanhar pela tela da TV,
do computador ou do cinema", usa-se a preposição "a". Então, para que não haja confusão, não diga "Eu assisti o Batman". Alguém pode achar que você
ajudou o homem-morcego e confundir você com o Robin! Se você disser:
"Eu assisti a̲o̲ Batman", será preciso o "a",
é a regência. Ainda podemos usar a preposição "em". Nesse caso, o verbo "assistir"
assume o sentido de "morar", como neste exemplo aqui: "Ele assiste na capital há anos". Depois de analisarmos alguns exemplos, ficou claro que a regência
é útil na produção e na leitura de textos, não é mesmo? Então, resumindo a aula,
vimos que a regência refere-se ao modo como os termos regentes, aqueles que precisam
ser complementados, e termos regidos, aqueles que complementam, se relacionam. A relação entre verbo e complemento
é chamada de regência verbal. A relação entre substantivo,
adjetivo ou advérbio e o complemento
chama-se regência nominal. Essa relação pode ser feita
por meio de preposição. Nesse caso, deve-se usar a preposição
adequada ao termo regente. Pode-se, em caso da escolha da posição, cometer um erro gramatical. Ou ainda, gerar um sentido diferente. Existem verbos que podem se relacionar
com o complemento de forma direta, ou seja, sem preposição. Sabe quem é muito útil para
tirar as dúvidas de regência? O dicionário! Consulte-o sempre que precisar. Obrigado, bons estudos
e até a próxima aula! Tchau!