If you're seeing this message, it means we're having trouble loading external resources on our website.

Se você está atrás de um filtro da Web, certifique-se que os domínios *.kastatic.org e *.kasandbox.org estão desbloqueados.

Conteúdo principal

Concretismo: poemas concretos ou visuais

Nesta videoaula, apresentamos informações sobre o concretismo e sobre características do gênero poema concreto. Também são abordadas estratégias para leitura e compreensão de poemas visuais. A Khan Academy oferece exercícios, vídeos e um painel de aprendizado personalizado para ajudar estudantes a aprenderem no seu próprio ritmo, dentro e fora da sala de aula. Temos conteúdos de matemática, ciências e programação, do jardim da infância ao ensino superior, com tecnologia de ponta. De graça, para todos e para sempre. #YouCanLearnAnything Se inscreva no canal! Versão original criada por Khan Academy.

Quer participar da conversa?

Nenhuma postagem por enquanto.
Você entende inglês? Clique aqui para ver mais debates na versão em inglês do site da Khan Academy.

Transcrição de vídeo

RKA12MC – Olá! Tudo bem com você? Você já ouviu falar em Concretismo? Ou alguma vez já estudou ou foi apresentado ao poema concreto ou poema visual? Pois eu te convido a conhecer um pouco mais sobre o assunto. Poesia concreta: o termo foi utilizado pela primeira vez em 1955, porém foi em 1956 que houve a exposição no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Lá estava o poema Manifesto dessa estética, como também outras artes plásticas concretistas. Os principais autores são Haroldo de Campos e seu irmão Augusto de Campos, com o amigo Décio Pignatari, que está centralizado na foto. A proposta era uma literatura de exportação, algo que fosse genuinamente brasileiro, construído e exportado. Isso bebeu das águas de Oswald de Andrade, da primeira fase do Modernismo brasileiro, ou fase heroica. Isso também foi concretizado, pois em 1959 essa estética pôde sair do Brasil e começar a ganhar rumos internacionais. O primeiro país foi a Alemanha, mas ela também ganhou o mundo. Vamos então entender melhor sobre o poema concreto ou poema visual, que é a obra-prima dos concretistas. Aqui, nós daremos ênfase à forma, porém é interessante lembrarmos que ela dialoga com outras artes, por isso, o poema concreto é um artefato artístico, também chamado de poema-objeto. Aqui, nós temos um poema-objeto específico que veremos já já, mas, antes, vamos compará-lo a uma forma clássica. Este é um soneto, que costuma ter 14 versos poéticos, divididos em duas estrofes com quatro versos e duas estrofes com três versos. Veja que a leitura dos sonetos se faz de maneira linear da esquerda para a direita, dando a ele uma cadência, proporcionada pela métrica (número de sílabas poéticas). Aqui o tema é amor, proposto por Vinícius de Moraes, mas este amor é concretizado da maneira clássica. Pois bem, vejamos este outro poema. A forma nos chama a atenção logo no primeiro olhar. Podemos observar que este poema não tem a mesma proposta do soneto anterior. Vejamos, então, as diferenças. Ele é não linear, o seu verso não é proposto para ser lido da esquerda para a direita como no verso tradicional. Por isso, há abolição do verso tradicional, e adotamos uma geometria racional, uma geometria pensada pelo artista. Vejamos as possibilidades de leitura do poema. Tanto na horizontal, diagonal, lendo as palavras "amor" até chegar a "amortemor". O tema é amor dentro da pirâmide, e esse poema é de Augusto de Campos. Vamos agora entender um pouco mais sobre os aspectos relacionados ao conteúdo dos poemas, como verso branco (ou ausência de rimas), também a ausência de sinais de pontuação. Outro aspecto muito importante é o uso da paranomásia, essa figura de linguagem que consiste em utilizar parônimos, ou palavras com sons semelhantes, porém com sentidos ou significados diferentes. Vejamos também agora a proposta de análise do poema de Augusto de Campos. Se observarmos verticalmente, teremos a ideia da chuva ou pluvial. A chuva cai verticalmente sobre o leito do rio, que seria horizontal, por isso, o adjetivo "fluvial" encontra-se mais na horizontal. Os dois adjetivos são parônimos, porém com significados diferentes. Apresento a você algumas propostas de análises de poemas. Nessas análises, nós faremos a fusão entre a forma e o conteúdo, que devem ser estudados juntos. Na perspectiva que você olha agora, você consegue ler a palavra lixo. E se eu te dissesse que existe uma palavra parônima compondo o poema? Você conseguiu perceber? Que tal nesta perspectiva? Aqui, nós podemos observar que a palavra "lixo" está composta de pequenas palavras escritas, "luxo". O que é lixo para alguns pode ser luxo para outros, não é mesmo? Aqui está a essência desta paranomásia, as palavras com sons semelhantes. Também a abolição do verso tradicional pode ser observada de maneira bem clara. O poema de Décio Pignatari nos traz uma metáfora bem interessante. Veja que o poeta é comparado ao lavrador, aquele que irá decompor a terra e remexer essa terra. Igualmente aqui, o poeta faz também a decomposição da palavra terra. O objetivo é preparar a terra e os seus sulcos, ou seja, as aberturas que são realizadas especificamente para o plantio. Igualmente, nós temos este outro poema. O poema é de Arnaldo Antunes, um autor mais contemporâneo. Aqui, a forma geométrica está bem clara, a forma circular ou círculo. Isso também tem a indicação do contínuo, aquilo que não parece ter um fim. Por isso, nós podemos escolher um ponto em cada parte do poema para começar a leitura: “é o que não pode ser que não é”, “que não pode ser que não é”. Por isso, pontos de vista diferentes e também múltiplas leituras, com múltiplos significados. A herança do Concretismo vai muito além do que podemos imaginar. Ela está bem presente nos textos publicitários atuais (que incorporaram em suas produções mais gráficos, neologismos...), e também podem ser encontradas nas poesias contemporâneas. Que tal recapitular o que aprendemos? Nós vimos que o Concretismo foi uma estética que se iniciou no Brasil em 1956. Sua proposta era dialogar com outras artes. Ela também propunha a abolição do verso tradicional e o uso de formas geométricas no lugar, os versos brancos e com a paranomásia e a ausência de sinais de pontuação, que estavam sempre muito evidentes. Eis aí a fusão da forma e conteúdo presentes no poema-objeto. Que tal utilizar todo esse conhecimento para ler mais e produzir nossos próprios poemas? Vamos praticar? Até logo