Conteúdo principal
Português EF: 8º ano
Curso: Português EF: 8º ano > Unidade 4
Lição 2: Funcionamento da língua (1)Concordância com sujeito inexistente
Nesta videoaula, apresentamos as regras de concordância para frases sem sujeito. Versão original criada por Khan Academy.
Quer participar da conversa?
Nenhuma postagem por enquanto.
Transcrição de vídeo
RKA8JV - Olá! Como vai? Diz aí, você se lembra que quando estudou a estrutura das orações
na língua portuguesa, o verbo devia concordar com o sujeito? Pois é. Mas e com relação a frases
que não tem sujeito? Você sabe como a concordância se dá? Bom, vamos desvendar esse
enigma aos poucos, entendendo primeiramente em quais
casos isso pode acontecer. Observe este trecho. "Os estudiosos acreditam que havia três
classes sociais na antiga Etrúria. No topo, havia uma aristocracia poderosa. Abaixo, ficava a classe média,
formada por artesãos, comerciantes e marinheiros. Por último, havia os escravos." Observe que o verbo "haver" foi
conjugado ao longo do período na terceira pessoa do singular, "havia". Isso ocorre pois este verbo,
quando expressa a ideia de existir, é impessoal, ou seja, não admite sujeito, e por isso não estabelece concordância, apresentando-se sempre
na terceira pessoa do singular. Nos casos em que o verbo "haver"
tem sentido de acontecer, ele também é impessoal. "A região do atual estado do Acre
pertencia quase toda à Bolívia, mas desde meados do século 19, grande parte da população já era
de seringueiros brasileiros. Em 1899, os bolivianos tentaram
expulsar os brasileiros. Houve vários confrontos na fronteira." Notou que o verbo "haver" novamente está
conjugado na terceira pessoa do singular? E isso porque ele está passando a ideia
de que aconteceram vários confrontos, e, neste caso, como afirmamos
anteriormente, ele é impessoal. Além do "haver", existem outros verbos
impessoais muito utilizados no dia a dia. Vamos observar alguns. "Um dos lugares mais secos da Terra
é o deserto de Atacama, no Chile, que recebe menos de 0,1 centímetro
de chuva por ano. Há séculos não chove em algumas
partes desse deserto." Viu que o verbo "chover" se encontra
conjugado na terceira pessoa do singular? Já que não há um sujeito fazendo
com que a chuva não ocorra. Essa é uma ação involuntária. Outros verbos que expressem
fenômenos da natureza também seguem essa mesma regra, a não ser que estejam sendo
utilizados em sentido figurado. Nesses casos, admitem sujeito,
não sendo mais verbos impessoais. "De manhã escureço
de dia tardo, de tarde anoiteço,
de noite ardo." Observe que escurecer,
entardecer e anoitecer foram conjugados na primeira
pessoa do singular, referindo-se ao sujeito oculto "eu". Eu escureço, eu tardo eu anoiteço. A impessoalidade do verbo
"fazer" por sua vez, se manifesta quando ele indica
tempo ou aspectos naturais. Observe: "Faz 150 anos que os países
assinaram um acordo." Note que o verbo "fazer" está conjugado
na terceira pessoa do singular, independentemente
da quantidade de anos. É válido destacar que o verbo "faltar", quando está indicando passagem de tempo, tal qual o verbo fazer,
não é impessoal. Veja. "Faltam ainda 5 anos para
o término do contrato". Note que o verbo "faltar" está conjugado
na terceira pessoa do plural. Voltando para a impessoalidade
do verbo "fazer", lembra que foi mencionado que
quando este verbo está indicando aspectos naturais,
ele também não tem sujeito? Na frase "ventou muito durante o dia", fica evidente que não há um sujeito
causando o vento, é uma ação involuntária. E aí, percebeu que em todos esses
exemplos com verbos impessoais, as situações as quais
eles faziam referência eram fatos que não poderiam
ser atribuídos a um elemento? Isto é, ocorrência sem causa evidente. E é devido a isso que ocorre
o emprego de verbos impessoais, já que o sujeito é inexistente, e assim
o nosso enigma é solucionado. Agora que você já está apto a desvendar
os mistérios dessa natureza, aproveite para fazer exercícios. Bons estudos,
e até a próxima!