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Português EF: 8º ano
Curso: Português EF: 8º ano > Unidade 2
Lição 3: Funcionamento da língua (2)- Uso de ponto e vírgula
- Uso de ponto e vírgula
- Paráfrases e citações
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- Elementos de coesão e coerência na escrita
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- Discurso direto, indireto ou indireto livre
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- Polissemia
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Elementos de coesão e coerência na escrita
Nesta videoaula, são abordados recursos coesivos que podem ser usados na escrita. O objetivo é que os alunos possam se apropriar desses elementos e inclui-los no momento de escrita, edição e revisão do texto.
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Transcrição de vídeo
RKA12MC – Olá!
Tudo bem? Na aula de hoje, apresentaremos informações sobre
como os recursos coesivos podem ser utilizados na escrita. Durante a vida, somos expostos a diversos
tipos de textos, com as mais diversas funções: narrativos, como nas histórias de cavaleiros; injuntivos, que orientam nossas ações,
como as regras de um jogo de tabuleiro; expositivos, que nos informam, desde os livros
e as apostilas da escola até as notícias de jornal; e dissertativos, por meio dos quais
lemos as opiniões das pessoas ou damos a nossa sobre vários assuntos. E chega um momento da nossa vida que
temos opinião e queremos expressá-la. Para isso, mobilizamos textos opinativos. Os artigos de opinião são muito
usados nos meios de comunicação. São textos escritos por jornalistas ou
especialistas em um determinado assunto e que expressam um ponto de
vista sobre um tema de relevância. Você, durante a vida escolar, também terá a oportunidade de manifestar
o que pensa em artigos de opinião. No entanto, para que seu ponto de
vista possa levar o leitor a uma reflexão e, quem sabe, convencê-lo
de que sua opinião é válida, não basta afirmar coisas do tipo: eu acho que as florestas devem ser preservadas. Por mais que isso seja verdade, em um confronto de ideias,
você deve apresentar justificativas, os argumentos que mostrem que
esse ponto de vista é justificável. Aí é que o trabalho fica mais delicado. Esse texto tem que tratar do
assunto, desde o início até o final, de uma forma que o raciocínio
vai avançando de maneira lógica, garantindo a progressão da argumentação. Vamos ler juntos alguns trechos de um artigo
de opinião sobre alimentação nas escolas que eu encontrei em um site de notícias. Eu destaquei os três primeiros parágrafos para lhe mostrar como podemos nos
posicionar de forma clara e consistente. Quem escreveu este artigo foi
uma psicóloga e psicopedagoga, ou seja, alguém que trabalha com jovens e entende
como a alimentação saudável é importante. "De vez em quando, somos alertados
pelas diferentes áreas da Medicina sobre os problemas que
envolvem a má alimentação. Todos já sabem o que devem ou
não comer para ter a saúde melhor. Apesar disso, a obesidade vem aumentando,
inclusive na população infantil. As crianças têm apresentado doenças que
antes se restringiam à população mais idosa, como pressão alta,
colesterol e diabete tipo 2". Este é o parágrafo inicial. Observe que nele é apresentado o assunto,
os problemas da má alimentação, e o ponto de vista (“crianças têm apresentado
doenças de adultos devido à má alimentação”). Logo na primeira frase é empregada a
forma verbal “somos”, que se refere a “nós”, ou melhor, a todos os cidadãos. Esse alerta geral é
reforçado no segundo período e o que garante esse reforço
é o uso do pronome “todos”, que remete à ideia de nós, a sociedade. Este é o primeiro segredo do bom texto: as partes do texto se comunicam entre si, uma parte do enunciado recupera
um termo ou ideia do trecho anterior. É esse cuidado gramatical que faz com que o texto avance
quanto às ideias, mas trate sempre do mesmo assunto. O nome disso é coesão. Nesse primeiro exemplo, o pronome “todos”
faz referência a uma informação anterior. Sempre que isso ocorre,
falamos em coesão referencial. Agora, vamos ver o que acontece
entre o segundo e o terceiro período. “Todos já sabem o que devem ou
não comer para ter a saúde melhor, apesar disso a obesidade vem aumentando,
inclusive na população infantil". Observe que o texto aponta
para a ideia de que sabemos que uma boa alimentação
contribui para uma boa saúde. Quando ele inicia o período
seguinte com “apesar disso”, ele apresenta um problema,
o aumento da obesidade entre jovens. Ele quebra uma expectativa
por meio do contraste de ideias. Essa expressão - “apesar disso” - estabeleceu
uma relação entre duas informações. Expressões que têm o papel de relacionar
informações atuam em um outro tipo de coesão, chamada de coesão sequencial. Agora, dê uma olhada com bastante atenção
em como esse terceiro período terminou e em como se iniciou o quarto
período, o último desse parágrafo. Percebeu que a “população infantil” foi
retomada pelo substantivo “crianças”? E mais, lembra que no
período inicial do parágrafo a autora falou em problemas
relacionados à má alimentação? No período final, ela
exemplifica esses problemas mencionando pressão alta,
colesterol e diabete tipo 2. Essas duas retomadas de informações prévias
exemplificam novamente a coesão referencial. É comum pensarmos que a coesão referencial
apenas retoma informações já apresentadas, mas podemos nos valer deste tipo de
coesão para apresentar novas informações. Vamos ler o segundo
parágrafo do mesmo artigo. “Algumas atitudes da sociedade têm colaborado para que
as crianças desenvolvam hábitos alimentares saudáveis. É o caso de escolas que procuram controlar
o tipo de comida consumido pelos seus alunos. Na cantina ou lancheira
são proibidos doces e frituras. Caso a criança as traga de casa,
ele é mandado de volta e uma outra solução é dada
para a refeição daquele dia.” Ao lermos “Algumas atitudes”
no início do parágrafo é natural olharmos para o parágrafo
anterior em busca dessas ações, mas elas não nos foram apresentadas ainda. Apenas no período seguinte é que
entendemos que a postura de algumas escolas em tentar controlar o que os alunos
consomem é uma dessas atitudes. E veja que legal. Citar que doces e frituras são
proibidos na cantina ou nas lancheiras é umas dessas tentativas de controle, ou seja, uma das atitudes
mencionadas no início deste parágrafo. Em outras palavras, seja apresentando
informações ou as retomando, nota-se o papel da coesão referencial em tornar o
texto unido e progressivo na apresentação do raciocínio. No período que encerra o parágrafo,
observe que o conector “caso” estabelece uma situação hipotética. Se um alimento que não seja saudável
for encontrado com uma criança, o que contraria o período anterior, busca-se
uma alternativa saudável para a criança. Nesse caso, houve novamente o estabelecimento
de uma relação de sentido entre os períodos por meio da coesão sequencial. Você está vendo como o texto está claro? Agradeça aos mecanismos de coesão. E o que temos no parágrafo seguinte? Vejamos. “Mesmo assim, alguns pais
acabam infringindo as regras e mandando como lanche para seus
filhos alguns alimentos proibidos. Muitos justificam que se não
for aquilo, a criança não come, sendo melhor que coma algo sem
qualidade que ficar de estômago vazio.” Lemos que algumas atitudes em busca de
uma alimentação saudável vêm das escolas, que tentam controlar o que os alunos
consomem, proibindo doces e frituras. Quando vemos a expressão “Mesmo assim”, esperamos uma informação
que se oponha àquelas atitudes, e temos que alguns pais insistem
em descumprir essas regras. Mais um exemplo de coesão sequencial,
garantindo a progressão do raciocínio. E no período seguinte, quando
lemos “Muitos justificam”, essa expressão faz referência à parte desses pais
que enviam alimentos que fazem mal à saúde. Ainda destacamos o “aquilo”, que
se refere aos alimentos proibidos. Mais dois exemplos de coesão referencial. Agora, pense comigo. A hipótese expressa pelo conector “se”, de que a
criança só comeria se fossem alimentos não saudáveis, serve para reforçar o
comportamento desses pais. Mais um ótimo exemplo
de coesão sequencial. Então, podemos dizer que a coesão referencial
se trata do uso de mecanismos gramaticais para retomar ou apresentar informações
de um trecho a outro no texto a fim de que o assunto não
se perca ao longo do texto. Além disso, a coesão sequencial ocorre por meio do uso de palavras ou
expressões que conectam as partes do texto, relacionando as ideias entre si. Vimos no exemplo relações
de contraste e de condição, mas podemos adicionar ideias, usando
por exemplo a expressão “além disso”. Também podemos concluir um raciocínio
com o uso de “portanto” ou “assim”. Muitas vezes expressamos a finalidade de uma
ação empregando “para que” ou “a fim de que”. O resultado prático do uso dos diversos
mecanismos de coesão é a coerência, ou seja, um texto claro, sem
ambiguidades ou contradições. São inúmeras as possibilidades coesivas. Leia, pratique a escrita, mostre seu
ponto de vista sobre questões cotidianas. Obrigado, bons estudos
e até a próxima aula! Tchau!